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Me concentro em comer meu bolo e em tomar meu chocolate quente recém trazido.

olhei para o parque e respirei fundo. no meio da grama havia um lugar com areia e um playground.

no balanço de dois lugares havia três crianças discutindo de quem seria a vez de usar o balanço.

sorrio. 

será que eu estava feliz?

no fim os pais das crianças chegaram e elas se despediram com um abraço desengonçado e um aceno ao se distanciarem.

cortem um pedaço de bolo (de formato triangular o que era um prazer aos meus olhos - não gosto muito de quadrados). era coberto com chocolate branco ou leite ninho, não sei bem.

coloquei um pedaço na boca. era leite ninho. os pedaços de morango estavam gelados e consistentes do jeito que eu gosto. 

coloquei mais um pedaço na boca e fechei os olhos saboreando. 

ele: parece que isso ai esta muito bom.

acabo me assustando e engasgando com o bolo. bebo um gole do chocolate que não esta mais tão quente.

ele riu e eu olhei pra ele como quem repreende.

eu: você me assustou!

ele: kkkkk percebi.

ele se sentou comigo na mesa. não estava mais com seu avental de garçom. eu ainda continuava molhada de chocolate quente.

ele: vou pegar alguma coisa pra comer, já volto.

eu: tudo bem.

ele sai e volta alguns minutos depois com um copo de suco de laranja e um prato com um pedaço de torta de frango, uma coxinha tamanho médio, um pastel que parecia ser de carne, um folhado de alguma coisa um frasquinho de maionese outro de mostarda e uma trufa de sobremesa.

ele: quer?

eu: não... obrigada.

ele: é que você estava encarando e tals ai eu pensei que você queria. tem certeza que não quer porque seus olhos estão até meio arregalados. kkkkkk.

eu: não. é que... você vai comer tudo isso?

ele: ta perguntando se eu vou comer tudo? com certeza você quer! come.

eu: não! kkkkk é que é muita coisa!

ele: eu sei.

ele começa a comer.

ele: você não vai comer?

na verdade quando eu fiz o pedido eu não estava com fome, mas agora estou, mas mesmo assim não consigo comer na frente dele, então simplesmente respondo que não.

eu: não, porque não gosto que você me veja comer porque acho que vou acabar me lambuzando com o leite ninho ou com o creme ai você vai me olhar com uma cara de quem não sabe nem comer um bolo sem fazer merda.

ele para de comer e me olha segurando uma risada. ele engole o que tem na boca e coloca a mão na frente da boca e em seguida endireita a postura.

ele: você é uma graça.

nós dois rimos. desvio o olhar e de longe vejo Matheus subindo a rua.

ele não pode me ver ELE NÃO PODE ME VER! 

sinto que vou começar a suar, minha respiração fica pesada e acho que ele percebe, ele se vira e olha pro mesmo ponto que eu.

ele volta a olhar para mim com cara de confuso e levanta uma sobrancelha.

ele: seu namorado?

eu: não... não. é um... tem banheiro aqui?

ele: se for seu namorado a gente explica que não tem nada rolando e..

eu: não é meu namorado! tem banheiro aqui?

ele: não, eu acho. agora relaxa e me explica.

eu: eu só vou pagar e comprar uma bala!

ele: ei! volta aqui! me explica!

já não estou mais na mesa. o Matheus não pode me ver de jeito algum! ele não pode falar quem eu sou pra ele.

eu: moça, com licença, tem banheiro aqui?

ela: não.

eu: então será que posso pagar?

ela: essas são as regras. você come e paga.

eu:quanto deu?

ela: foram um bolo e um chocolate né? 

eu: isso!

ela: são..

ele: ei, ele já foi, agora me explica.

eu: não posso.

ele: porque?

ela: vai pagar ou não?

ele: espera Clarice! estou resolvendo um negócio com ela!

ela: então trate de resolver logo!

ele: cala a boca. desconta do meu salário essa merda! vem garota.

ele me puxa pelo braço e me arrasta até o lado de fora do café.

eu: eu pago, é sério. não posso deixar você pagar.

ele: me compense falando porque fugiu daquele cara.

eu: é uma longa história. 

ele: tenho tempo. 

eu: mas ainda não estou pronta.

ele  coloca as mãos nos bolsos da frente da calça jeans e olha pro outro lado da rua, para o parquinho que agora está quase vazio.

ele: vem.

ele saiu na frente, a rua não estava movimentada, então foi bem fácil atravessar a rua.

ele foi até um banco abaixo de uma arvore grande e se sentou.

o segui e me sentei ao seu lado, eu não queria contar pra ele quem eu sou. 


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OLÁ ABORES 

O QUE SERÁ QUE ELA VAI FAZER?

NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR

BJOOS

A tal Nerd (Pausado)Where stories live. Discover now