Esse era o lado bom de trabalhar em casa: você podia trabalhar de pijamas e comendo Kit-Kat.
Eu não consegui descobrir aonde estava a falha nas finanças, mas eu sabia que havia e estava quase lá. Seja lá quem for esse Oliver, ele sabia o que estava fazendo.
Tive que contratar uma pessoa para terminar a faxina mal sucedida que comecei e ela estava a todo o vapor. Olga era uma mulher de meia idade com um sotaque mexicano carregado, mas era rápida e não fazia perguntas e o mais importante: era era faxineira de vários apartamentos daqui e todos a conheciam. Quem conhece essa cidade sabe que trazer alguém que não conhece para dentro de casa é suicídio.
Ela já havia limpado meu escritório e eu havia montado acampamento ali enquanto ela limpava o resto da casa e quando ligou pela milésima vez aquele maldito aspirador de pó eu quis bater minha cabeça na parede.
O nome William brilhou na tela do meu celular ao mesmo tempo que ele vibrou.
Ele não havia me ligado desde a noite que nos vimos e já haviam se passando três dias - não que eu estivesse contando.
Achei que ele fosse me ligar no dia seguinte, mas fiquei só achando mesmo. Eu não estava decepcionada nem nada, eu acabei de conhecer o cara, mas essa sensação de estar andando nas nuvens misturada com desejo de tocá-lo cada vez que eu pensava nele estava me irritando; eu nunca fui impulsiva assim... até conhecê-lo.
Eu precisava me concentrar e falar com ele agora ia mandar para o espaço o restinho de concentração que eu tinha. Quando a chamada caiu eu coloquei o celular no silencioso e o joguei sobre o sofá perto de mim e ele se enterrou entre as almofadas.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
Nos minutos seguintes tentei focar no que estava fazendo antes, mas o rosto daquela distração alta e morena dançava na minha mente. Esfreguei o rosto, frustrada. Eu precisava de um orgasmo e um banho quente para voltar ao normal. Ou dele me dando um orgasmo num banho quente.
- Senhorita? - a voz latina e carregada de Olga seguida de uma batida chamou do outro lado - Há um homem aqui para vê-la.
Que merda?
Levantei da mesa e quando abri a porta, quis me jogar pela janela. Ele estava ali, em carne e osso. Ele estudou meu rosto por um momento, mas logo seu olhar desceu e eu lembrei que estava de pijama.
Atire em mim, por favor. Bem na cabeça.
- Oi - disse tentando disfarçar o constrangimento, e ele me olhou com uma espécie de divertimento alegre e descontraído. Olga saiu quando eu agradeci.
- Oi - ele disse. Dei espaço para que entrasse e fechei a porta - Te liguei, mas você não atendeu.
É claro que não atendi.
- Ah - eu disse enquanto o via tirar as luvas e em seguida o casaco - Eu não ouvi - menti. Encostei na minha mesa e cruzei os braços, me xingando mentalmente por não ter atendido o celular. Eu pelo menos estaria vestida como gente se soubesse que ele ia parecer aqui do nada.
- Estava perto da sua casa, pensei em passar para dizer um oi. Não sabia se estava, mas decidi arriscar - ele deixou o casaco no sofá. Ele usava um terno perfeitamente alinhado ao seu corpo esguio, uma blusa branquísssima e uma gravata azul marinho.
- Tudo bem, não se preocupe com isso. Minha casa só está uma guerra - eu disse e um sorriso pintou seus lábios. Com as mãos nos bolsos, ele veio até mim.
BINABASA MO ANG
Justo e Sujo
Fanfiction[Essa história não será continuada] Ela perdeu sua família para a guerra. Primeiro sua mãe, depois seu pai, e por fim, seu irmão. Tudo o que ela queria era ficar longe, mas violência foi tudo o que ela encontrou voltando para Hell's Kitchen. Evelyn...