Thamara

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Domingo, 07/05/2017, 18h00min horas.

Assim que acordei, exatamente as 9 da manhã, peguei o meu celular que estava no criado mudo ao lado da minha cama, fiquei surpresa e feliz quando vi que tinha mensagem no WhatsApp do Peter.

"Bom dia, vamos sair hoje à tarde?" – era o que ele tinha mandado às 8 da manhã.

Sorri ao ler a mensagem, fiquei completamente boba, é eu estava gostando muito dele, talvez até de mais, e nunca tivemos nada um com o outro, e talvez, nunca teremos.

"Bom dia! Claro, vamos sim, não vou fazer nada a tarde mesmo, vai ser uma boa sair, que horas?"

"Ótimo. Pode ser 16:00 horas?"

"Sim, pode."

Deixei o celular na minha cama e fui dançando até chegar em frente ao espelho, encarei o meu reflexo, e fiquei pensando o quanto eu seria linda se não tivesse essa cicatriz estragando o meu corpo. Maldita hora em que aquele acidente foi acontecer.

Tentei não pensar mais nisso e nem na cicatriz, eu teria que conviver com isso eternamente no meu corpo, isso não deveria importar para mim, mas me sinto horrorosa quando a vejo.

Tirei o pijama e vesti algumas de minhas roupas de ficar em casa. Mamãe entrou no meu quarto quando terminei de vestir minha blusa.

- Bom dia mãe. – disse, e sorri.

- Bom dia meu amor! Dormiu bem? – perguntou ela, caminhando até mim, e me abraçou por trás, ficamos nós duas de frente para o espelho.

- Dormi sim.

- Eu te vi saindo daquele carro ontem à noite. – ela disse, e me soltou devagarzinho. Meus olhos se arregalaram e fiquei com medo de que ela me desse um baita de um sermão.

- Desculpa mãe! Eu não tive escolha, o pai de um amigo meu nos trouxe, foi uma gentileza, eu não poderia recusar. – falei em total desespero. De repente mamãe soltou uma gargalhada alta.

- Calma Thamara! Nossa filha... Sinceramente, que medo todo é esse? – perguntou ela, tentando não rir mais.

- Vocês sempre me proibiram de andar de carro, pensei que fosse ficar brava com a minha desobediência. – disse ainda assustada.

- Querida... Quem te proíbe de andar de carro é o seu pai, eu não ligo, eu realmente acho que o seu pai está exagerando, foi um acidente, e já faz anos, não vai acontecer de novo, seu pai precisa entender isso, mas é tão complicado pra ele sabe... E você está em uma idade de descobertas, você precisa conhecer o mundo, não podemos mais ficar te proibindo de sair. – ela disse. Me olhava com ternura e preocupação também.

- Vai contar pra ele?

- Não. Fica tranquila meu bem. Olha, e esse seu amigo, ele é gatinho? – perguntou ela.

- Mãe! Ele é só um amigo! – disse rindo.

- Thamara, eu conheço esse olhar! Me conta a verdade vai, ele é super gato e você está completamente apaixonada por ele, não é? – mamãe insistiu, e eu ri mais.

- Sim. Ele é gato de mais e eu estou caidinha por ele. – confessei. Ela levou a mão na boca, tentando se conter, mas não deu muito certo, pois já estava rindo horrores.

- Não acredito que minha menina está apaixonada... Você está mesmo crescendo.

- Mãe, para vai, assim eu fico sem graça. Eu gosto dele sim, mas acho que ele não me olha dessa forma. – falei, sentindo- me triste por não ser correspondida.

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