Capítulo 38

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Então galerinha, rolou uns problemas aqui nesse fds por isso o atraso.

Por favor aproveitem a história XD.

-Ice

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Eu costumaria reclamar de usar roupas tão engomadinhas, elas geralmente sufocam a minha garganta e limitam o resto do meu corpo. Mas, as roupas do estranho amigo de Lud abraçavam o meu corpo de forma tão confortável que eu me sentia pelado, o que era um pouco estranho. De 5 em 5 minutos eu conferia se eu estava realmente vestindo alguma coisa.

O lugar não chegava a estar cheio, parecia ter o exato espaço para todos andarem livremente sem precisar se encostar. Tentei repassar o plano na minha cabeça.

— Ivan? Ivan! — O grito de Zack me trouxe de volta a realidade.

— Oi! Eu! — Exclamei em susto com o chamado.

— Entendeu sua parte do plano?

— Ah, claro. Mas, dá pra repetir?

— Por que vocês ainda trabalham com ele? — Dessa vez foi Makayla, com seu típico e inconfundível tom sarcástico.

Acho que foi o único momento em que eles concordaram desde que se reencontraram, não aguentava mais os dois discutindo e trocando olhares mortais.

Pois é, não deu muito certo. O pouco que me lembrava era que eu deveria ficar vagando pelo saguão até algo acontecer. Logo me direcionei até a bancada de comidas, mas só tinha aqueles negócios de riquinho mimado.

EU QUERO COXINHA!

Ao notar minha frustração com a comida uma bela moça se aproximou. Ela tinha os cabelos e os olhos quase brancos, sua pele era tão clara que combinava perfeitamente com seu vestido longo, esse completamente branco com vários babados que pareciam glace.

—Ivanov Trench? — Ela perguntou com as mãos flutuando um pouco acima dos ombros e me encarando com seus olhos brilhantes.

— Eu mesmo. — Disse tentando não parecer que eu estava quebrando meu recorde de enfiar comida na boca, o que a causou uma leve risada.

— Eu fiquei muito impressionada com o que você e os outros cavaleiros fizeram contra o Príncipe. — Sua voz era suave e delicada, parecia fazer carinho nos meus ouvidos. — Pode me contar mais sobre a relação de vocês com ele?

— Do grupo acho que fui o único a ver ele pessoalmente até hoje. — As palavras simplesmente saíram da minha boca. — Foi um encontro estranho, mas, apesar de tudo não senti nenhuma intenção ruim vindo dele. Talvez ele realmente acredite que está fazendo a coisa certa.

— Hmmmm, interessante. Notou algo familiar na presença dele?

— Não, definitivamente era diferente de qualquer pessoa que já encontrei.— A última frase saiu num tom sério e sincero demais. Eu me sentia hipnotizado pela sua voz.

— Mas o mais impressionante foi que ninguém notou que ele estava lá. — Continuei. — Ele andava com aquela máscara estranha e, simplesmente, ninguém tinha o visto, só consegui pois o cara de pássaro veio falar comigo.

O último comentário a deixou um tanto quanto pensativa e eu achei que a conversa morreria por ali mesmo. Tentei olhar mais para seu rosto, mas, uma máscara branca o cobria quase por completo.

— Queira me dar licença por um instante? Obrigada. — Ela disse se afastando, como se já houvesse pego toda a informação que lhe era necessária e ido embora, deixando apenas a falta de sua presença no ar.

— Ivan?— Era a voz de Makayla, ela falava por uma quase imperceptível escuta no meu ouvido. Sua voz era passível de qualquer emoção exalando total indiferença.

— Esta vendo algo daí de fora?— Makayla estava em cima do prédio logo em frente ao Edifício Central, ela faria a vigia do lugar pelo resto da noite.

— Mais ou menos, fica esperto e não baixe a guar...

A voz de Makayla foi interrompida pela escuridão. De um momento para o outro todo o salão se tornou escuro e no mesmo tempo das trevas veio a luz.
Holofotes iluminando a área VIP se acenderam um por um, e em seguida brilharam pela plateia, como se sorteassem quem seria iluminado.

Um dos holofotes mirou diretamente em Ludwig e Alisha, que estavam dançando. A garota escondeu seu rosto no peito de Lud, e ele levantou uma mão na frente do rosto, se protegendo da luz.

O segundo rodopiou algumas vezes até que parou em Melicent, que estava sozinha no meio do salão, com o olhar surpreso. A forte luz em seu rosto não pareceu a incomodar.

Em seguida chegou minha vez de ser iluminado e de Noah também que estava no bar. Esse só abriu um pequeno sorriso, levantando sua bebida para saudar o cara da iluminação.

O último rodopiante holofote demorou a achar Hazel e Zack, que estavam descendo as escadas de volta pro salão. Nossos nomes foram chamados e aplaudidos por todos no local, e a mulher com quem estava conversando apareceu na claraboia e também foi iluminada por um holofote.

— Não podemos viver a vida para agradar os outros. A escolha tem que ser nossa. Pois quando levantaram aquela espada, fizeram isso sozinhos. Nossos Cavaleiros que enfrentaram o poderoso Dragão, por favor, dirijam-se á área VIP.



Após poucos segundos todos nos encontrávamos na claraboia. Estávamos enfileirados, assim como requisitado pela moça de branco. Da direita para esquerda estávamos Noah, Hazel, Alisha, Ludwig, Zack, eu e, por fim, Melicent.

—Nos reunimos aqui hoje para prestar uma homenagem especial aos nossos salvadores da pátria. Ao nosso Rei sem coroa e nossos cavaleiros sem armadura!— Ela levantou um pequeno broche com seus dedos, para que todos no salão pudessem vê-lo com clareza, era um cravo branco.

Não sei se por ironia, ou alguma piada de muito mal gosto, mas tive de me segurar para não pegá-lo e jogá-lo pela janela.

Começando por Ludwig, ela foi colocando os broches em nossos peitos, um a um, com calma e delicadeza, assim como ela parecia fazer tudo. Ao chegar na minha vez ela sussurrou algo quase incompreensível e eu só fui entender muito depois.

"Nós não precisamos lutar."

Eu queria muito ter tempo de decifrar suas palavras, ou apenas perguntar para ela mesmo, mas, como sempre, o destino não estava ao meu favor.

Logo quando Ludwig fez menção em falar alguma coisa um grito o interrompeu.

— CUIDADO! — A voz de Makayla soou na cabeça de todos, e logo depois sumiu, deixando apenas o barulho de algo se quebrando.

Demorei um pouco para notar que o barulho poderia não ter vindo do aparelho, mas sim do teto do Edifício Central.

Havia um rombo bem na cúpula central do salão e aquele rosto inconfundível invadiu mais uma vez a minha vida.

O cara de pássaro havia voltado.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora