Capítulo 5

848 81 4
                                    

POV Sam

Assim de sai da casa da Hanna, fui direto para a delegacia. 

-Boris, posso falar com voce ? -Eu perguntei, entrando de supetão na sala do meu chefe.

-Já esta falando. -Disse sem me olhar.

-Ele tem mais uma vitima.

-Ele quem ? -Perguntou ele, visivelmente desinteressado.

-Dean.

-Olha Sam, eu já lhe disse. Sem provas que que foi ele que matou todas essas garotas, não podemos fazer nada.

-Ele confessou tudo quando estava no centro psiquiátrico!

-Você sabe o depoimento dele enquanto estava no tratamento não vale como prova. Você encontrou o corpo?

-Ai vem a melhor parte: ela está viva.

-Aposto que já conversou com ela, e a disse sobre todas as informações confidênciais sobre a investigação. -Disse Boris mais como um puxão de orelha do que uma pergunta.

-Boris, quando voce vai acreditar em mim? Quando essa garota aparecer morta com um tiro na cabeça? Assim como as outras? -Eu bati na mesa, mas Boris continuou imóvel, Deus sabe que ele já viu coisas piores.

-O que quer que eu faça Sam?

-Quero que você me apoie dessa vez!

-Sam, você é um dos meus melhores investigadores, já resolveu casos com muito menos pistas do que esse, se você dizer: chefe esse é o assassino! Eu o colocava na cadeia, mas o júri não pensa assim, eles querem provas, impressões digitais, fios de cabelo, imagens de câmeras de segurança, depoimentos, testemunhas, e você não tem nada disso Sam. Sinto muito...

- Eu não quero que ela apareça em um vala no dia seguinte, como sempre acontece. -Eu disse me sentando e respirando fundo.

-Então me mostre o que sabe fazer de melhor, Sam!

-Tem notícias de Jane? -Eu perguntei a Boris, Jane era a garota que eu tinha salvado do Dean.

-Ainda esta internada, não recuperou totalmente a memoria. - Eu menti para a Hanna, quer dizer, só um pouco. Ela não tinha ido embora, ela levou um tiro na cabeça, não morreu mas perdeu boa parte da memoria, ela tinha visto tudo de perto, era a única testemunha, e o Dean conseguiu se inocentar novamente . E a prometi que iria proteje-la...  -Sinto muito, Sam

-Eu também. - Eu disse e sai do escritório dele.

-Aonde vai Sam?

-Não vou deixar ele estragar a vida de mais uma, se ele quer brincar de Deus, que aguente as consequências.

POV Hanna.

Eu acordei, não sei por quanto tempo eu dormi. Mas já era de noite. Eu me levantei, provavelmente as garotas já chegaram. Quando levantei eu vi, meus documentos em cima da escrivaninha. Estranho pois eu não me lembro de estarem ali antes de eu me deitar, menos mal, fico mais avaliada deles estarem em casa e não nas mãos de Dean.

Eu tinha razão, elas estavam na cozinha conversando enquanto guardavam as coisas que compravam. Eu peguei o dinheiro na minha bolsa, havia mais de dois mil reais no envelope, eu tinha que devolver esse dinheiro, talvez na cabeça doentia dele possa pensar que esse dinheiro iria comprar o meu silêncio

-Olha só, bela adormecia. - Disse Lena

-Vocês demoraram voltar. -Eu disse quando entrei na cozinha.

-Que carência hein. Onde dormiu ontem? - Lena perguntou fazendo uma cara maliciosa.

-Na casa de um amigo, não se preocupe. -Eu preferi não contar a verdade por enquanto, não queria preocupar ninguém.

-Ninguém se preocupou, acredite. - Disse Hellen, sempre tão gentil.

-O que ela quis dizer é que nós só vimos quando fomos te chamar para tomar café. -Disse Tess.

-Eu consegui o seu dinheiro. -Eu entreguei todas as notas na mão dela. Todas ficaram de boca aberta.

-Você assaltou um banco é?

-Arranjei um emprego. -Menti, ou não.

-E ele te pagou tudo isso em um dia?

-Adiantamento. -Eu disse dando os ombros

-Sorte a sua!

-Ei, deixem ela em paz. Ela pagou primeiro que vocês, nenhuma me entregou o dinheiro ainda. -Disse Tess.

-Começou! Bou dormir, obrigado de nada. - Disse Hellen.

-Ela esta cada dia mais irritante.

-Concordo.

-Por favor gente, vai que ela escutar vocês. 

-Deixa de ser tão certinha Tess. Eu vou dormir também. -Disse Lena.

-Tudo bem, eu vou fazer o jantar.

-Quer ajuda ? -Perguntei depois que a Lena saiu.

-Não precisa, pode ir dormir um pouco.

-Imagina, acabei de acordar.

-Hanna, esta tudo bem mesmo? -Disse ela quando as garotas foram para seus quartos

-Sim, porque? -Eu fui a geladeira e procurei por algo para fazer, será que eu estou tão visivelmente apavorada assim?

-Não sei, voce esta estranha

-Estranha...o que quer dizer?

-Você parece, sei lá.  Você esta com algum problema? Sabe que pode confiar em mim.

-Sim, eu sei. -Eu sei que posso confiar nela, ela é minha melhor amiga, conheço ela desde o ensino médio. Mas eu não quero preocupa-la demais, eu não sei a que ponto esse maníaco pode chegar. Mas sei que posso resolver isso sem envolver elas. - Não é nada de mais, não estou acostumada com aqui, muito movimentada a cidade.

-Sim, também achei. Muito diferente da nossa. 

-Sei que vou me acostumar logo.

-Tem certeza que é só isso?

-Sim, Teresa. É só isso. 

-Me desculpa, eu só me preocupo com voce.

-Eu sei, obrigada por isso. 

-Agora vamos fazer esse jantar.

Todas nós jantamos e durante o jantar nós conversamos de como foi o nosso dia, eu menti dizendo que estava muito cansada de trabalhar no escritório, depois todas nós ajudamos a lavar a louça e fomos dormir. Nó dia seguinte, eu estava decidida a procurar um emprego, mas não podia deixar as outras garotas saberem disso, elas até me ofereceram uma carona pro trabalho, mas eu dei a desculpa de que eu ainda estava me arrumado, e de que ela podiam ir sem mim.

Eu tentei arrumar primeiro indo na agencia de empregos, eu estava aceitando qualquer coisa. Ela disse que tinha uma vaga para cuidadora de idosos, como eu tinha feito enfermagem, eu iria ser a enfermeira dele, ir lá todos os dias só para medir a pressão, a glicose e dar os remédios no horário correto, mas era temporário. Fiquei surpresa quando ela disse que pagavam R$ 500 por dia. Sendo que não ia levar nem uma hora lá. Eu aceitei

Eu começo amanhã mesmo, eu voltei para casa, nem percebi que tinha deixado meu celular em cima do sofá, quando olhei, não havia nenhuma mensagem, e pior, as mensagens que Dean havia me enviado haviam sido apagadas!

Continua...

Não fale com estranhos | Concluído Onde as histórias ganham vida. Descobre agora