Capítulo 59

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Renlet brinca com ela. Ele faz as memórias dele aparecer nitidamente para ela. Mas fica furioso por não conseguir brincar com seus pensamentos ou lembranças. Ele tenta brincar com a mente, mas não consegue. Isso sempre o deixou furioso. Mais do que saber que não poderia controla-la por muito tempo, nem mesmo agora que ela está fraca. Ele usa seus poderes para anular os dela, mas ainda sente um calor vindo dela, como se o fogo ainda estivesse queimando dentro dela.
Vários dias se passam e ele conta à ela tudo o que se lembra. Conta como a conheceu, como descobriu que ela tinha poderes e como a usou para machucar até mesmo seus amigos.
Era por isso que Tyler a odiava quando se conheceram ou melhor, quando a viu outra vez, depois de tantos anos.

O rei a levou do esquadrão quando ela tinha onze anos. Naquela idade ela já tinha presenciado várias mortes e até mesmo a de sua mãe. Ele a treinou, torturou e a controlou desde então. Até que precisou prende-la por amar o filho dele. Mas, era muito mais do que Grey poderia imaginar. Ele a usou até os dezesseis anos.
Numa tarde em que ela iria até a cidade com o príncipe, não foi ali que o rei a prendeu. Ele estava usando ela e o filho também, para saber se eles se renderiam a um sentimento qualquer. Eles eram um experimento e Grey não consegue deixar de pensar que talvez não teria se apaixonando pelo o Adam. Se eram um experimento, ela ainda estava sendo controlada ? Era falso tudo o que tinham vivido ?

Não.

Não pode ser. - Ela pensa.

O rei continua brincando com ela. E Grey tenta imginar onde o Adam pode estar neste momento, o que Renlet pode ter feito à ele. Ela não pensa na dor e no sangue que derrama todos os dias enquanto o rei a tortura. Ele arrancou as unhas dela, dos pés e das mãos, uma por uma. Cortou sua pele várias vezes, como se quisesse arrancar pedaço por pedaço e deixar somente a carne. Também bateu nela e ordenou que vinte homens a chutassem e socassem seu rosto.

O sangue não tem tempo pra secar com tantas surras e cortes. O corpo dela lateja de dor, mas a vontade de matar o rei é maior. E o corpo fica mais fraco a cada dia, sem comida e sem água.

Em uma noite, um dos soldados entra no lugar onde Grey está presa e para em frente a ela. Ele sorri e diz:

- Você é o brinquedinho do rei. Eu gostaria de entender o porquê. Talvez se nos divertissemos essa noite, eu entenderia. - Ele puxa os cabelos dela.

Grey fecha e abre os olhos encarando o rapaz. Ele é alto e está vestido com o traje dos soldados, preto e vermelho. O que o rei acharia se visse outro brincando com ela sem que ele ordenasse ? Ela sorri.

- Do que está rindo ? - Ele pergunta. Ela ri mais alto - Do que está rindo ?! - ele soca-lhe o estômago.

- Você acabou de assinar  sua sentença de morte. - Ela consegue dizer com muito custo e continua rindo.

O soldado fica nervoso e agride a jovem, a joga no chão e começa a tirar a roupa dela. Ela tenta se desvencilhar, mas não consegue. Então, ela reúne o restinho de energia que lhe resta para gritar.
- Rei!

Nunca precisara do rei como precisa agora. Será que ele ajudará ? Ou será que aplaudirá o soldado pela atitude ?
- Cale a boca vadia! - ele soca a boca dela.
Grey vê que ele tem uma faca nos bolsos e tenta pegar. Ela tenta e quase consegue até que a porta é escancarada.

- O que está acontecendo aqui?! - o rei esbraveja e quando percebe, joga o soldado contra a parede com os poderes - Quem você pensa que é? 

- Desculpe, senhor. Eu só estava torturando ela.

- Muito bem, soldado. - o rei sorri e Grey não se surpreende, mas entra em choque. Ele puxa o soldado, bate em seus ombros como se estivesse tirando a poeira e o soldado sorri maliciosamente olhando para a jovem. De repente, o rei torce o pescoço do rapaz enquanto ele olha com dor para a Grey. Logo, o soldado está no chão e o rei está batendo suas mãos uma na outra e sorrindo para Grey.

CONTROLADOSWhere stories live. Discover now