Capítulo 5

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Nas províncias de Callahar, o rei e sua comitiva dispararam para dentro do castelo e não deram chance alguma de defesa para as vitimas. Sem piedade, o rei arrancou a cabeça dos que governavam ali. Ele se auto elegeu superior e dono daquela província.

Sem dar tempo de luto, em meio aos corpos, o rei e o exercito fizeram um banquete e deliciaram o vinho do castelo. Os guardas do rei morto foram obrigados a se ajoelharem para este perverso que acabara de destruir o povo e tudo o que eles acreditavam. Alguns, leais o bastante para o reino, se opuseram e tiveram suas cabeças cortadas de forma brutal. Sem rodeios, sem piedade.

Pela aquela ''vitória'', o rei não se contentou em apenas dominar a província, mas também, torturou e abusou dos homens e mulheres. O que antes era uma província rica e forte se tornou apenas uma destruição.

Callahar era um dos poucos lugares que não havia sido invadido pelo rei ou se rendido as suas ordens. Havia um povo bom que lutava e governava com democracia e igualdade. Agora, não restou nada.

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- Princípe Renlet?

- Sim.

- O diretor da universidade está pedindo que o senhor volte a estudar, precisam do senhor lá.

- Será que ele não vê que estou ocupado?! – Adam esbraveja – O rei precisa que eu fique aqui e deixe tudo em ordem até que ele volte, não posso voltar para a escola sem que ele volte.

- Sim, senhor. – o serviçal começa a se retirar.

- E...quanto tempo até o rei voltar?

- Creio que estará de volta daqui um mês, mas tudo depende de como está sendo o andamento das conquistas.

- Ele alguma vez perguntou por mim?

- Não, senhor. Sempre que ele manda um mensageiro é para saber como está o reino.

De repente, gritos são ouvidos do lado de fora do castelo dos triângulos, tão agudos que chegam a ensurdecer os guardas. As grades do portão principal é quebrada e um homem invade o castelo.

- O que foi isso?!

- Estamos sendo atacados, senhor.

- Como ousam?!

O príncipe anda rapidamente com passos largos até o lado de fora do castelo e se depara com os guardas ao redor de um homem com aparência cansada por todas lutas que enfrentou. Ali, diante do herdeiro do trono, o homem com os olhos calmos, olhos que lembram o rei e tudo o que ele já fez, o príncipe o encara e sabe que o homem não faria isso atoa.

- O que você quer? Como ousa invadir o castelo?

- Só estou querendo diverti-lo, príncipe. – o homem zomba sorrindo de forma assustadora, o que faz Aladam saber exatamente o que está acontecendo: O rei o está controlando, mesmo de tão distante, para testar o próprio filho.

Aladam balança a cabeça negativamente sem dar tempo para cerimônias, já que, com toda certeza o rei invadiu a mente do rapaz e sabe exatamente o que está acontecendo. O herdeiro, se controla o máximo que pode para não mostrar ao pai que se lembra de quase tudo e que, principalmente, sente pena do homem a sua frente.

As regras dizem que qualquer atentado contra os domínios do rei, os infratores devem ser mortos de forma dolorosa e lenta.

Isso aterroriza Aladam. Matar um homem inocente que está sendo controlado pelo rei, que não possui domínio algum sobre si mesmo neste momento.

Renlet levanta a cabeça e olha nos olhos do homem para nunca se esquecer de mais uma vida tirada em mais um teste do pai, mais uma covardia do rei.

- Se quer assim, pai.

Aladam estende a mão e o homem sorri maliciosamente. Os olhos do homem ficam vermelhos e arregalados enquanto a respiração diminui gradativamente. O rosto vai perdendo a cor e os lábios ficam pretos. Ele se contorce, mas não adianta, a tortura deve ser devagar para agradar o rei. Os soldados olham arrorizados sabendo que a qualquer momento mais um deles pode ser brinquedo do rei.

O príncipe termina a tortura e ordena aos guardas que tirem o corpo dali. Ele se vira e segue sem olha-los nos olhos. Aladam entra em seu escritório, fecha a porta e esmurra a parede com muita força- o que causa rachaduras - para liberar a raiva que sente pelo próprio pai o obrigar a acabar com vidas inocentes. Ele joga os livros das estantes no chão e revira tudo. A dor de carregar mais uma vida em seus pensamentos o corrói.

Ainda consternado, ele senta na poltrona e se lembra da única pessoa que o fazia esquecer das dores causadas pelo rei, mas ele não a tem, pois o pai a tirou dele. Então, ele veste o casaco e segue para o vilarejo carregado pelo vento sem ser visto pelos guardas.

Assim, conforme anda, a raiva é descarregada, mas as lágrimas não diminuem. Ele para no vilarejo em frente a fonte sem água que antes era linda. O príncipe olha em volta e se entristece ao lembrar em como o vilarejo era bonito. As pessoas andavam alegremente e vestidas com roupas coloridas que se tornava um arco íris para uma criança de oito anos. Este era o único lugar para onde ele podia ir e ser apenas o Adam, sem responsabilidades, sem torturas, sem ser chamado de rei. Neste vilarejo, que ele conheceu a família da Jessy e do Jorge, ali que ele é aceito pelo o que é e não por quem era ou estava destinado a ser.

Adam se lembra da vez em que contou a Jessy e ao Jorge quem ele era e tudo o que eles disseram foi: ''Não importa. Para nós você é o Adam, nosso garoto. E é sempre bem-vindo. "

Aquilo fê-lo ama-los mais.

O rapaz se aproxima da casa e observa pela janela a família, o quanto eles não possuem nada comparado ao castelo, mas ainda assim, possuem tudo. Eles se amam pelo o que são e não pelo o que podem ser. Ele sorri. E o sorriso aumenta ainda mais quando vê a garota de olhos cinzas conversando com os irmãos, com a cabeça deitada no ombro da Daisy e sorrindo como se fizesse parte desta família. Ele olha profundamente nos olhos dela e sorri como nunca sorriu antes.

Adam bate na porta e passos corridos são ouvidos. E inesperadamente, a garota de olhos muito cinzas, abre a porta com um sorriso escancarado e os olhos brilhando.

- Boa noite, Grey!

- Adam! - ela o abraça e isso o surpreende.

Ele expulsa os pensamentos confusos sobre o porquê disso se eles mal se conhecem. Talvez ela esteja apenas grata por te-la ajudado e apresentado esta família maravilhosa. Seja o que for, é o melhor abraço que já ganhei''. 

CONTROLADOSWhere stories live. Discover now