Capítulo 2

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Preparados para um pouco mais de
Ivy+Billy?

Tudo correu bem no jantar com as crianças e Sara, e agora eu estava limpando todo o pó e mofo acumulados em meu apartamento depois de tanto tempo fechado. Levaria alguns dias, mas logo estaria como quando fui embora - eu só não sabia dizer se isso era bom ou não. Já fazia uns dias que estava na cidade e estava procrastinando começar a limpeza, mas eu não aguentava mais acordar na poeira.

Meu celular vibrou em cima da mesa e eu não reconheci o numero, mas atendi mesmo assim.

- Veja quem está de volta à cidade do pecado - a voz de uma mulher falou e eu não contive o sorriso que tomou meu rosto, jamais esqueceria aquela voz.

Louisa era minha amiga desde criança. Eu me dava muito bem com sua família, eles eram amigos antigos de meus pais e o pai dela era político, totalmente contra a violência e o uso de armas pela população. Ele também era contra o uso indiscriminado delas pela polícia, e agora eu entendia. Se não tivessem atirado no meu irmão quando o renderam, ele ainda estaria vivo.

- Não vou nem perguntar como conseguiu meu número - respondi no mesmo tom desafiador e ouvi sua risada.

- Encontrei Sara no supermercado e ela me contou que está de volta na cidade e deu seu novo número - explicou.

- Uau, isso me surpreendeu - eu me joguei no sofá, sentindo todos meus músculos doerem.

- O quê? Sara ter me dado seu número?

- Não. Você estar fazendo compras no supermercado.

- Vá se ferrar, Ivy - ela riu - Saiba que agora sou uma mulher responsável - ela disse num tom sério, e se eu não a conhecesse, acreditava.

- Não me diga que casou - provoquei e praticamente vi sua careta na minha mente.

- Deus me livre, não tão responsável - ela riu - Estou trabalhando com meu pai agora, ajudando na campanha.

Stan Ori era senador e estava em campanha para se reeleger, percebi pelos outdoors espalhados pela cidade. Essa não era a praia de Louisa igual a guerra não era a minha, mas como todo filho, fomos sugados para esse meio mesmo não querendo. Ouvi ela suspirar quando eu não disse nada, e eu fechei os olhos.

- Quero te ver, Ivy - ela pediu, seu tom mais temeroso agora. Eu suspirei sem fazer barulho e assenti.

- A gente pode ir naquele bar de sempre, não te convido para vir aqui em casa porque está tudo uma bagunça.

- Eu queria, mas estou atolada de trabalho - ela disse e eu fiz uma careta, nunca achei que fosse ouvir essas palavras saírem de sua boca - Porque não fazemos assim, papai vai dar uma coletiva no Plaza amanhã tarde, você poderia vir até aqui, eu disse que você estava na cidade e ele também quer te dar um abraço.

Eu não tinha como negar. Uma por ser Louisa, outra por seu sempre ter sido um segundo pai para mim. Ouvi alguém chamá-la e ela xingou baixinho.

- Combinado, me manda uma mensagem com o endereço e o horário - eu disse.

- Ótimo, perfeito - ela vibrou - Vou deixar seu nome liberado e te mandar o endereço. Agora tenho que ir ou vou empalar meia dúzia de incompetentes - pelo tom irritado de sua voz, eu não duvidava.

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Quase tinha esquecido como esse hotel era luxuoso e grande. Com piso e paredes com detalhes em mármore, sofás e cadeiras de um século desconhecido mas que por si só gritavam a palavra caro.

Justo e SujoWhere stories live. Discover now