Capítulo 76

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EU DE NOVOOOOO
AAAAAAAAAA
PRIMEIRO CAP DO ANOOO
EU AMO VCSSSSSSSS
Ain, acalmei
Lá vai capppppp
Bjks
~~Fire 🖤
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Bem na minha frente uma árvore grande se erguia. Eu me sentia pequena quando precisava atravessar aquelas portas, e me senti menor ainda quando ouvi conversas sobre mim, como se eu nem estivesse lá.

Apoiei minhas mãos de leve nas portas duplas de carvalho e deixei meus dedos escorregarem pelo entalhe prateado dos galhos da árvore. A mesa do chá não estava repleta de doces, e as xícaras de café de alguns estavam intocadas.

—...já tem idade para seguir seus caminhos sozinha. — A Rainha Branca disse, o que me fez soltar um sorriso agradecido. Ela era uma das poucas que intercedia por mim.

— De forma alguma. — Chapeleiro negou, olhando para todos e buscando apoio. — Não podemos deixá-la sozinha.

— Não podemos deixá-la sozinha ou nós que não podemos ficar sozinhos? — Cheshire questionou acendendo seu cigarro e soprando uma enorme nuvem de fumaça.

— Isso é um absurdo. — A Rainha Vermelha se manifestou. — Vocês dois são os tutores dela, deviam cortar suas asas e parar de dar livros para ela. Alice pode ser tão mais do que ela é.

O Gato e a Rainha Branca se entreolharam, sem esboçar qualquer reação. Tive medo que eles estivessem mudando de ideia.

Como eu queria que o Príncipe estivesse aqui. Só ele parecia me entender. Só ele me abraçava de um jeito que me mantinha segura.

— Ela é incontrolável. — Chapeleiro afirmou. — Não podemos fazer com ela o que a Ordem fez com a outra.

Automaticamente meus olhos se abriram um pouco mais, e dei um passo para trás, olhando eles pela fresta da porta. Essa informação era nova para mim.

— A única diferença é que a outra foi programada. — Gato comentou dando outra tragada. — Nossa Alice é uma versão mais impetuosa. Como uma tempestade.

— Nossa Alice é um erro. — A Rainha Vermelha disse, me fazendo cravar as unhas na palma da mão. — Ela não deveria existir.

— Se existe, então é um presente para nós. — Minha tutora falou, me aliviando um pouco. — Eu não mudaria o passado, nunca permitiria que se livrassem nela como se não fosse nada. Grace era só um bêbê.

— Era uma experiência. — Chapeleiro pareceu corrigir seu pensamento. — Uma parte que não devia ter surgido. Você sabe que no meio do processo, o embrião se dividiu em dois.

— Gêmeos são normais, isso acontece o tempo todo. — Ela tentou contra-argumentar. Vi quando cutucou o Gato com o pé por baixo da mesa. Ele só levantou o olhar e me observou pela fresta.

— O processo era novo, acredito que foi o primeiro que deu certo. — O homem continuou como de ela não tivesse nem se manifestado. — Fetos...

— Eu entendi. — Rainha Branca o interrompeu nervosa, erguendo a mão. Algo me dizia que ela estava tentando me esconder o que quer que Chapeleiro estava falando.

— Vai fingir que ela é normal? — Ele continuou, espalmando as mãos sobre a mesa. — Ou vai fingir que é especial?

— Basta. — O Gato acabou com a discussão, tirando o cigarro da boca e apoiando a mão na mesa. Observei uma brasa escorrer dele e pingar sobre a madeira.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora