Capítulo 60

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Então galera, mil desculpas pelo atraso, mas rolou uns imprevistos aqui.

Bom espero que aproveitem o capítulo, sábado tem mais.

-Ice

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Chato, apesar do esforço dos meus amigos de tentarem me entreter, ficar internado no hospital era angustiante. Principalmente quando já se passou uma semana, e só se tem uma televisão para esfregar na sua cara tudo o que está perdendo.

Melicent, Hazel e Noah tinham saído para dar uma volta, como nos últimos dias. Não culpo eles, também fugiria daqui se tivesse a chance. Restávamos no quarto apenas eu e Makayla. Ela provavelmente se sentia culpada pelo que houve, não que seja culpa dela, mas foi.

—Caçador vai pagar. — Ela disse pensativa com o olhar focado em suas unhas.

—Não esquenta a cabeça com isso, vingança nunca trouxe nada de bom a ninguém. — Falei encarando a televisão, esperando a aparição de Príncipe.

— Não importa. Eu não gostei do que ele fez. — Makayla disse levantando seus olhos irritados até os meus. — Podia ter estourado seus miolos.

— Mas então. —Corri para mudar de assunto. — O que acha dos atentados de ontem?

— Príncipe. — Ela conclui cansada. — Mas bem no fundo desconfio da Morte, principalmente por causa do testamento.

— Não foi o Príncipe. — Falo pensando novamente em nosso encontro. — Já tive a oportunidade de falar pessoalmente com ele uma vez, ele não mataria inocentes.

" Eis que da floresta negra, um castelo igualmente negro se ergue. Dessa construção magnífica, quatro torres fazem seu caminho até o sol, que debilmente lança seus raios entre as nuvens pesadas. Diz a lenda que há uma escada nas profundezas do castelo, e seus degraus levam até as sombras do inferno, onde a própria Morte encontra-se sentada no seu trono. "

A televisão é preenchida pela imagem da Morte...lendo um livro? Que tipo de entrada trinfal é essa?

Assim que o discurso termina ela fecha o livro com força e sorri para a câmera.

" Não é de se admirar que Príncipe goste tanto de contos, afinal, nada é mais encantador que os mesmos."

" Infelizmente tenho que descordar de suas táticas. Matar políticos é tão dramático.

Tão........desinteressante. "

Ela joga o livro para o lado e franze as sobrancelhas, como se estivesse verdadeiramente entediada. A mulher usava roupas escuras, assim como seu casaco de couro. Comparando com Príncipe, eles tinham estilos completamente opostos.

" Chocar os indivíduos é de suma importância para mudar os alicerçares da sociedade. Cinzas pelos ares e gritos ecoando são muito mais efetivos. "

" Vir parar aqui onde estou também não é mistério. É incrível a negligência humana, pois invadir o sinal do Edifício Central é tão simples como abrir uma porta destrancada "

Morte solta uma risada, e por um segundo sua expressão fica idêntica ao sorriso irônico de Melicent, o que me causou arrepios.

" Mas, não é isso que viemos conversar, não é mesmo ? "

Agora a mulher adota uma expressão mais séria e se ajeita na cadeira, fazendo uma espécie de pausa estratégica.

Os vídeos do Príncipe eram bem mais objetivos...

"O mundo foi criado em sete dias , então nada mais justo que destruí-lo no mesmo período de tempo. "

" O Apocalipse se aproxima, e a Guerra é o primeiro Cavaleiro a se apresentar."

Foi mais ou menos ai que minha mente já estava muito distante da televisão, não sei se eu tinha algum déficit de atenção ou coisa do gênero, mas não conseguia prestar atenção por muito tempo nas coisas.

" Porém,

Há um jeito simples de acabar com isso tudo, rapidamente. "

Um estalar de dedos vindo da televisão chamou de volta a minha atenção, e ela pronunciou a última palavra com um sorriso de escárnio.

" Nosso protetor e querido Príncipe pode se entregar, e poupar a população que tanto deseja salvar da peste. "

" Ele sabe onde me encontrar, mas, caso precise ser relembrado, é onde atirou em mim e me fez cair de vários metros até o chão. "

Ela dá uma piscadinha para a câmera, provavelmente direcionada ao Príncipe.

" Caso queira fazer isso pela humanidade, tem 24h. Mas, se o que deseja é o caos, pode aguardar o Apocalipse, pois ele virá"

E com isso a televisão volta a sua programação normal, como se nada tivesse acontecido.

—Pelo visto não foi mesmo o Príncipe. — Viro para Makayla. — Acha que ele vai se entregar?

— Se se entregar é um estupido. — Ela disse encarando a televisão com raiva. — Tá escrito nos olhos dela que vai arrancar a cabeça dele.

— Senhor Ivanov? — Interrompeu o enfermeiro batendo na porta do quarto.

— Já disse que pode me chamar de Ivan. — Era estranho ouvir alguém além de Lud sendo tão formal comigo.

— Os resultados dos exames foram bem positivos, esperamos que você receba alta em aproximadamente uma semana.

Encaro-o furioso por um tempo, mas tento me lembrar de que ele não tem absolutamente nada a ver com a minha situação.

— Que bom. — Engulo minha frustração e desconto apertando forte os lençóis da cama. — Muito obrigado.

— Não foi nada, sen... Ivan. — Ele disse com um sorriso se retirando do quarto.

UMA SEMANA?

TINHA QUE SER UMA SEMANA?

Logo os 7 dias em que a Morte decide agir e eu vou ficar preso nesse inferno branco por uma semana?

— Ei, que tal fazermos algo antes do fim do mundo?— Makayla perguntou me olhando divertida. — Podemos dar uma saída, acho que não vão perceber um maneta com roupa de hospital no meio de um bar, vão estar todos bêbados.

— Eu adoraria aceitar. Se quando sairmos daqui você me chamar de novo, eu topo. — Respondi com um sorriso ligeiramente triste.

Ela me olhava com culpa, e quase tão frustrada quanto eu.

— Makayla, não é culpa sua.

— Eu podia ter feito algo. — Ela reclamou como uma criança irritada. Hoje seus cabelos não estavam num rabo de cavalo como de costume, e sim soltos, caindo pelos ombros.

—Você ainda pode fazer algo. — Olho para o lugar onde levei o tiro. — Eles vão precisar de você.

Ouroboros - A Nova OrdemOnde as histórias ganham vida. Descobre agora