Enquanto houver uma centelha...

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Absorto e solitário Maael acompanha solitariamente o desenrolar daquela cena, uma horda de demônios entrando naquele dique, ocupados e cegos em sua marcha aos portais do inferno, não notaram a presença quase invisível do anjo de luz que estava posicionado no topo da capela do cemitério, o anjo aguardava que a entrada dos demônios terminasse pra que ele pudesse agir, estar sozinho naquele momento era sua desvantagem, eram mais de três mil demônios, realmente era prudente aguardar.

"Havia uma antiga profecia, de que num tempo distante, ali, naquela cidade, exatamente naquele campo perto da floresta onde hoje é o cemitério, teria ocorrido uma batalha entre Anjos e Demônios, de um lado, o exército angelical comandado pelo general Thal, do outro lado, uma horda de mais de vinte mil demônios comandados pelo cão Khel. Dizem, que a batalha aconteceu porque o anjo Thal quebrou uma regra, atacado por demônios e prestes a perder sua luz e ser consumido pelas trevas, pra não morrer, Thal se apossou do corpo de um humano que ele protegia, Gregorio, um traficante de drogas, cujo golpe de tentar empurrar farinha no lugar de cocaína pra um cliente lhe custará a vida, agora tinha uma sobrevida enquanto sua vida estivesse ligada a vida do anjo Thal. Os anjos do Senhor venceram a cruel e desigual batalha, graças a ela, a chuva, ela é quem alimenta as armaduras celestes e torna os anjos praticamente invencíveis".

Maael farfalhou as asas, o último demônio havia passado pelo portal, era hora de agir. Levantando voo, o imponente anjo se transmutou numa bola de luz é fogo que riscou o céu, se os olhos humanos pudessem ver aquela cena, ficariam maravilhados com tamanha demonstração de beleza. Ao adentrar os portões celestiais, nosso guerreiro se dirigiu ao general Vuthiel II, ao comunicar toda a cena que vira, fez com que Vuthiel franzisse o cenho, em tom de preocupação ele sabia, aquele número grande de demônios não significava boa coisa, o que os exércitos de Thaliel faziam em terra?
Vuthiel decidiu então mandar Maael e mais três anjos ficarem a postos aos pés da capela do cemitério, se os demônios voltassem a se movimentar, deveriam comunicar imediatamente.

Maael, acompanhado de Gileel, Othoniel e Salutiel desceram em velocidade de urgência ao ponto, e a postos se colocaram, se a horda de demônios ou um deles que fosse colocasse o focinho pra fora, o general Vuthiel saberia de imediato.
Aos pés da capela, os anjos conversavam:

- Maael, você acha que pode estar acontecendo novamente?
- Não saberei dizer até a próxima movimentação deles Salutiel, vamos ficar atentos, apesar de sermos um número grande de anjos hoje, num total de quinze mil anjos pra esse ponto, não sabemos quantos demônios existem no exército de Satanael comandado por Thaliel.
E de pensar que Thaliel já esteve desse lado e numa batalha Santa dessas perdeu sua luz e foi tombada às trevas condenada a ser um deles.
- Othoniel, o que há? Esta quieto, está vendo algo?
- Enquanto vocês ficam tagarelando, vejam, dois demônios sentinelas foram colocados a postos na entrada do dique, certamente na apreensiva caso um de nós perceba suas ações.
- Tens razão Othoniel, de fato estão a observar atentamente, esperando de certo por um de nós.
- Devemos avisar Vuthiel? Perguntou Salutiel olhando seus três companheiros.
- Ainda não bradou Maael, vamos aguardar.

E lá ficaram por horas, sem nada dizer, só observando, o máximo que havia acontecido até agora, foi a troca da guarda dos demônios.
Maael avistou uma luz vindo, do lado oposto ao cemitério, a luz estava fraca e vinha baixa, será um carro na estrada? Chegando mais perto puderam identificar, um carro funerário seguido de mais três carros, dois da polícia devidamente identificados e com o giroflex azul e vermelho acesos, mas sem o característico som de sirene, e um terceiro carro que trazia uma jovem, era morena, baixa, de olhar profundo, os anjos se quer perceberam a aproximação de mais um feixe de luz, era um irmão que acompanhava a jovem daquele carro.

- Salve guardião do ponto, meu nome é Belael, sou protetor desta jovem e venho consigo acompanhar o funeral do seu namorado, os irmãos permitem que vos faça companhia?

Tomando a frente Maael, o anjo do ponto, fez a saudação.

- Nobre irmão Belael, é claro que é bem vindo a nossa companhia, venha, junte-se a nós. Estes são os irmãos Gileel, Othoniel e Salutiel e eu me chamo Maael. Uma pena que venha nesta missão de acompanhar sua protegida a um funeral, casal jovem pelo jeito. O que houve com o rapaz?

Belael descreveu o assassinato brevemente mas alertou os irmãos para algo que ainda estava sem esclarecimento. O jovem Menahem fora sim morto, mas sua alma não fora encontrada, tampouco o corpo do anjo Kiriel que fazia sua guarda.
Maael então relatou a Belael o motivo de estrearem ali aglutinados no topo daquela capela, Belael então sentiu um frio e um tremor, sabia o que aquilo significava, e se realmente os demônios interfiriram no caminho natural das coisas, os anjos teriam o direito de reivindicarem uma batalha pela alma do jovem Menahem. Mas, porque levariam a alma dele? [...]

***

Olá amiguinhos, tudo bem?
No nosso quarto capítulo introduzi a vocês novos personagens, os anjos de luz, o general do ponto Maael, e seus irmãos Gileel, Salutiel, Othoniel e Belael, também o grande general Vuthiel II.
Nossa história agora começará a entrar num clima de tensão, prepare-se, o bicho vai pegar.

Quando a ultima luz se apagar.Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα