Capítulo XXVII: Perseguição Manticore; Caolho

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      Estávamos cercados dentro da casa, o Manticore, como Like o chamara bloqueava a passagem, sua cauda estava erguida e encurvada, como um escorpião armado pronto para o próximo ataque, ele rosnava para nós, sem fazer questão de nos mostrar seus vastos dentes pontiagudos.
- Galera, não deixe o espinho ou o vergão bater em vocês, possui veneno e pode paralisar o corpo. – grita Like nos alertando do perigo eminente.
- O que danado é esse Manticore? – falo e ele lança sua cauda para um ataque, desviamos rapidamente se safando por um triz.
- É um tipo de quimera, são seres primitivos do submundo, matam para comer e proteger os seus. – explica Like rapidamente.
      O Manticore tenta outra investida lançando um segundo espinho, que mais uma vez saímos do campo de visão. E ele salta para cima de nós, gritamos e pulamos cada um para um lado, o monstro tenta acertar Kyle com sua grande pata felina mas ela desvia embolando para o lado, mira na Shermicy e lança sua cauda novamente que por pouco não acerta seu braço, e seu vergão acerta a parede da casa ficando preso.
- É agora gente, vamos! – saímos correndo e antes de sair pego minha adaga e vou na direção do monstro quando desfiro o golpe para cortar seu rabo ele tira a tempo e acerto o espaço vazio.
Ele me golpeia com a cauda que caio de lado e lança um espinho que intercepto com a adaga, ele lança outro que mais uma vez impeço e desfere mais um ataque direto com o vergão que monto uma barreira psíquica que impede e expando jogando- o contra parede.
      Aproveito a deixa e corro para fora da casa, meus amigos já tinham decido e eu não tinha tempo de ir pela escada então salto do alto indo de encontro ao chão que caio agachado, meus amigos estavam juntos.
- Bora gente. – falo mas Like pega em meu braço e me puxa com cara assombrada. Olho para ele e pergunto o que foi, e ele faz sinal para olhar ao redor. E quando faço me espanto, Mais de quinze Manticores no local.
      Eles nos observavam com atenção, com as caudas erguidas prontas para o embate, alguns como o da casa na arvore tinham chifres, outros a cabeça era só de pelos mais compridos. Olhei mais abaixo e tinha um Manticore abaixado enraivecido, e o engraçado era que estava em cima de uma das pilhas de pedras ovais, como que protegendo-as.
- Gente não são pedras, são ovos. Ovos de Manticore. Aqui é uma clareira de procriação. – fala Shermicy com a excelente noticia. A aflição tomava mais conta de nós, se nos mexêssemos bruscamente ele nos atacariam.
- O que faremos? – pergunta Kyle, mas não tivermos tempo para resposta, o Manticore que estava na casa da arvore salta na nossa frente rugindo e como num mandato todos ao mesmo tempo lançam espinhos em nossa direção. Corro para frente dos meus amigos.
- Invisibus Barres! – cresço mais uma vez uma barreira invisível que impede o progresso dos espinhos e com a força da mente a lanço para cima deles com força total, fazendo todos caírem no chão.
- Vamos! – grito e saímos correndo desviando dos monstros caídos.
      Saímos em disparada pela mata escura, saltando de pedras, passando por baixo de troncos caídos e tropeçando em galhos e arbustos, um rugido estronda atrás de nós e olho para ver, era os Manticores nos seguindo tanto por terra como saltando nas arvores, de longe começam a disparar espinhos em nós que começamos a desviar, na tentativa de desviar de um espinho recebo um impacto que me lança pra frente e vou de cara no chão.
- Edward! – chega Shermicy e me ajuda a se levantar, e com um movimento puxa algo de minhas costas, era um grande espinho que para minha sorte tinha perfurado a mochila.
- Obrigado.
- De na...
- Bora gente! – grita Like interrompendo e continuamos, mas um Manticore salta da arvore para nossa frente e mais chegam querendo nos cercar.
      Estávamos no meio do fogo cruzado, os monstros nos cercaram e estavam em posição de ataque, com suas caudas prontas para espetar o que aparecesse na frente. O Manticore da casa da arvore se aproxima vagarosamente, ganhando terreno, com a adaga na mão fico pronto para qualquer golpe inesperado, ele ruge para nós e se prepara como um felino pronto para saltar, mas algo interrompe, um grande tremor.
      Eles param e olham para o tempo farejando o ar, olho para meus amigos e por fim para Shermicy que também estava farejando o tempo. Outro tremor se segue abalando a terra abaixo de nós, os manticores ficam atentos. Expando minha áurea e sinto algo grande, muito grande. Mais outro tremor e escuto perto de nós o barulho de folhagem sendo afastada, mais um tremor e os manticores olham para cima, rugem e saem correndo, mas um deles não teve a mesma sorte, e é apanhado por uma mão, uma mão enorme.
   A criatura é içada para cima, gritava e mordia a grande mão na tentativa de sair do agarro, mas era inútil, olhamos o autor e avistamos algo descomunal.
Um grande homem de seis metros, roupas rasgadas membros robustos e fortes, cabeça oval e de poucos cabelos, dentes amarelados e olhos... ...espera, olhos não, olho. O gigante tinha apenas um olho, um grande olho marrom no centro da face.
- Gente é um ciclope. – fala Kyle e me lembro algo sobre eles, os gigantes de apenas um olho, fortes como um touro mas sem nenhuma inteligência. No devaneio de meus pensamentos tenho o vislumbre do ciclope comendo o Manticore vivo, que dar seu ultimo grito de pena.
      Rapidamente ele devora o monstro e olha para baixo na tentativa de encontrar mais, mas no lugar de manticores ele encontra a nós, nos analisa por um momento como avaliando que tipo de refeição seriamos e desce a mão numa tentativa de nos agarrar. Shermicy rapidamente ergue suas garras e arranha a palma da mão do ciclope que recua gritando de dor e com raiva, no único olhar, ele levanta a perna e a desce em nossa direção na tentativa de nos pisotear, saltamos para o lado e o choque do grande pé na terra faz um tremor que chacoalha todo o local o que deixa o ciclope mais enraivecido e tenta nos agarrar.
Desviamos para os lados e saímos correndo pelo mato com o gigante nos seguindo.
Correr com um tremor atrás do outro era um teste de equilíbrio, nossa corrida se tornava desengonçada, pois a cada passo do ciclope abalava todos nós. Ele era lento porem cada passo era oito nosso dado. Mais a frente se via um conjunto de arvores muito juntas, com brechas curtas entre os troncos, seria perfeito para nós. Dificultoso para ele.
- Ali! – falo apontando para o local e seguimos em direção, chegando próximo de se embrenhar nos troncos um grande tacape de madeira desce em nossa frente, impedindo nosso avanço. Olho e era outro ciclope.
      Voltamos para trás mas o primeiro ciclope já nos alcançara pronto para nos abocanhar como sobremesa. O segundo ciclope ergue o tacape e tenta nos acertar outra vez, a cada tentativa uma cratera com a marca do tacape ficava no chão.
      O dia na floresta fora bastante tranquilo, mas os conterrâneos deixaram para dar as boas-vindas a noite. Primeiro o grupo de manticores, agora dois gigantes ciclopes. E isso na nossa primeira noite na ilha. O que mais estaria escondido nesse lugar, quantas criaturas horríveis estavam em espreita prontas para o ataque. Não se sabia a quantidade ao certo mas estavam se mostrando aos poucos.
      O ciclope mais uma vez tenta nos acertar, desviamos, a Kyle abre suas asas e voa, mas era uma atitude errônea, o primeiro ciclope agarra ela com força impedindo que saia de sua mão.
- Kyle! – grita Like e levanta voo com suas asas negras em direção a Kyle mas ele é acertado com força pela tacape que o lança no ar até as arvores que devíamos entrar, e cai desacordado.
- Like! – olho para ele e para o ciclope do tacape que ia ate o Like para pegá-lo.
- Ajuda o Like. Eu vou pegar a Kyle. – falo e a Shermicy assente correndo e se transformando em lobisomem, me viro para Kyle e ela estava gritando com o ciclope levando a mão até a boca.
- Erramus Agarrates! – com a magica ramos de trepadeira saem do chão e rapidamente se agarram no punho do ciclope e o puxam para baixo na tentativa de afastar da boca do gigante.
      Enquanto eu media forças com o ciclope numero um, a Shermicy saltara nas costas do segundo e arranhara seu pescoço que urra de dor, tenta agarrar a lobisomem, que era em vão. A lobo sobe na cabeça dele e salta em direção ao tronco da arvore, do tronco se impulsiona de volta arranhando o olho do ciclope do tacape que grita e põe as mãos na vista, como se resultasse em passar a dor que devia estar sentindo. Saltando no chão ela se transforma em humana novamente e arrasta Like por entre as arvores para deixa-lo em um lugar fora do alcance. O ciclope gemia de dor e tira as mãos da face. Um grande arranhão transparecia no olho que lacrimejava um liquido escuro que podia ser sangue. Mas mesmo com o olho arranhado ainda enxergava alguma coisa. E procurava Shermicy e Like dentre as arvores que ele não conseguia ir adiante.
      Eu media forças com os ramos mas o ciclope tinha uma força muito além do comum e num puxão ele tora os ramos e mais uma vez leva Kyle a boca, por um momento vi Kyle sendo mastigada e digerida, como iria explicar a Like como acontecera. Era tarde demais, nada poderia ser feito, penso em alguma ultima tentativa, mas ela resplandece do fim do túnel. Um grande clarão surge da mão do ciclope, era alaranjado, alaranjado como fogo. A Kyle se incinerara como uma tocha angelical queimando toda a palma da mão do gigante caolho que com raiva e dor a joga para longe e a mesma levanta voo indo por entre as arvores ainda brilhando resplandecente.
O ciclope sacode sua mão queimada e procura onde Kyle havia caído, mas ao invés dela ele me acha. Sua ultima tentativa de refeição de fim de noite. Tinha que chegar a qualquer custo nas arvores. Mas como? Se eu corresse o outro gigante impediria minha passagem, tinha que distraí-los.
      O ciclope começa a esmurrar o chão e eu salto em esquiva, no devaneio lanço fogo nas costas do ciclope do tacape que grita e se vira para me fitar com seu olho lacrimejado e arranhado. Os dois se erguem e me cercam. Achando que eu estaria cercado, e de fato estava, mas era assim que queria ficar.
- Mutiplos Totalles! – com a invocação começo a me dividir, em cinco, vinte, cem. Vários avatares meus começam a se espalhar pelo local confundindo a cabeça dos ciclopes que estavam se deleitando achando que teriam vários lanchinhos, eles agarravam os clones e eles desapareciam o que deixavam eles irritados. Como era uma magica de escape, então me posicionaria onde eu quisesse, e com isso a magica me leva para trás do ciclope de tacape me fazendo enfim correr e me enfiar por entre as arvores deixando os ciclopes para trás com meus clones que logo mais desapareceriam.
      Passo pelo espaço apertado entre as arvores escuras e olho ao redor procurando pelos outros. Estava escuro só se via sombras negras banhadas pela luz prateada da lua. Não tinha outro jeito.
- Like! Kyle! Shermicy! – grito mesmo sabendo que seria uma atitude idiota de se fazer, pois ao invés de meus amigos algo indesejável poderia responder.
- Aqui. – chama Shermicy em sussurro e vou até onde me chamaram e estavam os três recostados em um tronco, o Like já estava acordado com a mão na cabeça como que analisando o machucado causado na queda.
- Estão todos bem? – pergunto e todos responde com um aceno de cabeça.
- E você bruxo, como esta? – pergunta Shermicy e rapidamente respondo que estou bem.
- E os ciclopes? – pergunta Kyle.
- Ficaram lá trás com alguns Edwards. – falo e eles fazem menção de que não entenderam e explico rapidamente o que fiz.
- Que noite hein? Para um primeiro dia. Não quero nem pensar os dias que seguirão. – fala Like se levantando mostrando que já estava bem.
- Galera vamos continuar, quanto mais longe ficarmos desses ciclopes melhor, eles podem soltar essas arvores do chão para querer nos alcançar. – fala Shermicy e todos concordamos voltando a caminhada por entre os espaços apertados entre os troncos de arvore.
      Já tínhamos saído do imprensado e seguíamos por um caminho devastado como trilha. Já tinha se passado duas horas do ataque e tudo estava tranquilo, os grilos voltaram a orquestrar e as corujas a piarem. O céu estava se forçando a ficar mais claro, sinal que estava próximo de amanhecer, todos nós estávamos exaustos pela noite mal dormida, e precisávamos repor nossa energia. Na beira da trilha tinha uma grande vegetação densa, como um enorme arbusto, entramos dentro dele e nos deitamos dentre os galhos e folhas e nos acomodamos o mais confortável possível, mais uma vez fiz minha mochila de travesseiro e a Shermicy fez o mesmo enquanto Like divida sua mochila com a Kyle pois a sua tinha sido incinerada com a combustão de seu corpo, e rapidamente sem cerimonia de boa noite, apesar de ser já inicio de manha, pego no sono rapidamente, deitado num arbusto denso que para nós era praticamente nossa redoma de vidro impenetrável, e logo o sono me pega, esperando ser um sono sem sonhos de Manticore me espetando ou sendo comido por ciclopes gigantes.

"MAIS UM GALERINHA. RECHEADO DE AÇÕES HEINNN... VEJO QUE MEUS CAPÍTULOS ESTÃO DANDO UM UP LEGAL DE VISUALIZAÇÕES RÁPIDAS. QUANTO MAIS RÁPIDO Á QUANTIDADE DE VISUALIZAÇÕES SUBIR DO CAPÍTULO MAIS RÁPIDO OUTRO SERÁ POSTADO. E NÃO ESQUEÇAM DE VER O BOOK TRAILER DO LIVRO NO YOU TUBE. COLOCAR O NOME DO LIVRO E SE DELEITEM. VALEU..."

A Fonte de Lilith - Coleção Herdeiro de Bayeux "livro 2"Onde histórias criam vida. Descubra agora