Rendidos pelo amor - Livro 1 (Duologia Rendidos)

Capítulo 12

CAPÍTULO 12

Claire passou toda a manhã trancada em seu quarto, procurando algo que pudesse encaixar-se no quebra cabeça que ela mesma havia criado sobre Henrico, mas de nada adiantou fritar seus miolos. O que sabia sobre aquele homem? Somente alguns fragmentos de humanidade que poderia existir ali dentro pairando sobre toda a maldade e malandragem.

Aquele sonho... As imagens na banheira, ele pedindo que ela ficasse...

Em 24hs a cabeça de Claire estava apenas concentrada em Henrico e isso não era bom. Era tudo uma bagunça, ela deveria estar detestando tudo aquilo, como fora no começo, pois ela ainda era sua prisioneira. Ainda assim sua mente não parava de trabalhar nos últimos acontecimentos.

Um banho relaxante a fez ficar mais calma. No amplo closet montado para ela procurava uma roupa para aprontar-se. Optou por um vestidinho de alças e mais soltinho embaixo, na metade de suas coxas. Era o mais comportado ali.

Uma batida na porta a fez ficar em alerta, mas era Julie avisando que Henrico solicitava a presença de Claire em dez minutos.

— Estou curiosa — Julie começou. — Ele está de tão bom humor hoje, isso nunca aconteceu. Quer dizer, tem esse dia do ano que ele fica transtornado, mas ninguém nunca soube. Talvez Pietro, mas isso é tudo. Após essa data ele demora um par de dias até voltar em seu estado "normal". — Julie fez aspas com os dedos.

— Se você que o conhece não compreende, imagine eu que estou aqui apenas alguns dias — Claire murmurou. Por mais que sua curiosidade estivesse aguçada ao extremo, não entraria naquele assunto com Julie. Ficou claro que era algo íntimo demais para Henrico e a noite passada e o que Claire havia feito ficariam apenas para ele.

— Diga a ele que irei descer em dois minutos.

Julie assentiu e saiu do quarto e como havia dito, Claire apresentou-se ao salão principal.

Henrico estava ao telefone, ditando ordens e seu semblante não era nada amigável, porém, no instante em que seus olhos caíram sobre Claire, seus olhos suavizaram e ele finalizou a ligação sem aviso prévio.

Ele havia trocado de roupa, deixando a formalidade de lado para encontrar-se mais casual.

Uma camisa azul marinho de linho e gola V adornava perfeitamente sobre o corpo musculoso, assim como a calça jeans escura.

Claire sorriu e por incrível que pudesse parecer, o sorriso não havia sido forçado.

— Belíssima, doce Claire. Escolha perfeita — elogiou caminhando até ela e medindo seu corpo com os olhos. — Temos um dia bem agitado.

Henrico colocou a mão em suas costas, bem na curvatura de seu quadril e a conduziu para fora, o motorista havia sido dispensado, pois Henrico não queria ninguém com eles. Ele mesmo iria dirigir para Claire. Com exceção dos seguranças, deles, Henrico nunca abria mão.

Um fato inusitado que todos os funcionários da casa ficaram intrigados com a dispensa do motorista.

Dentro do carro, Henrico parecia relaxado e, de fato, ele estava. Somente nunca iria admitir, nem para ele mesmo. Sua cabeça também estava confusa, um turbilhão de sentimentos se misturou em seu interior a partir do momento em que Claire entrou naquele quarto. Aproveitaria a estranha sensação de bem estar. Afinal, até quando poderia durar?

O trajeto foi silencioso, ninguém queria dizer nada para estragar o momento, pois ambos sabiam que no segundo que uma palavra fosse pronunciada, poderia acarretar em uma briga.

Entrando em uma garagem ao subsolo de um luxuoso condomínio, Claire franziu o cenho, mas fora surpreendida pela mão de Henrico em sua coxa.

— O prédio é meu, não fique apreensiva, não é um abatedouro, é um restaurante privado e hoje ele é somente nosso — esclareceu sorrindo com o canto dos lábios. — Espero que goste.