Lívia

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Quinta feira, 27/04/2017, 16:00 horas.

Depois que a Mirela voltou com a estranha da Thamara para conversarmos, fiquei com vontade de socar a Mi, como ela podia ir atrás dela? Mas tudo bem, eu entendi, afinal, a Mirela sempre teve um coração enorme e gosta de ser amiga de todos. Eu não consigo ser como a Mirela, e olha que já tentei! Quando não gosto de uma pessoa, implico até o fim, e a maioria das garotas que são todas "amiguinhas" da Mi, são falsas, só a Mirela que não percebe isso, claro, existe sim meninas que gostam da Mirela como amiga de verdade, mas uma grande maioria, é tudo puxa-saco, só conversa com ela, porque é popular e elas querem ser vistas como populares também, porque vamos ser sinceras, quando uma pessoa é popular no colégio, e essa pessoa tem amigas, imediatamente, "as amiguinhas", também ficam conhecidas e vistas como do grupo da garota popular. Mas a minha amiga é muito ingênua, está sempre querendo enxergar o melhor nas pessoas, não consegue ver maldade em ninguém, diria até, que é meio bobinha.

Eu sempre defendi a Mi, ela é a minha melhor amiga e não vou deixar que nenhuma garota faça de boba com ela, eu não conhecia nada da Thamara, mas, não fiquei com uma boa impressão, depois do que ela falou para gente, eu fiquei realmente assustada e com medo dela, e olha que eu não sou de ficar com medo facilmente.

Menina mais estranha, a danada é linda! Mas do que adianta ser linda e falar coisas estranhas como ela falou? Talvez seja por isso que as outras garotas estavam rindo dela.

Tentei não demonstrar muito, a minha cara de irritação quando vi a Mirela voltando acompanhada da Thamara. – Eu a trouxe de volta, vocês duas precisam recomeçar. – disse ela, abrindo um sorriso travesso.

Dei um sorrisinho falso e fingi que estava tudo bem, se eu maltratasse a Thamara novamente, eu sabia que a Mirela ficaria muito chateada e com raiva, eu não queria brigar com a minha melhor amiga, não por medo de ficar sem ela, pois, tenho outras amigas também, mas é que ela é a melhor de todas, a que conhece todos os meus segredos, e eu tinha medo da Mirela fazer alguma besteira sem mim.

- Desculpa Thamara, eu fui muito rude com você. – disse, curta e fria, com o pedido de desculpas mais falso que já fiz em toda a minha vida.

Ela deu um sorrisinho murcho. – Tudo bem, eu admito que falei algumas coisas estranhas. – disse ela.

- Vai contar porque disse que é perigosa? – perguntei, aquilo não saía da minha mente.

Elas se sentaram ao meu lado. – Sou muito temperamental, perco a cabeça com facilidade, na minha antiga escola, eu briguei com uma menina, bati muito nela, tanto que ela foi parar na enfermaria do colégio, e eu fui expulsa de lá, por isso, como uma forma de castigo, os meus pais me trancafiaram aqui dentro, eles acham que eu sou muito perigosa para todos que me rodeiam, mas não se preocupe, se você não fizer nada comigo, eu não vou te bater. – disse ela, séria e em seguida riu. Pensei que estava falando sério, quase tive um treco de tanto nervoso.

- Estava brincando né? – perguntei, ainda séria e sem achar graça da situação.

- É claro. Eu não sou tão violenta assim, essa foi á primeira vez que bati em alguém em toda a minha vida, foram os meus pais que exageraram.

- Porque brigou com a garota? – eu quis saber.

- Eu não quero contar, mas ela implicava comigo. – disse ela. Olhei para a Mirela, que apenas pediu com o olhar para que eu não insistisse nesse assunto, é, nós duas somos tão amigas, que podíamos entender uma a outra, só com uma troca de olhares.

- Ok então. Quando quiser contar, estaremos aqui para ouvir. – eu disse. Thamara assentiu e agradeceu com o olhar. Talvez ela não fosse tão estranha assim, não custava nada dar uma chance a ruivinha.

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