Olá, meu nome é Alex, no feminino, minha mãe escolheu esse nome. Moro em uma cidade pequena e digamos que... eu não vejo muito nenhum dos meus pais. Eu aprendi que fraco não é aquele que tem que se levantar, mas aquele que nem tenta. Mas não me cham...
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Como eu vou explicar pra ela? Ela não pode me culpar, não é? Eu sinto que ela vai entender, mas e se não for como eu imagino?
Eu realmente gosto dela. Foi pra ela que eu liguei quando fui ver minha mãe. Ela pulou a janela do meu quarto e embora eu tenha dado mancada com ela quando não liguei por muito tempo ela não se importou. E depois dela ter feito isso por mim eu ainda faço isso com ela. "Mas eu não fiz nada!".
Chego no banheiro e ela não está lá, então ela deve estar dentro de uma das cabines. Será que ela está chorando? Duvido. Ela tem uma personalidade forte, e eu valorizo isso em uma pessoa. Apesar de eu saber que até as pessoas duras como rocha podem ser tão liquidas por dentro.
No banheiro só tem quatro cabines, duas estão vazias.
Fico em frente a segunda porta e quando estou prestes a bater para ter certeza de que é ela que está lá a porta da outra cabine de abre e uma garota que eu desconheço sai e se dirige à pia, saindo após lavar as mãos. Higiene também é uma coisa que eu valorizo na pessoas. Bato na porta.
Eu: alis?
Ela não responde.
Eu: Alis, sou eu, olha, me desculpa! A culpa não foi minha! Foi só um beijo de amigos, foi na testa! Eu não quero que você pense que eu gosto dele. Sabe, eu deduzi que você gostasse dele desde o dia em que eu falei que a gente tinha quase se beijado, você ficou estranha. Eu não... olha, você pode ficar com ele, eu não gosto dele desse jeito e vocês formam um lindo casal. Vocês se combinam em tanta coisa!
Ela abre a porta e enxuga o rosto com as costas da mão, tentando (apenas tentando) sorrir.
als: você é tão... fofa.
Eu: bem, depois desse discurso não era isso o que eu preferiria ouvir. Quem sabe um: eu sei que não foi culpa sua.
Als: eu sei que não foi culpa sua.
Eu seguro as mãos dela e a puxo para um abraço.
Eu: obrigada.
Sinto a respiração dela no meu cabelo, como um suspiro e depois ela me solta, mas ainda segura a minha mão.
Als: Eu preciso te contar uma coisa.
Eu: pode falar, eu não conto pra ninguém. Juro.
Als: eu confio em você, mas tipo, ninguém pode ouvir. É... muito pessoal.
Eu faço que sim com a cabeça e ela me puxa para dentro da cabine e fecha a porta, ficamos uma de frente pra outra.
Ela respira fundo umas duas vezes, de olhos fechado e depois olha pra mim, olhando bem dentro dos meus olhos.
Als: seguinte. Eu tenho que te contar, porque não acho justo com você. Eu já gostei de muita gente mas todas elas meio que... o amor era recíproco, isso nunca aconteceu antes..
Eu: eu acho que com o tempo ele vai ver como você é maravilhosa e aí ele vai gostar de você tanto quanto você gosta dele..
Ela pede silêncio e eu percebo que não queria que eu a interrompesse. Ouso alguém entrar no banheiro, mas então não ouso mais nada. Ela retoma a conversa.
Als: como eu vou dizer isso? Amm... eu... assim... não é do... não é do Diego que eu gosto.
Eu: como assim? Ahhh, você tem ciúme porque acha que somos mais amigos do que eu e você? Se for isso relaxa! Eu gosto de você tanto quanto ele! E nós nunca iremos te excluir do grupo, pode ter certeza e ... ah, sim, desculpa.
Ela respira fundo, acho que eu não entendi direito.
Als: você não entendeu direito.
É, eu não entendi direito, mas se não é isso? É o que?
