5.

59 17 8
                                    

Quem ainda não votou para os Fanfiction Awards, vá ao capítulo antes deste para saber como o fazer. Era muito importante para mim se o fizesse, a sério! Por favor...

| 12 de dezembro, 2017 |

Despertei quando alguém bateu à porta do meu pequeno e acolhedor apartamento e quase que caí da cadeira. Rodei a cabeça para encontrar o relógio e depois de alguns segundos a olhar para os ponteiros consegui perceber que passava poucos minutos das oito. A última vez que tinha visto as horas eram seis da manhã. Devo ter adormecido por essa altura. Fiquei a noite toda acordada a acabar um trabalho de férias da faculdade. Podia fazê-lo nos próximos dias, mas quando começo alguma coisa só a consigo largar depois de estar acabada. Não estava era à espera de adormecer a meio. A sério, eu pagava para ter tempo para fazer as coisas que gosto.

Levantei-me da cadeira devagar para não dar com a cara no chão e tentei arranjar o cabelo, dentro do possível. Caminhei aos tropeções até à porta e após mais uma batidas na porta, consegui encontrar a maçaneta e abri-la. Parecia uma bebeda abandonada à sua sorte e aos seus dois pés esquerdos. Nem queria imaginar o meu aspeto ao espelho, devo parecer uma doninha que acabou de ser atropelada por um comboio.

- Credo, o que é que te aconteceu?- era Frederico quem estava do outro lado da porta, na sua cadeira de rodas e a segurar o que me pareciam ser dois cafés. Nem me dignei a perguntar o que ele estava ali a fazer, às oito da manhã, tirei-lhe um dos copos da mão e rapidamente bebi o café que estava já a arrefecer. O moreno ficou a olhar para mim como se eu fosse maluca, e de certa maneira com razão. Quem é que em pleno dezembro fica acordada até às tantas da manhã para entregar um trabalho que só tem de entregar em janeiro? Eu mesma.

E podemos falar no quão bom e quente estava aquele café? Podia viver tão bem só com o calor e aconchego da poderosa bebida a que alguém chamou café.

Deixei-o entrar e fechei a porta. Acabei o café e coloquei o copo em cima da secretária que estava cheia de folhas desorganizadas e lápis e todos os materiais que precisei para fazer o meu trabalho. Sou tão desorganizada normalmente. Nem sei como é que não me perco na minha casa. Qualquer dia tenho de começar a por indicações pelo apartamento todo para lhe lembrar do que tenho de fazer a seguir.

O rapaz da cadeira de rodas ficou parado ao pé do meu sofá, também a beber o seu café. Estava a achar engraçado a minha cara de sono e a minha desorientação. Também eu acharia se fosse ele, porém eu não acho piada nenhuma. Perder horas de sono pela faculdade é daquelas coisas que não valem a pena mas continuas a fazer porque sim. Não devíamos gastar assim o nosso tempo, o nosso precioso tempo. Mas pronto... O que se pode fazer?

- São oito da manhã, Frederico- aterrei no sofá ao lado dele e tapei-me com a manta vermelha que está sempre lá para quando o ar condicionado não chega para me aquecer o corpo e o apartamento. Problemas de viver neste espaço minúsculo? Não ter lareira.

Entre outras coisas desagradáveis envolvendo os vizinhos de cima... Nem quero falar disso!

- Eu sei, mas...- notava-se que ele estava arrependido e inseguro só pela voz. Podia conhecê-lo à pouco tempo, mas estes traços eram indistinguíveis na voz dele- Nós combinamos que eu vinha cá a esta hora, mas se for muito cedo eu vou embora. Não queria incomodar, muito menos acrodar-te. Desculpa.

- Não peças desculpa. Tens razão, nós combinamos - idiota que tu és Beatriz Viera Azevedo! - E só estou assim porque tive de acabar um trabalho e acabei por adormecer. Estou de rastos- suspirei e passei as mãos pelo cabelo, frustrada por ter adormecido a meio e não ter acabado o trabalho. Sou perfeccionista, gosto de ter tudo feito ao pormenor e tudo tem de ficar bem, tudo! Quando deixo as coisas a meio, ainda por cima por me deixar dormir, e ficam todas mal feitas só me dá vontade de fazer tudo outra vez, mesmo depois de todo o esforço.

Uma Cadeira e Dois Chocolates QuentesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora