67- CHEYENNE!

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"Ninguém conhece ninguém. Existem máscaras quase perfeitas, até que o tempo se encarrega de desmascará-las"

                                                                       ~🎵~🎵~

Pensar no que  o monstro do meu pai fizera aquelas frágeis e indefesas crianças me causava repulsa, ódio e nojo. De fato eu não estava conseguindo lidar com todas aquelas confissões feitas naquele diário, mas o que mais me intrigava em tudo isso era essa tal "Cheyenne" quem era essa garotinha afinal das contas?
Na ficha criminal do meu pai não constava esse nome como uma das vítimas daquele monstro! Então quem era ela? muitas perguntas rondavam minha cabeça como: Ela está viva? meu pai a matou? se não, onde estaria ela agora?
Eu precisava descobrir tudo sobre ela, e encaixar mais uma das peças desse tenebroso e insano quebra-cabeça, antes que outra vítima sofresse as consequências.
Agora que eu não tinha mais Luigi para me ajudar, eu teria de fazer tudo sozinha, então apanhei o laptop e comecei a procurar pelo nome Cheyenne que talvez morasse na vizinhança, ou que teria sido estuprada quando criança. Procurei em tudo: banco de dados, catálogos, redes sociais, arquivos bibliotecários virtuais, mas não encontrei nada que ligasse a ela.
A frustração estava começando a me dominar então me deitei frente a lareira com um copo de chocolate quente na mãos e tentei ao máximo extrair do fundo da minha memória se naquela época conhecíamos alguma familia cujo a filha se chamava Cheyenne, mas não recordava de ninguém que se chamasse assim.
Eu já estava quase perdendo as esperanças quando Thomaz entra balançando sua jaqueta deixando que a neve caísse no chão. Ele se dirige até mim e me entrega uma lista com vários nomes...

-É a lista dos convidados  Thomaz! - digo em exultação.

-É sim, eu peguei sem que o padre visse e o trouxe pra você ver se reconhece algum nome.

Thomaz me entrega a lista e antes que pudéssemos conferi-la, eu o conto em detalhes a respeito das confissões de meu pai sobre as crianças mortas e também a respeito de Cheyenne e sobre como minha busca sobre ela não havia me levado em nada. Em seguida nós nos sentamos no chão e conferimos nome por nome atrás de alguma evidência...

- William Clark (pai)
- Giulia Clark (mãe)
- Robert G. Clark (tio)
- Bruna
- Fernanda
- Lídia Lopes
- Roberto Capri
- Amy Cassid
- Thomaz
- David Linsdale
- Clara
- Robert
- Cheyenne...

Paramos de fazer a leitura da lista assim que nos deparamos com aquele nome. Eu estava certa, a lista poderia nos levar a alguma pista e se eu estiver certa, aquela Cheyenne poderia de fato ser a cúmplice que Luigi viu quando foi raptado, e foi ela também que espalhou as fotos pelo caixão dele, apenas para me provocar!
Mas quem era ela afinal? E o que ela queria comigo? Se ela era uma das vítimas do meu pai, por quê ela não o denunciou?
Algo de muito errado estava acontecendo, eu podia sentir que ela estava mais próxima de mim a cada dia, e a cada dia eu corria um risco maior de ser morta.
Thomaz e eu ligamos para o policial Oscar e o deixamos a par de nossas descobertas, ele agradece pela notícia e nos revela que os corpos que foram encontrados nos túmulos das nossas vítimas eram vítimas aleatórias e que foram retiradas de outros túmulos com o intuito  de distrair a policia, e que provavelmente os corpos das verdadeiras vítimas ainda estão sobre posse do nosso assassino (a).
Com essa informação em mente nós podíamos prosseguir com a investigação focando em Robert e Cheyenne nossos principais suspeitos, e descobrir suas identidades verdadeiras por "desenterrar" seus passados em busca de algum elo, alguma conexão com as mortes e com meu passado.
Pedi para que o policial Oscar fizesse uma investigação completa da vida de Amber e seu irmão invisível e se ele achasse necessário a interrogasse novamente para termos a certeza de que ela não estivesse encobrindo o paradeiro do irmão. Eu e Thomaz vasculharíamos o banco de dados atrás da tal Cheyenne. Faríamos uma busca nos arquivos da biblioteca pública atrás de qualquer coisa que tivesse uma ligação com o nome ou com alguma vítima  em potencial que não estivesse entre os arquivos da policia.

O dia se seguiu sem nenhuma pista, Cheyenne era um fantasma em meio a todos os arquivos que encontramos. No final de tudo, Thomaz e eu revisamos a lista de vítimas que tínhamos a procura de alguma coincidência de nomes, mas era impossível uma conexão sendo que todas as vítimas com exceção de  Elise, foram dadas como mortas.
Estávamos cansados quando Thomaz encontrou perdido no meio dos arquivos de jornais locais antigos, uma reportagem que mencionava Cheyenne e sua família:

"Logo após as notícias dos estupros na região de Canton serem ESPALHADAS, a família River's resolve deixar os negócios locais e sair de Canton com destino a Londres. A desculpa dada pela Sr.a Meredith River era que ela queria criar a filha Cheyenne River longe de uma cidade sucumbida ao crime e ao fracasso, e que segundo ela a filha cresceria em cidade grande e teria um futuro maior do que correr o risco de ser estuprada por um maníaco que nem sequer conseguíamos prender. A pergunta que não quer calar é: Estaria a Sr.a Meredith dizendo a verdade, ou Cheyenne era mais uma das vítimas?"                           
-Reportagem de Eleanor Reynolds

Ao terminar de ler Thomaz e eu nos olhamos por um minuto até que Thomaz finalmente decide quebrar o gelo entre nós...

- Eles saíram de Canton Amy, é bem possível que eles tenham trocado de nome também.

- Concordo, essa Cheyenne pode ser qualquer uma se sua teoria estiver certa!

Antes que pudéssemos concluir qualquer coisa, meu telefone toca e eu caminho até ele que indica uma chamada de um número desconhecido... Assim que eu atendo meu coração gelou e pude sentir minha boca se calar...

- Olah Amy, vejo que finalmente você chegou até mim - ouço uma voz feminina rouca falar do outro lado da linha - Você não faz ideia do quanto eu esperei por isso, do quanto eu tive que esperar por esse momento em que toda a verdade seria esclarecida! Você nem imagina quem eu sou, e eu sei tanto sobre você... Em breve nos encontraremos esse momento está mais perto do que você imagina querida! Agora, acho que tem encomenda pra você............... - ela desliga o telefone e quando olho para a porta vejo um envelope pardo no chão. Caminho até ele e com as mãos trêmulas eu pego e abro com certo cuidado.

Assim que despejo o conteúdo do envelope sobre a mesa, Thomaz e eu ficamos em choque, um calafrio percorre toda minha espinha e o medo começa a tomar espaço entre nós. Fotos minhas e de Thomaz era o conteúdo do envelope! Uma das fotos fora tirada minutos antes quando eu ainda estava no telefone com a Cheyenne, atrás estava escrito:

"Com amor Cheyenne!"

O REGRESSO DE AMY ( Em Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora