A Resistência | À Beira do Caos (Livro 1)

Capítulo 74

Não vi a hora em que o Nathaniel foi embora.

Rolo na cama de um lado para o outro lutando contra os pensamentos que me levam para ele o tempo todo, mas o cheiro dele na minha cama não me ajuda.

Não posso deixar isso acontecer.

Não posso me apaixonar por ele.

Reúno todas as minhas forças e me levanto.

Quando abro a cortina, a luz do sol inunda o quarto revelando um dia lindo. Talvez andar um pouco na praia me distraia, além disso, sinto falta da Amanda e da Nina.

Ligo para as duas e combinamos de nos encontrar em meia hora.

Ao lado da caixa de primeiros socorros, vejo um papel com algo escrito.

"Foi difícil dormir com você assim... tão linda! N."

Droga!

Por que ele tem que ser assim?

Para, para, para de pensar nele!

Pego o caixa de primeiros socorros e vou até o banheiro para guardá-la.

Depois de tomar um banho frio, visto-me e começo a ir em direção à porta. Mas no meio do caminho não consigo controlar um sorriso quando vejo que ele virou o porta-retrato com a nossa foto.

Eu o deixo assim!

*

— Todo mundo está comentando que a Escolta Real passou a noite toda na Torre por causa de um Príncipe que dormiu aqui — Amanda começa com um sorriso malicioso enquanto caminhamos para o apartamento da Nina. É a prova de que não dá para ter o mínimo de privacidade quando o Nathaniel está por perto. — Anteontem no Palácio Real, ontem aqui! Está ficando sério.

— Não foi no Palácio Real — digo. — E a gente só dormiu, mais nada...

— Isso não é da conta de ninguém, Emily — ela fala quando eu toco a campainha. — Mas eu iria adorar ser chamada para madrinha de casamento.

Forço uma risada.

— Quem vai casar? — Nina pergunta quando abre a porta.

— Ninguém! — respondo rápido, fazendo Amanda rir.

Fazemos o caminho para a saída da Torre e, depois de alguns minutos de carro, Nina, Amanda e eu estamos na praia.

Sentamos em um muro que separa o calçadão da areia e aproveitamos para pegar um pouco de sol no rosto enquanto ainda não está muito quente.

Queria que a vida pudesse ser sempre simples assim. Daria qualquer coisa para que meus pais estivessem vivos.

Se a minha mãe estivesse ao meu lado, ela poderia me ajudar com os meus dilemas, com as minhas decisões.

Queria que aquele vírus não corresse no sangue do Lucas.

Queria não ter machucado ele.

E, neste momento, tudo o que mais queria é não ter que machucar o Nathaniel.

— Posso confessar uma coisa para vocês? — Amanda pergunta, tirando-me das minhas frustrações. Agradeço em pensamento, queria me distrair dos meus problemas e em vez disso tenho lágrimas nos olhos. — Eu estou totalmente apaixonada pela Louise — ela assume.

— Isso é ótimo, porque ela está muito apaixonada por você também — Nina diz, acentuando a palavra muito. — Perguntei a ela.

— O que você fez? — Amanda questiona com os olhos assustados para Nina, que dá uma risada. — Ela disse que está apaixonada por mim? — Agora ela já tem um sorriso no rosto.