Madrugada, quase dia
Uma mão escreve palavras
Que só pelo âmago de quem cria
Serão lidas
Olheiras crescem, inflam como bolsas
Veias nos olhos
Areia nos flancos
Pálpebras colando
"Se mantenha na linha fina"
Pelo objetivo
Muito além do sonho
Dar um tanto da vida
Ou o sangue pelo ponto pleno
Cada passo bate, chuta, esmaga
Os ponteiros do tempo
Coisa mais próxima de Deus – e do diabo – que conhecemos
Além dos antagonistas que temos em nós mesmos
Quem busca a vitoriosa chegada
Não é perfeito
– Precisa saber que não é perfeito –
Mas ainda assim busca
Doa-se a si mesmo
Por inteiro
CZYTASZ
Devaneios Decadentes
PoezjaEm seu poema "A ideia", Augusto dos Anjos fala do nascer de um pensamento, no cérebro, e todo o seu processo, até chegar de forma imperfeita na garganta e ser expresso pela língua. Bem, com a escrita a ideia não sai tão imperfeita quanto na fala, c...