q u i n t o

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Nossas bicicletas estavam velhas, mal cabíamos nelas; tínhamos vinte, quem sabe, vinte e um anos. Ainda éramos jovens, mas velhos demais para pedalá-las, então deixamo-nas de lado, trancafiadas em meu sótão.

Seus cabelos estavam inertes à uma coloração negra, era um inverno ausente de sol; Jimin mudou sua cor predileta à azul e se casaria dentro de um mês com uma mulher estrangeira, pediu-me que, por favor, não comparecesse à cerimônia.

Ainda tão imaturo, vi-me confuso. Ele estava tão sério, sua voz perdera o tom dourado, e seus lábios, encontravam-se cruelmente rachados. Jimin estendeu a mão no ar, tomando fôlego como se fosse dizer alguma coisa.

Mas nada disse; bateu a porta sem se despedir e caminhou depressa, esvaindo-se com o último resquício de amarelo.

ᴀǫᴜᴇʟᴀ ɴᴏssᴀ ʙɪᴄɪᴄʟᴇᴛᴀ ᴀᴍᴀʀᴇʟᴀ.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora