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- Mhm, você não adora o cheiro da Camélia? - Jimin perguntou, admirando o vaso com as singelas flores que Kaelo havia ganhado de um admirador estrangeiro.

- Eu não sei como é o cheiro. - Kaelo falou, confundindo o gênio - Sofro de Anosmia Congênita.

- O que é isso? - Jimin franziu o cenho, não fazendo a mínima ideia do que aquele nome complicado significava.

A garota colocou algumas panquecas no prato e empurrou para o centro da mesa. Depois de limpar as mãos, disse: - Eu não tenho o sentido do olfato. Tá vendo essa delicia calórica aqui? - Apontou para as panquecas e Jimin assentiu. - Eu não sinto o cheiro que emana delas, nem dessas flores, nem do perfume que eu uso... de nada.

- Eu não sabia disso. - O gênio continuava com o cenho franzido. - Que horror! Como é que você consegue não se importar com isso?

A ruiva riu.

- Eu nasci assim, então não faz diferença. Estou acostumada.

- Mas você não tem curiosidade sobre como é sentir odores?

- Claro que tenho. Mas para isso que eu tenho não tem cura e...

- E...?

Kaelo não respondeu, apenas mastigou lentamente o pedaço a panqueca, enquanto tentava ao mesmo tempo organizar a enxurrada de pensamentos apressados que lhe invadiram a mente. Seu problema não tinha cura cientificamente, mas ela ainda tinha um desejo sobrando. Aquilo significava perder Jimin, mas ela teria que usar o desejo algum dia. Já fazia meses que estava "segurando" o gênio em sua vida, e isso porque ainda não sabia o que pedir. Claro que a vontade de não perdê-lo também implicava na coisa toda. Agora ela sabia, e era algo que realmente queria, que lhe seria extremamente útil.

Jimin, como o curioso e impaciente que era, invadiu a mente da garota a sua frente, descobrindo sobre o que ela estava pensando: sobre o último desejo.

- É um ótimo pedido. - Comentou, também experimentando a panqueca. - Invista nele.

- Ah, é, esqueci que você lê pensamentos e é enxerido. Uma péssima combinação. - Kaelo brincou, rindo fraco.

- Qual é! Não precisa ficar se sentindo culpada, chateada ou seja lá o que for. - O gênio falou. - Pensa no lado bom de eu ir embora.

- Qual é o lado bom? - Kaelo murmurou.

O loiro se dispôs a pensar, mas não encontrou argumento válido.

- Okay, não tem lado bom. - Admitiu. - Mas sua comida vai durar mais.

Kaelo riu, balançando a cabeça negativamente.

- Vou sentir sua falta.

- Se você quiser, eu posso fazer você se esquecer de mim.

- Não! - A garota disse imediatamente. - Posso conviver com a saudade, mas não com a sensação de que tem algo muito importante faltando na minha vida.

Kaelo sorriu diante tais palavras amigáveis. Ele sentia um aquecimento maravilhoso se enroscar em seu coração e ali ficar repousado: como o filhote que procura o colo de sua mãe.

- Espero que meu próximo amo seja igualzinho você. - Jimin disse, realmente feliz e emocionado pelo que acabara de ouvir.

O gênio só não sabia que do outro lado de Seul, Jungkook sentia exatamente a mesma coisa que Kaelo temia sentir. O moreno tinha a terrível sensação de que algo muito importante faltava. E não era só isso, ele estava doente.

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- Eu não vou comer! - Jungkook teimava.

- Vai morrer de fome desse jeito.

LAST REQUEST • pjm + jjkWhere stories live. Discover now