— Bom, como eu tinha dito, não podemos passar informações, apenas com autorização.

Deixo meus ombros caírem em desistência.

— Senhora, eu sei que não podem passar informações, mas garanto qu..... — A voz de Luciana sumiu ao tempo em que minha mente voou até o dia em que cheguei ali naquela cidade.

Não vai ser fácil, mas eu consigo. Ninguém precisa saber, é o certo a se fazer. Eu repetia isso como se fosse uma oração e que ao repeti-la eu obteria mesmo sucesso.

Um prédio enorme a minha frente tentou me intimidar, mas nada me pararia, eu estava decidida. Contei os passos até chegar naquela porta giratória. Uau! — Eu dizia internamente — Vão ser longos meses, mas com certeza aprenderei bastante. Fui até a recepção com o documento que me garantia um contrato temporário naquela empresa. Os donos, eu não os vi, apenas o rapaz responsável pr encaminhar novos funcionários.

Os dias foram passando um a um. Três meses... Já estou melhor. O dia corrido, só me possibilitou um lanche rápido em um shopping próximo. O sono agora era meu companheiro de sempre. Faço meu pedido e antes que me chamem e corro até ao banheiro que fica bem ali próximo. Tem sido assim nos últimos dias, minhas visitas ao banheiro tem sido constante. Depois que vim para esta empresa falei com Luciana poucas vezes, claro que na intenção de evitar perguntas, quanto menos ela souber melhor.

Ouço a campainha da senha e saio correndo com medo de perder meu lanche.

— Está tudo bem? — Ouço a voz logo após sentir um braço me segurando em vão, a falta de atenção somada com a pressa e com o estômago enjoado, me levou ao chão logo depois de esbarrar com aquele homem que eu vi apenas duas vezes.

— Está! Não se preocupe. — Digo tentando organizar minha roupa.

— Que bom!

Ele sai em uma direção e eu em outra. Pego meu sanduiche, minha batata frita e o meu refrigerante e procuro um lugar para sentar em meio a multidão. A praça de alimentação está cheia, devido a todos os funcionários de empresas próximas que almoçam no shopping.

Depois de acomodar-me em uma mesa, vejo o homem em que me esbarrei vindo em minha direção.

— Posso me sentar com você? — ele pergunta já se sentando.

— Já se sentou! — Não quero conversa com ninguém.

— Obrigado! Você precisa ter mais cuidado, não pode ficar esbarrando nas pessoas no meio do shopping!

— Eu já entendi! Agora você pode continuar comendo sua comida.

Ele sorri e permanece calado. Assim que terminei de comer sai correndo dali. Precisava urgente voltar para a empresa. Descobri quem era aquele homem quando o vi pela segunda vez. E de certa forma ele foi bem solícito, educado e atencioso. Depois disso nunca mais o vi.

— Julianaa..... você está me ouvindo? — A voz de minha amiga me traz de volta aos dias de hoje.

— Desculpa! Pode falar.

— Consegui que a senhora pedisse uma autorização para que pelo menos soubéssemos quantos foram naquele dia, e quais eram o sexo dos bebês. Se tivermos essa informação já será uma luz e uma parte da sua vida estará na sua mão. Quem diria! Não da para acreditar!

Reviro meus olhos. Mais uma vez Luciana faz questão de deixar claro sua surpresa. Infelizmente não tivemos as informações que queríamos, para termos acesso teria que ser ordem judicial e neste caso seria impossível.

Curando Feridas ( Hiatus)Where stories live. Discover now