Thamara

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Segunda feira, 01/05/2017, 22:00 horas.

Peter e eu estávamos conversando tão bem que eu chegava a duvidar se era eu mesma ali, falando abertamente com ele, quer dizer, eu não sou uma garota tímida, mas confesso que para algumas coisas, eu fico bem tímida, como conversar com meninos, esse é o pior de todos, mas por incrível que pareça, por algum motivo desconhecido, eu não fico tímida com o Peter, ele tem alguma coisa que faz com que eu consiga ser eu mesma, eu me sinto confiança em falar com ele, e por isso não tenho medo de mostrar quem eu sou, e isso não acontece sempre, em relação a outras pessoas, por mais que eu tente, eu não consigo ser eu mesma, é como se tivesse uma barreira invisível me impedindo de me expressar e mostrar que eu sou, eu até converso com elas, mas não me mostro verdadeiramente, é como se uma personagem chata e sem graça tomasse conta do meu corpo, me impedindo de ser a verdadeira Thamara, eu sei que é louco, é muito estranho, mas com o Peter e as meninas eu tenho conseguido ser eu mesma, foi difícil para mim confiar na Lívia no inicio, mas agora eu confio plenamente nas duas, e me sinto horrível por ainda estar escondendo sobre a minha ficada de anos atrás com o Caleb.

Mas tenho tanto medo de que elas não me perdoem, de que não queiram mais falar comigo, e a Mirela... Ela gosta dele, vai se sentir traída.

O que eu faço? Conto ou não conto?Eu não sei o que fazer.

Era intervalo, e Peter estava comigo, as meninas tinham ido a algum lugar fazer alguma coisa de que eu não sabia naquele momento.

- Eu tenho vontade de conhecer Nova York, Paris, e o Japão. – disse Peter. Estávamos falando sobres diferentes lugares do mundo de que gostaríamos de ir algum dia.

- Eu também sinto muita vontade de conhecer Nova York, Paris e o Japão. – disse, o que era verdade, para ser sincera, se eu pudesse e conseguisse, gostaria de conhecer todos os lugares do mundo, acho que fui uma aventureira em outra vida (se é que existe), sempre viajando ao redor do mundo, porque, tenho muita vontade de fazer isso um dia, sonho em viajar pelo mundo a fora.

- Sério? Que legal! Temos gostos parecidos, eu sonho com o dia que eu vou viajar pelo mundo, conhecendo lugares incríveis. – ele disse, e arregalei os olhos surpresa. Era muita coincidência!

- Nossa... Eu também sonho em viajar o mundo. Que estranho. – disse e ri.

- Sério? – ele perguntou se surpreendendo e com um sorriso enorme no rosto.

- Aham, sério mesmo. Meus pais dizem que eu sonho de mais, talvez eu sonhe com isso pelo fato de eu ter sido criada muito presa, até hoje é assim... – falei.

- Meu pai apóia o meu sonho, diz que se algum dia eu conseguir, ele vai dar seu apoio, minha mãe que não gosta nada da ideia, ela meio que não quer perder o filho dela. Mas isso é um sonho e nem sei se algum dia vou conseguir realizar. Como assim você foi criada muito presa? Eles ainda te prendem? É estranho, porque você tem 15 anos e a maioria das meninas nessa idade saem sem nenhum problema. – disse ele.

- Bom, para onde quer que eu vá tenho que pedir permissão, e se eles não deixarem, não tem como eu sair. A não ser que eu fuja, mas isso nunca passou pela minha cabeça e nunca foi uma opção para mim, eu nem sei como eles permitiram que eu dormisse na casa da Mirela, acho que eles confiaram nela, ou então querem que eu me divirta mais, mas a questão é que desde que eu sofri o acidente de carro, os cuidados que tiveram em relação a mim aumentaram. Meu pai acha que foi culpa dele, mas não foi, foi apenas um infeliz acidente, e eu não morri, mas, desde então, eu nunca mais entrei em um carro, acredita? E para eu andar de moto com a minha mãe é um custo, meu pai morre de medo de que eu sofra um acidente de moto, isso é tão louco não é?

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