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Eu queria que você soubesse que amo o jeito que você ri

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor

Eu mantenho sua fotografia

E eu sei que me serve bem

Eu quero te abraçar bem forte e roubar sua dor (Broken - Seether)

- Não queremos falar com você, Jungkook.

- É, pode ir com seus novos amiguinhos. - Yoongi complementou, também virando as costas.

E foi isso o que eles disseram à exatos dois meses atrás, para depois desaparecerem da minha vida, sem sequer me dar uma chance. Eu entendo a raiva que eles devem estar sentindo, fui um completo tolo. Agora perdi meus amigos, perdi minha privacidade, não perdi minha virgindade, e - de brinde - só ganhei dor de cabeça.

Tem como piorar?

- Come back home! Can you come back home!!! Chagaun sesang kkeute nal Beoriji malgo nae gyeoteuro!

Tem quando Jimin está massacrando a música do 2NE1.

- Nossa senhora de Park Bom, ainda bem que ninguém mais pode te escutar, ou a polícia já estaria batendo à nossa porta. - Resmunguei.

- Ah, eu não sou tão ruim assim, vai. - Parou de pular na cama e me encarou, um leve beicinho se formando em seus lábios.

- Você não é ruim, é pior do que ruim. Parece até uma panda prenha - Provoquei.

- Então eu sou fofo, né ? Pois pandas são fofos - Perguntou, com a maior inocência do mundo.

- Ninguém parindo é fofo - Fiz careta.

- Como não? - Ele se sentou na cama - Acho que dar a luz é uma das coisas mais lindas do mundo. Não pelo bebê saindo, mas sim pelo milagre em si - s
Sorriu para o nada .

- Sério mesmo? - Continuei com a careta.

- Como será que eu nasci? - perguntou de repente, mudando o foco do assunto. - Bom, se é que eu nasci - Corrigiu-se, rindo fraco.

- Você gostaria de ter uma mãe, um pai, alguns irmãos?

- Uma família - ele sorriu mais ainda.

Senti um aperto no coração, um aperto extremamente incomodativo. Jimin é um garoto - mesmo que anormal - muito especial. Acho que deve ser chato pra ele realizar os desejos dos outros e não ter nenhum para si mesmo.

- Não se preocupe comigo, Jungkook. É o meu ofício - Ele falou ao, obviamente, ler minha mente.

- Acho que vou desejar ler mentes também - Comentei, só para nos desviarmos daquele assunto incomodo.

- Não queira isso - Riu fraco.

- Por que não?

- Você verá um lado oculto das pessoas, e, por ser oculto, muitas vezes é ruim.

Ele deu uma pequena pausa e então continuou: - Você verá o que muitos pensam realmente sobre você e isso não é bom. E... você sofrerá com coisas que desejaria não ter descoberto. - Sua voz foi ficando baixa, seu tom triste. - É na mente que as pessoas guardam suas verdades. E vai por mim, muitas vezes é melhor que elas fiquem lá, ocultas.

- Mas não acha importante sabermos a verdade? - Perguntei, um tanto confuso.

- Se fosse assim, vocês humanos teriam nascidos com o poder de ler mentes, uh?

- Faz sentido. - Assenti de leve, me afundando novamente na cama e encarando o teto estrelado.

Senti o colchão afundar minimamente, o que indicava que Jimin estava vindo se deitar ao meu lado. Mas notei que essa indicação era falsa quando seu rosto entrou em meu campo de visão. O gênio colocou uma perna de cada lado da minha cintura, o que me deixou extremamente confuso, fazendo meu coração dar uma leve disparada.

- O que está fazendo? - Minha voz saiu em nada mais que um sussurro.

- Eu nunca beijei alguém. - Ignorou minha pergunta - Será que... - Arfei de leve quando seus lábios tocaram meu pescoço, ficando ali por poucos segundos. - Eu posso tentar? - Completou, voltando a me encarar.

Os cabelos loiros de Jimin caiam no rosto, arrastando-se levemente em meu pescoço, fazendo com que eu sentisse a maciez de seus fios. Ele tinha a testa levemente franzida, como se tentasse ler minha mente, a qual eu estava lutando para manter trancafiada. Ou talvez ele estivesse apenas esperando minha resposta.

A resposta!

Seus lábios pareciam pedir por atenção, seu olhar mais ainda. Isso pode soar clichê, mas acho que poderia me perder naquela imensidão negra.

Logo comecei a notar algo que Jimin nunca demonstrou: Sua sensualidade. Não é como se eu já não tivesse notado a beleza dele, muito pelo contrário, Jimin era lindo e ali, acima de mim, com o rosto à tão poucos centímetros de distância, a boca entreaberta e os olhos fixos nos meus, ele estava extremamente sensual.

- Jungkook? - Tornou a chamar, mais baixo do que sua última fala.

Não respondi, apenas levei minha mão até sua nuca, puxando Jimin de forma singela até que seu rosto ficasse próximo o bastante do meu. Meus lábios se arrastaram preguiçosamente por sua bochecha, descendo para seu queixo - onde dei uma leve pressionada - e então segui para os grandes lábios dele.

Mas, antes que pudesse completar o trajeto, ouvi o barulho de algo se quebrando lá embaixo, e gritos. Gritos dos meus pais, para ser mais especifico.

- De novo - Suspirei, fechando os olhos com força.

- Eu sinto muito, Jungkook - ouvi Jimin dizer, e sair de cima de mim. Ele se deitou ao meu lado.

- Eu não entendo, hyung. Eles nunca brigavam dessa maneira - Lamentei.

Mamãe e papai estavam discutindo novamente, e para não socarem um ao outro acabavam descontando nos móveis. A primeira briga começou acerca de um mês e desde então não parou mais. Parece até que eles colocaram aquilo no topo da lista de afazeres.

E o motivo disso tudo?

Adivinhem!

Se você disse dinheiro: Parabéns, já pode tirar seu certificado de cartomante.

- É apenas uma fase. - Jimin retrucou.

- Uma fase. - Repeti, querendo acreditar naquilo. - Espero que não seja duradoura - Complementei.

Ficamos em silêncio, mas algo o interrompia. Mamãe berrava com papai, a voz dele não se era manifestada, o que significava que estava apenas ouvindo. Aquilo - ouvir seus pais discutindo daquela forma, quando nunca o fizeram - era tão massacrante.

- Vamos dar uma volta - O gênio se levantou, me puxando junto.

Eu realmente não estava a fim de sair, mas era melhor do que ficar ouvindo meus pais brigarem.

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só porque hoje eu inspirada

LAST REQUEST • pjm + jjkWhere stories live. Discover now