Capítulo 14

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POV Hanna.

Nem me lembro á que horas fui dormir, mas quando acordei já estava claro, olhei no relógio, eram sete e meia. Eu desci para a sala, Sam não estava no sofá,  eu fui para a cozinha, ele estava lá em pé falando ao telefone. Assim que me viu desligou.

-Bom dia. -Ele disse.

-Bom dia. 

-Fiz seu café da manhã. -Disse apontando para o prato com ovos mexidos e bacon em cima do balção. 

-Obrigada. -Eu disse pegando o prato e me sentando na cadeira. -E você? Não vai tomar café?

-Eu já...já comi. Olha, eu tenho que ir agora. Mas, qualquer coisa me liga, certo? -Disse ele apressado

-Certo. Obrigada por...você sabe...fica aqui comigo. 

-Não tem de que. Até.

-Até. -Eu disse, ele saiu tão rápido que eu nem pude me levantar para acompanha-lo ate a porta.

Eu tentei deixar a casa um pouco mais apresentável, por causa de um cliente que vinha trazer os documentos. Fechei a porta do meu quarto com todas as fotos dentro. Quando acabei já eram quase nove da manhã. Finalmente a campainhai toca. 

-Bom dia. -Disse o homem quando eu abri a porta, ele era alto, pálido, olhos azuis, e um cabelo preto completamente desarrumado. -Desculpa o atraso.

-Não, tudo bem. -Eu disse, ele não estava atrasado na verdade, parecia ter ficado dias sem dormir.

-Trouxe os documentos. -Disse levantando uma pasta na minha frente.

-O que você quer exatamente o que eu faça?

-Eu posso...entrar?

-Ah sim, claro, -Disse dando espaço para ele passar. Ele se sentou no sofá e começou a tirar os papeis da pasta. 

-Eu queria que você visse a fatura da empresa...a minha empresa e tente achar o erro, alguém esta ganhando mais...acha que pode fazer isso?

-Ah sim, claro. -Eu disse enquanto folheava os papéis

-Certo, e...quando você acha que consegue terminar?

- Você precisa pra hoje? -Eu perguntei surpresa, era uma empresa com mais de 2 mil funcionários.

-Quanto mais rápido, melhor.

-Ah...eu consigo para as...sete da noite? -Eu disse, mesmo sabendo que aquilo ia acabar comigo, pelo menos era uma boa distração.

-Perfeito... as sete! -Ele disse e foi ate a porta. - Aqui! -Ele me entregou um cartão, como um nome e um telefone. -Ligue se precisa tiver alguma dúvida ou algum imprevisto.

-Obrigada. -Eu fechei a porta. 

Fiquei a tarde toda analisando essas faturas, só parei para o almoço, mas depois fiquei das uma as cinco e meia. Resolvi ligar para ele de uma vez. 

-Pronto! -Disse a mesma voz cansada de antes.

-Alo, sou eu Hanna...dos documentos...

-Ah, olá. Você já terminou?

-Sim, deu trabalho mas esta tudo certo, o problema era que dois corretores estavam ganhando por vendas, e um conseguiu fechar dois negócios, e um declarou que conseguiu com a ajuda do outro, na hora de dividir os lucros, lançaram o valor duplicado para os dois,  dando uma diferença de 3 mil no valor final. Eu fiz uma planilha e novos documentos corrigidos.

-Perfeito! Então eu posso ir ai buscar os documentos?

-É claro.

-Eu estou um pouco preso aqui, devo chegar no máximo em uma hora...

-Não tem problema, eu aguardo.

Eu coloquei os documentos novamente na pasta e fui para a cozinha. Eu abri a geladeira, não tinha muita coisa, ainda eram 5:40, dava bastante tempo de ir ao mercado e voltar.  Eu peguei minha carteira e a chave do carro, tranquei a porta e deixei a chave no vaso de lírios,  do outro lado da porta, como sempre caso alguma das meninas volte. Não comprei muita coisa, só mais uma caixa de chá, congelados e um taça de vinho. Coloquei as coisas no porta-malas, e entrei no carro. Quando cheguei eram 6:10, tirei as compras do carro e deixei perto da porta para abri-la, a chave não estava no vaso, eu procurei no outro de lírios amarelos e elas estavam lá, achei estranho, eu nunca punha as chaves lá, não dei muita ideia, mas quando fui girar a chave na porta eu percebi que ela estava aberta. Eu não a deixei aberta, eu a abri com cuidado e encontrei o homem dos documentos na sala.

-Ola? Como você entrou aqui?

-Está aberta, eu bati mas ninguém atendeu, então eu entrei. -Ele não tinha cara de quem tinha sido pego no flagra.

-Eu não a deixei aberta.

-Não parecia que arrombaram. 

-Acho que não roubaram nada. -Eu disse olhando as coisas da cozinha.

-Me desculpe, eu estou meio atrasado, eu posso pegar os documentos agora?

-Ah...claro. -Eu peguei os documentos na mesinha do centro e o entreguei. -Eu expliquei tudo ai na ultima folha, se você não entender eu posso...

-Está ótimo, aqui está. -Ele disse me entregando um envelope. -Muito obrigada, eu já vou indo.  -Ele disse e saiu. Eu fui até a porta e a tranquei.

-Estranho. -Eu disse deixando o envelope no sofá e indo para a cozinha para guardar as compras, eu vi a faca na bancada, qualquer pessoa deixaria para lá, uma faca na bancada, um garfo no lugar das colheres, uma xícara de chá em cima dos pratos, eu não deixaria nada assim.Mas foi ai que eu percebi, quem entrou aqui não roubou nada, mas eu tenho certeza que trocou as coisas de lugar. Quanto mais eu pensava nisso, mais a ideia parecia absurda, quem entraria na sua casa só para trocar as coisas de lugar? Depois que eu coloquei as comprar no armário, eu subi para tentar dormir um pouco. Eu me deitei no outro quarto. 

Acordei com o barulho da campainha, já estava de noite, não acredito que dormi tanto assim. Eu levantei, passei a mão no cabelo e desci. Eu olhei pelo olho-magico, era Sam. 

-Oi. -Eu disse.

-Oi...vim ver se estava tudo bem por aqui.

-Até agora, sim. Quer entrar? -Eu dei espaço para ele entrar, eu fechei a porta em seguida.

-O que você fez hoje?

-Fui ao mercado e dormi até agora.

-Desculpa se te acordei. -Ele parecia meio distante.

-Sem problemas.

-Sobre ontem....

-Não, não peça desculpas. -Eu o interrompi. -A gente não fez nada errado. Quer dizer... -Ele se aproximou e pegou um mecha do meu cabelo.

-Eu não ia dizer isso. -Disse e sorriu gentilmente.

-V-você...quer alguma coisa? Café? Chá?

-Um chá. 

-Você é igual a mim.

-Isso é bom? - Ele perguntou de sala, eu já estava na cozinha pegando os saquinhos de chá quando eu vi. A mesma faca que eu tinha guardado na gaveta estava no mesmo lugar de antes, eu deixei a chaleira cair. - Hanna? O que houve? -Eu perdi o ar, tudo que eu tinha guardado, estava fora do lugar. De novo.

-Eu acho que...alguém entrou aqui.

Continua..

Não fale com estranhos | Concluído Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ