Justo e Sujo

Capítulo 5

Um vestido preto e um trench coat bordo foi o que eu decidi usar. Nada exagerado, nada desleixado. Bom, o vestido era o que me caía melhor, abraçava meu corpo e me deixava segura de estar bonita - o que era mais importante. Calcei os sapatos e olhei de novo no espelho, maquiagem e cabelo em ordem.

Eu admito, me vesti um pouco para ele, apenas um pouco. Gostava daquele olhar de fome que ele me dava. Independentemente de onde íamos, eu tinha certeza que minhas roupas estariam no chão no fim da noite. Olhei para o relógio. Já fazia dez minutos que eu estava esperando.

Aquela insegurança de que ele simplesmente não fosse aparecer me pegou, mas no segundo seguinte a campainha tocou.

Respirei fundo e quando abri a porta lá estava ele, lindo de morrer e com aquele perfume que me fazia querer correr meu nariz por toda sua pele. Ele usava um suéter preto e uma calça jeans da mesma cor, aquele mesmo estilo de roupa de quando o vi pela primeira vez no bar, uma mistura de casualidade e elegância. Nossos olhos se encontraram brevemente e minha boca ficou seca.

- Uau - ele exclamou, me olhando de cima a baixo - Você está linda.

- Oi - eu sorri e meus olhos caíram sobre seus lábios, e eu queria tanto que ele me beijasse como ele fez da última vez que quase doía.

Ele entrou quando eu dei espaço, já colocando as mãos na minha cintura e me puxando para perto até nossos corpos se tocassem e eu pudesse sentir o meu rosto esquentando.

- Desculpe o atraso - ele disse e eu sorri, ou pelo menos tentei. Eu estava pegando fogo desde que ele havia me deixado naquele estado.

- Tudo bem, eu também acabei perdendo um pouco o horário - menti e esperei ele dizer mais alguma coisa, mas, em vez disso ele pousou as mãos na parte de trás da minha cabeça, os dedos entre os meus cabelos, e me deu um beijo suave nos lábios. Tive que fazer um esforço para manter o corpo relaxado e não agarrá-lo agora mesmo.

- Melhor assim - ele sorriu quando afastou os lábios de mim - Vamos?

Os assuntos até o carro foram o trânsito e um pequeno acidente que havia acontecido e que o fez desviar e chegar um pouco atrasado.

- Então, pensei em irmos num restaurante no centro que serve comida Italiana. Acertei? - ele falou quando atravessamos o segundo farol, a alguns minutos do centro.

Eu não conseguia me concentrar em comida, meu apetite estava voltado para outra coisa, mas concordamos com comida Italiana mesmo.

- Você é sempre cavalheiro assim? Abre a porta do carro, chama para jantar - perguntei, olhando pelo canto do olho e ele sorriu.

- Você ia se surpreender se soubesse a resposta - seu tom me deixou ainda mais ansiosa.

Meu telefone tocou e eu me xinguei mentalmente por não ter desligado ou colocado no silencioso. Sara estava escrito em letras maiúsculas e eu recusei a chamada, e segundos depois chegou uma mensagem.

Zack sofreu um acidente. Estamos no St. Thomas, venha por favor.

Meu coração falhou uma batida.

- Meu Deus - eu sussurrei, lendo de novo para ter certeza.

- Tudo bem? - ouvi ele perguntar e neguei, passando as mãos trêmulas no cabelo.

- Eu preciso... você pode me levar até o hospital? - pedi. Ele me olhou sem entender, e eu percebi que não havia dito o que aconteceu - Meu sobrinho sofreu um acidente.

Um acidente poderia ser desde uma perna quebrada a algo mais sério. Meu Deus. William me olhou e era a primeira vez que eu o via surpreendido.

- Calma - ele pediu e sua mão pousou na minha coxa, dando um leve aperto - Estamos perto, chegamos em alguns minutos.