Selena e Leticia dormiam profundamente, o conforto que o local oferecia para elas as permitia descansar bem. Já Drake permanecia acordado, o sono só viria quando o Sol nascesse. Acabou afundando-se em pensamentos e em dúvidas, já que não sabia como iria controlar o poder que havia recebido.

A noite passou e amanheceu, todos os vampiros foram se deitar para dormir. Enquanto eles pegavam no sono, Selena e Leticia despertaram, descansadas.

Ambas se levantaram, o local estava silencioso, agora elas teriam que fazer alguma coisa para distrair. Leticia não esperou muito para ir ao quarto da amiga, que estava deitada, mexendo no celular.

— Bom dia! — Cumprimentou entrando. — Dormiu bem? -— Perguntou fechando a porta.

— Eu dormi, e você? — Devolveu a pergunta com os olhos vidrados no celular. Leticia notou o aparelho na mão da amiga ao se aproximar.

— Ainda tá com seu celular? — Inquiriu suprensa sentando-se a beira da cama.

— Sim! No dia que tudo aconteceu, meu celular tava no bolso. — Respondeu alegre. — Tem wi-fi aberto aqui! — Completou empolgada.

— Tá, e como você vai carregar? — Indagou fazendo-a desfazer sorriso que surgira em seu rosto.

— E... eu não tinha pensado nisso... Mas alguém deve ter por aqui. Tudo numa boa. — Respondeu voltando a mexer no celular.

— Sinceramente, pensei que ia ser mordida enquanto dormia. — Comentou fazendo Selena olhá-la.

— Também, mas do jeito que eu estava cansada... nem ia ver. Pera. — Ficou séria, e tensa levou sua mão pescoço, preocupada. Não sentiu nada anormal e por isso suspirou aliviada. — Ufa, ninguém me mordeu... — Relaxou os ombros, Leticia riu.

— Aquele garoto, o Dominic, teve no meu quarto, ontem a noite. — Contou.

— No meu também, me deu um susto do cacete, mas tava só brincando, eu acho...

— Ele fez o mesmo comigo, acredita? Eu estava certa de que ia morrer. — Falou pondo a mão no peito. — Mas mudando de assunto, como você tá em relação ao Drake?

A expressão tranquila de Selena se desfez naquele instante, e séria abaixou o olhar. Demorou consideráveis segundos para dar a resposta.

— É estranho... e doloroso, tenho que admitir.

— Não consigo imaginá-lo como um humano, então, não consigo me colocar no seu lugar.

— Ele era arrogante, sarcástico ao estremo, mas era calmo e bondoso. Era magro, alto, e tinha o rosto cheio de espinhas. — Enquanto contava, um sorriso involuntário sorriu em seu rosto. As boas lembranças do passado ainda estavam claras em sua memória como se tivessem ocorrido no dia anterior. No entanto esse se perdeu ao lembrar-se do dia no ataque ao refúgio. — Presas, olhos brilhantes, músculos... aquele não é ele. Sabe aquelas histórias clichês de que um loser depois de anos vira um bonitão famosinho? Acrescente a isso o vampirismo.

— Acha que ele... seria capaz de te morder?

— Ele é um vampiro, é só isso que sabem fazer.

— Ele te salvou, tenta não ser tão dura com ele. Você está sem o dispositivo, essa raiva já não dá mais pra ser justificada.

— Acho que você está certa, e porquê quando eu me lembro do passado... fico um pouco revoltada. —Desabafou.

— Tenta não se prender tanto ao passado, passou três anos, não vale a pena sacrificar o que vocês dois viveram apenas por ele ser um deles.

Anjos do AnoitecerUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum