Capítulo 8

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Então galera, a partir de hoje postaremos um capítulo quarta e um sábado durante o mês, e no último final de semana do mês postaremos 2 capítulos.

É isso.

Ice

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É engraçado como os homens tentam achar uma desculpa para o que não entendem para, de alguma forma, se sentirem mais seguros, mas a desculpa da vez foi longe de mais. Não sou um fantoche dos Estados Unidos. Não sou um fantoche do Reino Unido. Muito menos um fantoche da Ivernova.

A máscara estava encaixada na minha mão, virei-a para mim e a encarei por um tempo.

Sou o ventríloquo.

Por outro lado, achei interessante alegarem minha "não existência", afinal, a magia dos contos e das lendas vem dos mistérios que as cercam. E existe algo tão mágico e misterioso quanto a própria morte?


Floresta Negra, Alemanhã, sinceramente, um lugar de muito bom gosto para se esconder o Tártaro. O Schloss Neuschwanstein, ou Castelo "novo cisne de pedra", construído por um rei deposto por um suspeito diagnóstico de loucura. Era um dos maiores castelos da Europa, visto a distância no coração da floresta donde emergia uma montanha que alcançava os céus.

Atravessei o grande lago Titisee por meio do Barqueiro da Morte, um ser de altura média coberto  por uma manto negro que escondia completamente seu rosto. Ele não era muito de falar, permaneceu, assim como eu, em silêncio durante toda a viagem.

Na entrada do castelo estava a minha espera um brutamontes de 1,85m , minha experiência com esse tipo de cara não era muito agradável lembrando dos agentes da Ivernova, espero que esse tenha um pouco mais de cérebro.

Percebi vindo dele um olhar desconfiado, que não chegava a ser hostil, ele me olhou de cima a baixo e acenou a cabeça para que entrássemos. Parece que o pessoal aqui não gostava muito de falar.

Andamos em silêncio por dentro do castelo, o lugar era frio e a ambientação dos lustres de cristal fumê deixava o lugar ainda mais escuro, eles eram repletos de ramificações lançando sombras na parede como se fossem árvores secas. As pessoas de dentro do local usavam roupas pretas e apesar de não portarem armas de fogo tinham espadas embainhadas ou arco e flechas.

O salão da Morte era em formato de cúpula, o teto era repleto de mosaicos, onde cada um representava uma estação do ano, que deixavam passar a luz. Subi a grande escada de mármore branco para finalmente me encontrar com a Morte.

Ela era alta, devia chegar aos 1,80m, sua pele tinha um leve tom bronzeado, seu cabelo escuro que ia até a altura dos ombros possuía algumas mechas brancas e ,assim como todas as outras pessoas do lugar, se vestia inteiramente de preto.


― Querido, é uma honra te ter aqui! ― Ela disse com um sorriso e uma pequena reverência com a cabeça. Morte estendeu a mão para um cumprimento formal.

Respondo seu cumprimento logo após ajeitar minha coroa, talvez devido ao ar do local ela estava mais gélida que de costume. Pelo visto alguém por aqui fala.

Saco do bolso o meu celular e projeto na parede o vídeo da Ouroboros pegando fogo, ele passava nesse momento pelas televisões de todo o mundo, agora que me conheciam deveriam saber do que sou capaz.

― Não quero que veja isso como um ameaça. ― volto meu olhar para a Morte ― Mas sim como uma proposta.

― Você fica bem melhor fora de uma tela. ― Sinceramente, não era essa a reação que eu esperava... ― Bem melhor. ― Completou sustentando o meu olhar um segundo e soltando uma pequena risada em seguida. A mulher logo deu de ombros perante o meu silêncio e saiu andando pelo corredor.

― Para onde pretende ir? ― Eu estava começando a repensar a aliança que gostaria de propor para ela. Por mais que a morte fosse complexa, essa mulher parecia mais rasa que uma poça que se formou após uma fina chuva.

― Para o meu escritório, temos muito o que conversar, vossa Alteza.


Após algumas horas conversando com a Morte vejo que a mesma não era assim tão superficial e também era difícil de convencer, diferente do pessoal da Ivernova.

― Pessoas menos inúteis. ― Era uma oferta verdadeiramente tentadora. ― Mas nossa parceria deve permanecer em segredo.

―E o que você pretende ganhar com nosso acordo, Morte? ― Ninguém no mundo quer nada de graça.

― O que todos querem, um mundo melhor. ― Ela respondeu num tom irônico com um sorriso debochado, sabia o que aquilo significava, mas ela supriria minhas necessidades pelo tempo necessário, o que já era o suficiente para mim.

― Acordo selado? ― Morte puxou um pergaminho de sua mesa de mogno onde se encontrava um porta retrato com uma foto onde se encontravam seis pessoas. ― São minhas serventias. ― Ela deve ter notado que a foto roubou minha atenção.

Ela toma o retrato nas mãos sorri para ele e depois o vira para mim, apontando para a primeira pessoa da foto, que tinha sido o mesmo que me recepcionou.

― Essa foi a minha primeira aquisição, Carcereiro. ― O garoto em questão era o de cabelos castanhos e olhos igualmente escuros com um sorriso grande e animador, ele estava abraçando a cintura da próxima serventia. A garota devia ter a minha altura, tinha cabelos castanho presos em uma trança lateral e olhos tão cinzentos quanto os da própria Morte. ―  Esta é a Ceifadora, e ao lado dela esta a Barqueira e o Caçador. ― O Barqueiro então era na verdade a Barqueira. O Caçador era mais baixinho que o resto do grupo e possuía cabelos cobreados raspados nas laterais. ― O de cabelos brancos é a Besta e a criança é o Cutelo.

― Você já estava com esse pergaminho pronto? ― Volto minha atenção ao pedaço de papel estirado na mesa, a tinta já, inclusive, havia secado.

― Apenas por precaução, gosto de estar sempre preparada.

Pego o pergaminho e leio com calma, não dizia nada de específico, até porque era impossível ela saber que acordo faríamos, e nada garantiria a veracidade do mesmo, pois éramos ambos figuras inexistentes para o mundo exterior.




C.H.A.O.S.

O

N

T

O

S

À aqueles que dizem que não existo, dedico esse vídeo em especial a vocês

Vou contar-lhes meu conto, que não começa com "Era uma vez."

Mitos como os dragões já foram esquecidos, mas apesar disso ainda podem ser revividos.

Uma coisa lhes aviso, tomem cuidado! Ao sair na rua, pode acabar queimado.

Governar é fazer acreditar, e isso lhes farei nas canções que as crianças hão de cantar.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora