Capítulo 11

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CAPÍTULO 11

O cômodo estava escuro, somente uma pequena fresta de luz atravessava o vão entre as cortinas, o suficiente para iluminar onde Henrico estava.

Uma das pernas estava esticada e a outra flexionada o suficiente para sustentar o seu braço e a garrafa de bebida em sua mão. Seus cabelos estavam bagunçados, o terno havia dado lugar para farrapos de roupas. Aquele homem de cabeça baixa e visivelmente acabado, de longe parecia o imponente e aterrorizante, Henrico.

Claire engoliu duramente a saliva que desceu rasgando e queimando a sua garganta. Instantaneamente seu coração se comprimiu.

Lenta e calma, ela deu um passo para dentro, analisando rapidamente ao seu redor. Os móveis estavam todos revirados, a cama era a única coisa em seu lugar.

Chupando uma respiração, ela fechou a porta atrás de si, Henrico parecia não notar sua presença. Ela, então, caminhou até ele, abaixando-se em seguida.

Sua mão começou a suar e tremer conforme ela dirigia-se até ele, precisamente para a garrafa de uísque, vazia.

— O que houve, aqui? — sussurrou para ela mesma, não tinha a intenção de questionar Henrico, era mais como uma questão interna, pois sabia que ele nunca falaria sobre qualquer assunto pessoal. Embora no instante em que ela colocou a mão na garrafa, Henrico levantou a cabeça. Seus olhos vermelhos e inchados, o semblante triste, embora não menos aterrorizante a fizeram cair para trás.

— Saia! — ele exigiu em uma voz rouca, estava mais para um resmungo.

Mordendo os lábios, Claire endireitou-se. Até mesmo em seu pior momento Henrico era orgulhoso, mas estava claro que ele precisava de alguma ajuda.

Respirando fundo ela pescou a garrafa de bebida da sua mão. Ele estava embriagado demais para ter alguma força, somente deixou seu corpo cair para o lado.

— Dê-me aqui — resmungou novamente.

— Não — disse Claire taxativa. — Você já bebeu demais. — Colocou a garrafa atrás dela e voltou sua atenção para Henrico. — Não me veja como intrometida, mas... Isso me parece fora do real, em comparação do que vi de você. O que aconteceu? — indagou tentando encará-lo, mas Henrico balançava a cabeça de um lado para outro em sinal negativo. Ele tentou, inutilmente, escorar-se na cama para se levantar, mas seu corpo pendeu ao chão novamente.

— Maldição — balbuciou embriagado.

— Deixe-me ajudá-lo.

— Eu não preciso de ajuda! — gritou ele. — Eu não preciso de uma mulher. — Riu amargo. — Eu nunca precisei antes, eu não a quero aqui. Saia!

Então, ali estava o cerne do problema. Henrico estava claramente sofrendo por uma mulher. Mas quem?

O estômago de Claire, estranhamente, deu um nó.

— Você não está em condições de exigências e, além do mais, você foi legal comigo, deixe-me ao menos retribuir o favor.

Henrico mirou o chão, seu corpo sem forças para levantar-se.

Ele não disse nada. Não queria sentir nada. Só queria que o dia acabasse, assim como o conteúdo das três garrafas que bebera mais cedo.

Claire passou o braço por baixo do dele, escorando sua mão nas costas firmes e musculosas. Ele era pesado demais.

— Vamos, você consegue se eu ajudá-lo — sibilou próximo ao ouvido dele.

Henrico sentiu a respiração bater em sua pele, ele a encarou.

Rendidos pelo amor - Livro 1 (Duologia Rendidos)Where stories live. Discover now