O REGRESSO DE AMY ( Em Revisão )

69- REVELATIONS

Robert solta meu rosto e eu sinto uma dor pungente no topo da cabeça onde eu havia me cortado. Ele volta a dirigir sem olhar pra mim  e sem dizer uma só palavra, mas pela forma como ele segurava o volante era evidente que ele estava mais do  que furioso. Esperei um tempo calada olhando a estrada que cada vez mais ia se distanciando da cidade, das casas... e com uma rapidez absurda o cenário começa a mudar e a floresta começa a ter espaço no meu campo de visão...

- Para onde estamos indo? - digo cautelosa.

- Pra um lugar onde ninguém poderá ouvir os seus gritos - ele ri de desdém - Estamos indo para uma antiga casa onde Cheyenne cresceu, onde tudo começou... um lugar que não é muito longe da sua antiga casa, mas é longe o suficiente para nunca encontrarem você.

Um calafrio subiu pela minha espinha. Eu não sabia o que era pior: Conhecer o lugar onde  meu pai se transformara em um monstro, ou se era pelo fato de ser o lugar onde com certeza eu iria morrer descobrindo quem era realmente o homem que um dia chamei de "pai".

- Porque vocês recolheram os corpos das vítimas de seus túmulos? - perguntei o encarando esperando uma resposta.

- Foi preciso por dois motivos: O primeiro era por que precisava-mos de uma distração. Nós lhe enviamos as fotos porque sabíamos que isso daria a impressão de que os corpos eram como "troféus" para nós; E o segundo era porque Cheyenne sabia que isso desestruturaria você.

- Por que precisavam de distração?

- Pra desviar o foco da polícia sobre a identidade do principal assassino.

- Entendi, vocês queriam "esconder Cheyenne" - digo sarcástica.

- Exatamente! Agora sim você está sendo esperta. - Robert sorri.

- Agora que sei da maior parte do plano de vocês, porque não me conta a verdade? Quem é Cheyenne?

- Você já vai descobrir... - ele me aponta para uma casa colonial enorme, envolta de uma densa floresta,  e uma choupana nos fundos.

A casa era linda, um pouco rústica e bem cuidada. Na frente dava pra se notar uma sacada no andar de cima e um pequeno jardim em volta da casa que dava a mesma uma impressão perfeita de ter sido uma casa dos tempos coloniais.

Já era quase dia e Robert estaciona em frente a casa e me aponta a arma sugerindo que ele iria sair do carro e que se eu tentasse qualquer gracinha, ele iria atirar. Ele desce do carro e abre a porta do meu lado para que eu saísse... me esquivo por um momento com medo, mas Robert me puxa pelos cabelos me obrigando a saltar do carro... com o movimento brusco eu acabo caindo de joelhos no chão. Com a outra mão ele aponta a arma em minha direção ordenando que eu ficasse de pé. Me levantei com dificuldade enquanto ele me puxava pelo braço me indicando o caminho com a arma encostada em minha cintura.Quando entramos na casa, pude ver uma escada enorme e bem esculpida, havia uma grande janela que me lembrava a casa do grande Gatsby. 

Robert me empurra com a arma em minha cintura apontando para a escada que tinha o acabamento na forma de um meio espiral. Subi cada degrau sentindo um frio na barriga como se aquela escada fosse se desmanchar sob meus pés. Quando chegamos no topo, pude perceber um corredor enorme com várias portas fechadas e uma última porta no centro com uma porta enorme que presumi ser uma espécie de escritório ou biblioteca.

- Chegou a hora da verdade Amy... - ele me leva até a porta abrindo-a cautelosamente - Você está pronta?

- Eu estou sempre pronta! 

Assim que entro no quarto pude ver uma estante com livros; uma grande janela como aquela que tinha na escada; uma lareira num canto próxima a uma mesa enorme com uma poltrona por detrás desta...

- Até que enfim nos reencontramos novamente não é Amy? - ouço uma voz feminina vindo direto da poltrona que se virava para minha direção.

- ASHLEY?????