Capítulo 66

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Oieeeeee
Estamos atrasados, eu sei
Desculpem meus bbs /:
Uma frase sobre esse cap:
ALISHA MULHERÃO

(Fiquem ligados nas notificações, saiu esse hoje e um do Lud antes. Às vezes só vem uma e qnd vcs clicam, o Wattpad joga pro mais recente. Se certifiquem que leram o anterior. )

Bom, lá vai caaaaaap
Bjks, Fire <3
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Dor.

Isso que as palavras de Melicent me traziam. Elas escorregavam por baixo da porta e se arrastavam com suas garras afiadas pelo chão, escalando a cama e indo diretamente para meus ouvidos.

No fundo eu mesma queria dar a notícia para Hazel e os outros, mas eu simplesmente não conseguia aceitar.

Lud estava morto.

Tudo a minha volta me lembrava dele. Dos seus gestos. Do seu sorriso. Do seu cheiro.

Fechei os olhos e me encolhi na cama, puxando os joelhos para o peito e enterrando o rosto neles. As lágrimas quentes escorriam e molhavam minha camisa, mas eu não ligava.

Lud estava morto.

Pensei no jeito que seus braços me rodeavam, e em como sua cabeça sempre repousava sobre a minha quando ele me abraçava.

Alguém o tinha arrancado de mim quando eu finalmente tive coragem de mostrar que o amava. Meu corpo todo gritava por mais um olhar, mais uma carícia ou mais uma conversa.

Lud estava morto.

Me permiti soltar um soluço, mas depois do primeiro, os seguintes foram incontroláveis. Esse era o fim, tínhamos perdido.

Toda a esperança foi sugada de mim, e eu me senti vazia e sozinha. Apertei forte minhas pernas, e desejei estar em casa. Desejei nunca ter saído de casa.

Eu devia ter ouvido todos que me falaram que o mundo real era mal. Que eu só me machucaria. Que a realidade era afiada demais para alguém pequena como eu.

Lud estava morto.

Esse pensamento sempre ecoava em minha mente, e eu não aguentava mais. Passei as mãos para o meu peito e olhei para o lado de fora.

Muitas vezes eu achava que Londres respondia meu humor com seu tempo, mas hoje, o sol brilhava como não fazia há muitos dias. Não havia nuvens. Não havia chuva. Não havia dor.

Isso só me fez pensar em todas as pessoas que sofriam todos os dias, e não tinham ninguém para abraçar. Isso me fez pensar em todos que sentiam dor, mas que nunca seriam acolhidos por isso.

E principalmente, o clima de Londres me lembrou que por mais que tempestades viessem, o sol sempre estava brilhando por trás delas.

Mas essa falsa esperança não durou muito. Era mais fácil sentir dor e me afogar em mim mesma. Ter esperança era se permitir sentir a perda novamente, e isso eu não queria.

Levantei em um pulo e cambaleei para o armário. Minhas roupas ainda estavam misturadas com as dele, mas isso não foi um empecilho para que eu as pegasse e jogasse sobre a cama.

Era hora de voltar para casa.

Comecei a socar camisas e calças dentro de uma mala, até que tive que me apoiar na cama. Minha respiração estava tão acelerada, que eu não havia reparado.

Fui escorregando até o chão, e encostei as costas na cama. Era isso, tínhamos perdido.

Lud estava morto.

Passei a mão no rosto frustrada. Dava para ouvir a voz de Noah na sala, mas meus ouvidos já estavam cansados demais para entender algo. Joguei a cabeça para trás e encarei o teto.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora