Sétimo capitulo. - Perdi minha avó.

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“Mas como a senhora sabe sobre a maldição?”

" Sei muito mais do que você imagina, Amy."

" Do que a senhora esta falando? Sobre a maldição?”

 "Tudo, sobre a maldição, e sobre sua verdadeira identidade, mas eu nao posso lhe contar isso agora, isso voce tera de descobrir sozinha, e com o tempo."

"Mas o que a senhora tem pra me dizer?" - me sentei ao lado dela na cama.

" É sobre a maldicao. Voce precisa saber. Ha alguns anos eu fiz uma inimiga. Não uma inimiga qualquer, ela era uma bruxa. Morgan La Fay, a bruxa das bruxas.”

 “E o que isso tem haver com a maldição?”

 “Deixe-me terminar, por favor. – Eu tinha quarenta e cinco anos quando conheci seu avô. Apaixonei-me por ele na primeira vez que o vi. O que eu não sabia, era que Morgan também havia se apaixonado pelo mesmo. Mêses passaram-se, e eu e seu avô fomos aos poucos, nos conhecendo melhor e começamos a namorar. Morgan não gostou da ideia e decidiu acabar logo com tudo isso, eu e seu avô nos negamos a ficar separados. Então Morgan o amaldiçoou, com a morte. Ela disse que dentro de dois dias seu avô morreria, e eu não poderia viver sem ele."- Ela começou a chorar. “Então fui conversar com ela, eu estava disposta a trocar a minha vida pela dele, mas não era isso que ela queria, ela queria me ver sofrer, igual ela sofreu por ter de ficar longe dele, e vê-lo com outra. Ela disse ter prometido para a morte que ele seria a sua próxima vítima.”

  “Então a senhora desafiou a morte!” – Disse Richard que estava prestando atenção em toda a conversa.

  “Nao exatamente. Eu havia passado anos estudando sobre fatos desconhecidos, era vicida nisso. E em uma pesquisa sobre uma cura inexistente para todo os tipos de doencas, eu encontrei uma forma de me comunicar com a morte. Ela tinha um filho."

  "A Morte tem filhos?"

  Nao sei o que era mais bizarro, o fato de eu ter sido sequestrada e levada para um planeta amaldiçoado, o fato da Morte ter um filho, ou o fato de minha avó ter encontrado uma forma de se comunicar com ela.

  "Sim. Um dia voce ira saber mais sobre tudo isso. Eu pesquisei, e encontrei o garoto, ele mora com uma família adotiva desde que tinha quatro anos. O sangue, o sacrifício do garoto era a única forma de eu conseguir me comunicar com a Morte. Eu precisava disso."

    Me levantei da cama, me afastando, com nojo, medo e ódio.

   "A senhora matou ele?"

    Richard se pos de pé ao meu lado, provavelmente sentindo o mesmo que eu.

   "Não. Eu não consegui. Eu havia o levado para um galpão velho, a família já estava desesperada atras dele quando descidi o levar de volta pra casa, mas ele ficou com medo de mim e fugiu, um carro o atropelou durante o percurso. Ele foi arremessado quase trinta metros acima do carro, ele quebrou o pescoço. Então a Morte apareceu, revoltada, então eu a desafiei. A Morte tinha mais uma filha, e eu sabia exatamente aonde a garota estava, eu disse que se ela me tirasse seu avô, eu tiraria a vida de sua filha também. Fizemos um acordo, ela deixaria seu avô viver, desde que eu me afastasse da garota. Eu não me afastei, e ela levou seu avô."

   " Porque não se afastou da garota?"

   "E-eu quis ter uma carta na manga. Quis enganar a Morte. A garota tambem estava com uma familia adotiva, e eu os conhecia melhor do que ninguem. Mas a Morte foi mais esperta, e não quis me alertar uma segunda vez, ela apenas o levou com ela. Naquela noite a depressao tomou conta de mim, entao eu passei uma corta no pescoço, literalmente. Eu me suicidei, manao ela nao me queria, ela queria que eu sentisse a dor de perder um filho, ou uma dor pior que essa. Entao eu acordei no piso de um hospital. Sua mae estava la, e seu pai tambem, ambos abatidos, a Morte havia lhe tirado a vida de seu mais novo filho."

A Maldição da Lua.Where stories live. Discover now