Capítulo 49

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“Mas dá um frio na barriga, um tremor, medo de depender de alguém, de sofrer, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho. Foi por isso que tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.”

A beleza de Colson era algo de fazer o queixo se desprender do resto do rosto, nada muito diferente, os olhos e cabelos castanhos, mas havia algo em especial que fazia aquele rostinho ser notado por onde passasse, talvez o cabelo que com certeza estava precisando de um corte, ou o maxilar irritavelmente perfeito, quando digo perfeito, é porque realmente era, eu sentia vontade de deslocar aquela parte do rosto dele, só pra ver se voltava a ser como antes.

Claro, não vou comparar com Thomas pois são belezas completamente distintas, enquanto Colson é bem "comum" (digamos assim, não sei), o sujeito cujo nome não deve ser citado, era diferente, não digo um diferencial ruim (claro que não), mas diferente, talvez o jeito de se comportar, a imagem que passava onde pisava, não consigo explicar ao certo, mas todo aquele jeitão de metido à besta o fazia diferente, desde a primeira vez que o vi no colégio, aqueles cabelos loiros, os olhos escuros mas ao mesmo tempo claros (dependendo do ponto de vista), o rosto bem-desenhado, os músculos não exagerados mas também não inexistentes, tudo, absolutamente tudo em Thomas me atraía de algum jeito, desde a aparência física até o modo em que ele aparentemente ficava à vontade ao meu lado, tudo.

Confesso que eu pensei que aquilo pudesse dar algum futuro, não digo que me imaginei entrando na igreja com um vestido imenso, véu, grinalda e um buquê com rosas vermelhas e amarelas, e a tradicional música cliché que toca em todo santo casamento que você vá (não importa se é sua avó que resolveu casar depois de 50 anos, ou sua prima de dezoito anos com quatro anos de namoro, vai tocar a mesma música), não isso, sabe? Mas uma coisa séria, em que realmente pudéssemos ter algum futuro e ficarmos juntos, eu jurava para mim mesma que Thomas era diferente de todos os filhos de boas mães que passaram pela minha vida, mas no final foi pior, bem pior que Matheus e todos os meus ex-namorados (3 ou 2) juntos.

Mas por que mesmo eu estava pensando nele? Por que aquele maldito não saía da minha cabeça? Não sei explicar, não sei dizer o que estava acontecendo comigo, alguma coisa idiota dentro desse coração mais idiota ainda dizia que eu devia correr atrás, mas não fazeria isso, por mais que era exatamente o que 75% do meu corpo me induzia a fazer, lutei comigo mesma, eu estava prestes a pegar o meu meio-irmão que se parecia com uma escultura esculpida pelas mãos de Deus, por que mesmo estou pensando em uma pessoa noiva e com todo um futuro planejado pela frente? Exatamente, porque tenho um cérebro idiota, um coração idiota e eu sou idiota.

Megan: Katherine? Colson? Vocês não vão entrar?

Colson: Se a gente quisesse, já tínhamos entrado.

Megan: Nossa, desculpa.

Se virou.

Kathe: Ei, quando é sua próxima consulta?

Ela contou nos dedos.

Megan: Amanhã cedo.

Kathe: Que horas?

Megan: Nove e meia.

Kathe: Ah tá, vou contigo.

Megan: Não precisa..

Kathe: Eu disse que vou, não perguntei se posso ir.

Megan: Vocês são muito ruins comigo, eu estou grávida, dá pra me tratar bem pelo menos nesse momento?

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