Capítulo 7

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Eu não conseguia dormir. Eu já tinha comido meu estoque de chocolate e estava sentada no meu escritório olhando contas e mais contas. Minha cabeça estava mais bagunçada do que eu pretendia para uma noite de quarta-feira.

Já passava da meia noite e o único café vinte e quatro horas ficava a três quadras daqui. Eu desci até a garagem, mas meu carro não ligou, provavelmente congelado de frio. Que ótimo.

Pelo menos eu faço algum exercício, meu lado positivo pensou. E morro de frio também.

O caminho foi feito rapidamente porque eu odiava andar na rua a noite - principalmente nessa cidade.

Na volta eu estava segurando dois copos de líquido fumegante - chocolate quente e um café com leite de soja.

Minha espinha arrepiou quando estava virando a segunda esquina, tudo parecia mais escuro agora. Eu subestimei o frio e estava congelando só com esse casaco. O vento era amargamente gélido essa noite que minha pele exposta estava queimando.

Decidi cortar o tempo na metade indo por uma rua que eu geralmente nunca usava por aqui, mas pensei que com essa noite fria, seria de meu interesse chegar em casa a tempo de não congelar, mas ao fazer isso logo percebi que devia ter tomado minha rota regular.

Ouvi um tropeço e olhei por cima do ombro, vendo alguém atrás de mim. Apressei o passo e virei a última quadra que faltava para a minha rua, ouvindo os passos cada vez mais rápidos e próximos. Meus pelos se arrepiaram com a aproximação e aquela certeza que algo ruim aconteceria me atingiu.

Um puxão em meu braço me fez virar e um homem alto e magro me empurrou no beco. Os copos voaram das minhas mãos para o chão e eu tentei me defender o acertando com o cotovelo, mas ele me deteve.

- Me dá o dinheiro! O dinheiro! - a voz de um homem gritou contra meu rosto. Ele cheirava a bebida e drogas, um fedor podre que me enjoou.

Nem fodendo que eu ia deixar um drogado me roubar.

Sem outra escolha, empurrei o homem da minha frente com todo o poder que tive em mim, e observei com quando ele caiu e bateu a cabeça forte contra o cimento gelado, e com isso tive oportunidade para correr. Eu corri com todas as minhas forças para tentar chegar ao final do beco, e nesse ponto eu já estava chorando, o meu corpo quase petrificado, mas eu continuei correndo. Eu sabia que estava prestes a escapar até sentir um aperto firme no meu cabelo me puxar para trás.

Doeu terrivelmente quando fui jogada contra a parede e minha cabeça se chocou contra a parede de tijolo. Eu estava tonta, mas não desmaiei. Enquanto deslizei pela parede, senti um corpo rastejar por cima de mim e pânico tomou no meu coração. Eu comecei a gritar, bater com todas as minhas forças, mas senti-me completamente fraca debaixo do homem. Ele estava pesado e suando, ao mesmo tempo frio, ofegante em cima de mim e murmurando para si mesmo enquanto procurava algo nos meus bolsos.

Eu tentei afastá-lo de mim, gritando. Um duro golpe atingiu meu rosto e eu senti o gosto de sangue na boca.

Então vi algo atrás dele, uma forma escura e grande escureceu ainda mais, cobrindo o feixe de luz que iluminava o beco, fazendo meu desespero aumentar e o homem foi arrancando de cima de mim.

O peso levantado do meu corpo instantaneamente, senti como se tudo fosse um sonho, como se ele não estivesse ali. Eu me encostei contra a parede quando ouvi alguém gritar a alguns metros de distância, juntamente com contínuos sons de socos. Havia alguém batendo no homem que estava me assaltando e seja lá o que fosse, eu estava grata.

Vi o homem que me roubou sair correndo e fugindo. Eu fiquei encolhida contra a parede, o cimento frio abaixo de mim, fazendo-me tremer incontrolavelmente.

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