Saturno

34 8 12
                                    


Venha com sua foice e sua boca cheia de dentes

Sopre-me com seu hálito, seu terrível hálito

O sofrimento da flor escura que arrebata os persistentes

Eu sou o filho, tu és o pai

Eu sou a carne, e você, você durará bem mais

Você, mesmo que eu não queira, chegará ao final de dezembro

Eu lhe imploro, seja rápido, me devore de uma vez, por inteiro

Não possuo escudo, eu juro, portanto não me defendo

Não há metal que bloqueie, não há jantar que sacie teu olhar de desespero  



Poema inspirado na pintura(imagem levemente perturbadora acima)de Francisco de Goya denominado "Saturno devorando seu filho"


Devaneios DecadentesWhere stories live. Discover now