Capítulo 37

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E aí, meus bbs?
Esse cap em especial entrou pra listinha dos meus favoritos, então espero que gostem :3
Bjks, Fire <3

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A primeira coisa que vi quando abri meus olhos foram as íris de um azul profundo de Noah. Minha cabeça estava rodando, mas logo as memórias retornaram como uma cachoeira sobre mim.

Ele havia me salvado.

Levei a mão até a cabeça e a escorreguei pelos meus fios de cabelo. Parecia que quanto mais eu o empurrava para longe, mais perto ele parecia estar.

— Por que? — Perguntei ainda o olhando nos olhos. Estávamos provavelmente em um quarto no apartamento de Ludwig, ele sentado em uma cadeira próxima da janela, e eu deitada na cama.

— Você sabe que eu teria feito isso com qualquer um. — Noah respondeu dando de ombros, com as mãos pousadas no colo. Seus dedos batiam num ritmo rápido, mostrando seu desconforto.

— Eu quis perguntar o por que de você ainda estar aqui. — As palavras mentirosas saltaram na minha boca antes que eu pudesse controla-las.

O olhar de Noah me deu vontade de chutar algo. Eu não sei se vou conseguir manter esse jogo por muito mais tempo. Rapidamente uma risada saiu pelos lábios dele, substituindo a expressão de desolação.

— Não sei o porque d'eu ainda tentar, Melicent. — Ele disse balançando a cabeça em negação e caminhando até a porta. Acho que essa foi a primeira vez que ele disse o meu nome sem estar transbordando de raiva. Um lado já havia desistido.

Assim que ele saiu, conversas começaram do lado de fora. O quarto estava silencioso, e eu estava sozinha. Pelo visto algumas pessoas foram feitas para ficar assim para sempre, pois a cada momento de felicidade que eu tinha, algo infinitamente pior acontecia para me fazer esquecer.

Levantei da cama num pulo e tranquei a porta, me virando de costas para ela e escorregando até o chão. Enfiei o rosto nas mãos e senti lágrimas fazendo o seu caminho pelas minhas bochechas.

Morte estava morta. A única pessoa que realmente se importava comigo tinha partido. Me sentia novamente uma criança, sofrendo a ida de minha família mais uma vez.

O Príncipe tinha que ser detido.

Não.

Tinha que ser morto. Dolorosa e lentamente. E eu seria a responsável por isso.




Acordei num sobressalto, sentando na cama e olhando em volta.  Num suspiro caí de volta na cama e puxei meu telefone. Eram quase três da manhã e meu sono tinha ido embora completamente.

Não havia mensagens de ninguém, e meu subconsciente martelava o plano que me foi passado para a noite do baile. Quando li a carta admito que quase a rasguei. Mesmo sendo "Os Fundadores", eles não tinham o direito de fazer isso.

Pulei pra fora da cama e fui em direção à cozinha, arranjar algo para comer e ficar bem longe do "Café mortal da Alisha" como Zack me falou.

Caminhei até um armário e puxei um saco de café, me direcionando para o fogão em seguida. Em poucos minutos eu tinha uma xícara fumegando em minhas mãos.

— Tem açúcar no armário de cima. — Uma voz falou, me arrancando de meus pensamentos. No fundo, eu desejava que fosse Noah, mas nunca falaria isso em voz alta.

Alisha estava do outro lado da cozinha, com um copo cheio de água em suas pequenas mãos. Seus cabelos cacheados estavam presos em um enorme rabo de cavalo, e as roupas que usava certamente eram muito grandes para ela.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora