Capítulo 4

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POV Hanna

-E faz muito tempo que estão tentando pega-lo? -Eu perguntei levando Sam até a porta.

-Desde que eu virei policial, a uns 4 anos.

-Porque ele faz essa coisas?

-Eu conheço ele muito bem, o cérebro do Dean funciona diferente das outras pessoas, ele não sabe filtrar as coisas boas e coisas ruim, desde que o conheci, ele dizia que tinha uma missão muito importante para cumprir.

-Então vocês eram muito próximos?

-Nos estudamos juntos, e fizemos faculdade juntos, ele teve uma infância difícil, mãe alcoólatra, pai viciado, ele não teve muito amor na infância.

-Eu entendi mas, isso não justifica.

-Todos o admiravam, por ele ter passado por tanta coisa, e agora estar se formando para detetive, mas tudo aquilo era o disfarce que ele construia para si mesmo. Quando conseguimos colocá-lo no júri, foi alegado que ele sofria de problemas mentais, depois disso nunca mais conseguimos ligar ele a nenhum dos assassinatos, como se fosse o crime perfeito.

-Não existe perfeito. -Eu disse cruzando os braços na frente do corpo.

-Só temos que descobrir uma falha dele, você está viva, isso é um bom sinal. Temos que agir com cuidado. Isso tudo não significa nada para ele, Dean nunca teve nada para se apegar, então também não tem nada a perder.

-Estou ficando com medo, de verdade.

-Vamos ter que esperar o próximo passo dele, me ligue se ele tentar entrar em contato novamente

-Espera, e se ele...tentar...?

-Ele todos esses anos segue um roteiro, crimes perfeitamente idênticos...consideramos isso como um serial killer, se você está viva...significa que ele voltou a estaca zero, então ele vai tentar tudo novamente.

Ele se levantou e foi embora sem dizer mais nada. Eu estava tão assustada, aterrorizada na verdade. Depois de tudo que ele disse, esse Dean é um louco. O que ele quer de mim? Eu estava tão exausta, acho que eu deveria descansar um pouco. Eu tranquei a porta da frente e coloquei cadeado em todas as janelas  só por precaução, não dava para acreditar que tudo isso estava acontecendo comigo, e me deitei na cama, logo meus olhos se fecharam.

POV Dean

Eu ví Sam saindo da casa dela, ele sempre se metia nós meus assuntos. Não acredito que a encontrei, tão involuntariamente, juro que não fiz mal algum a ela naquele dia, jamais conseguiria fazer isso com ela, eu só fiquei a apreciando de longe, não tive coragem nem de toca-la, ela era tão perfeita. Quando ela chegou em meu apartamento, eu não esperava, confesso que achei que foi a Lola que a mandou, mas agora sei que não foi. Ela é tão inocente, ela confiou em uma estranho que paga R$ 900 a hora para tirar fotos dela, como ela pode ser tão ingenua...exatamente como antes.

Quando eu a deixei ali no meu apartamento para comprar comida. Eu me esqueci de que tinha deixado a porta aberta, como os vizinhos gostavam de entrar sem bater, poderiam verá ali e provavelmente fariam muitas perguntas. Assim que lembrei voltei correndo, mas ela não estava lá. Antes mesmo de checar as câmeras eu já sabia que foi o Sam que a levou embora, o Super homem desgraçado ataca novamente. Juro que se ele se não nós conhecêssemos já estaria a sete palmos do chão.

Ele sempre tentava salvada minhas ''vitimas'' se é que posso chama-las assim. Mas desta vez não, desta vez vai ser diferente. Ela deu falta dos documentos, eu não queria prejudica-la, eu só estava com medo dela tentar sair da cidade, sem os documentos ela não conseguiria. Mas me arrependi logo depois, por sorte, eu tinha feito a copia das chaves do apartamento dela, só por precaução. Eu tinha certeza que aquelas amigas dela não estavam em casa. Ela tinha trancado a porta, pelo menos isso. Eu a abri, e logo depois que entrei, eu a tranquei de novo.

Eu tenho que me lembrar de dar uma olhada nas câmeras de segurança. Caso ela desconfie de alguma coisa. Ela estava deitada no seu quarto, estava tão linda, o cabelo esparramado pelo travesseiro, o cheiro do seu perfume incendiando o quarto com o aroma de jasmim e candida. Ela era tão adorável, mas tão nova também, não devia nem ter 25 anos. Ela é como eu me lembrava...É a primeira vez que ajo sem pensar, a vontade de vê-la me trouxe aqui. Se eu quiser continuar a vendo, preciso ser mais cuidadoso, se ela me visse aqui surtaria na certa. Talvez ela não entenda que eu não a quero fazer mal. 

Sam deve ter enchido a cabeça dela de minhocas como as outras. Eu coloquei todos os documentos dela em cima da pequena comoda ao lado da cama, todos menos o passaporte. Ela não iria escapar de mim tão fácil assim.

Continua...

Não fale com estranhos | Concluído Where stories live. Discover now