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- Por que você foi embora? - Perguntei, ouvindo meu pai suspirar do outro lado da linha.

- Olhe, sua mãe e eu precisamos dar um tempo, esfriar a cabeça. Entende?

- Não, eu não entendo - Protestei - Como um casal que sempre se deu tão bem acaba assim, de um dia para o outro?

- Não acabou - Meu pai retrucou, sua voz fraca - É exatamente por estarmos á tanto tempo juntos que sua mãe e eu precisamos de um tempo.

- Isso não existe - Resmunguei. - Vocês dão um tempo agora, e daqui algumas semanas estão pedindo divórcio.

- Jungkook...

- Daí, então, começam a brigar pela separação de bens, no qual você vai resmungar que a mamãe vai levar a melhor.

- Não é...

- Então vocês vão brigar na justiça pela minha guarda.

- Mas a gente...

- Então o juiz vai me pedir para escolher com quem eu quero morar e eu vou me sentir culpado, pois: se escolher a mamãe, irei te deixar chateado, e se eu te escolher, é a mamãe quem ficará chateada.

- Será que...

- Daí eu vou ter que começar a frequentar um psicólogo pois estarei deprimido com toda essa história e...

- Será que dá pra me deixar falar, Jungkook?! - Meu pai gritou, fazendo-me calar.

- Eu não sou surdo. - Resmunguei logo depois.

Um suspiro.

- Olha, filhão, eu preciso desligar agora. Nos falamos depois, está bem?

- Eu não tenho escolha, não é mesmo? - Tornei a resmungar.

- As coisas vão se ajeitar. Dê tempo ao tempo. - Já é a segunda vez que eu ouço isso. - Então ... até mais. Eu te amo.

- Até - Sussurrei, desligando em seguida e não respondendo ao 'eu te amo', pois me pareceu mais uma despedida. Eu não gosto de despedidas.

- E então? - Jimin perguntou, sentando-se ao meu lado.

- Como se você não tivesse ouvido tudo - Revirei os olhos.

- Eu não tenho super audição... Na verdade, eu tenho, mas não achei certo invadir sua privacidade dessa maneira.

- Como se você já não tivesse feito isso. - Tornei a repetir.

- Das outras vezes foram por boas causas - Deu de ombros.

- E essa não é uma?

- É. Mas isso é algo entre você e seu pai, não é certo eu ficar xeretando.

- Gostaria que pensasse assim das outras coisas também. - Provoquei, ganhando uma cotovelada em troca - Aish. - Resmunguei, passando a mão na costela.

- E então, o que ele disse? - Insistiu.

- Que isso é temporário, e, roubando suas palavras: disse para eu dar tempo ao tempo.

- Isso prova que eu estou certo. - Sorriu.

- Ou que você está errado.

- Aigoo, não seja pessimista.

- Não sou pessimista, você é quem é otimista demais. - Retruquei.

- Essa conversa já está ficando sem noção - Riu, se jogando no colchão. - Eu já disse o quanto gosto desse teto? - Perguntou, ainda mantendo o sorriso no rosto.

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