Capítulo 35

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- As pessoas são tão previsíveis. Querem tudo o que não tem, enjoam de tudo que conseguem facilmente e só valorizam depois que perdem.

Nesses minutos que fiquei sozinha comendo aquelas coisinhas chiques e ruins pra caralho, pude pensar e perceber que deu o que tinha que dar entre eu e Thomas, fala sério, isso já havia ido além do que tinha que ir e não tinha um motivo óbvio que me motivava a ficar esperando por uma pessoa que tava se fodendo pra mim, levei um choque de realidade e tomei a decisão que não iria mais me importar com ele, desse segundo à frente.

Eram 11h50m quando criei coragem para levantar daquela cama dos deuses e ir me arrumar, não estava tão frio nem tão calor, revirei a mala e achei uma saia que ia até metade das minhas coxas, por incrível que pareça eu gosto de usar saia, mas não tinha muitas oportunidades para vestir, depois encontrei uma blusa branca que fazia uma combinação perfeita com a peça de baixo, calcei saltos baixos, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e moldei alguns cachos com o babyliss, fiz uma maquiagem básica, peguei minha bolsa e saí do quarto, 12h30m.

Saí do hotel e fui para a rua, onde Gustavo estava de costas conversando com uma mulher alta e bem vestida, se virou assim que dei sinal que estava ali.

Gustavo: Você tá linda.

Kathe: Obrigada.

Não sabe reagir a elogios: Prazer, eu.

Gustavo: Depois conversamos, vamos Katherine.

Se despediu da moça e abriu a porta de um carro (provavelmente o que Troye alugou), quando insinuei entrar e me sentar no banco de trás, ele disse:

Gustavo: Eu não vou te morder, entra aí do meu lado pô.

Dei de ombros e sentei no banco da frente, onde conversamos sobre assuntos nada a ver até chegarmos no restaurante mais iluminado que as lojas da times square, em plena luz do sol de meio dia haviam luzes e letreiros ligados, qual a necessidade disso? Gastar energia à toa é uma puta atitude bosta.

Gustavo: Se fizerem piadas com você, finge que não está nem aí e dá um sorriso falso, esses caras são muito escrotos, a maioria.

Kathe: Cara de paisagem sempre?

Gustavo: Cara de paisagem sempre.

Quando entrei ali dentro senti vontade sair correndo, era um lugar quieto com música ambiente e famílias chiques comendo montinhos de coisas que pareciam cocô de cavalo enfeitado com folhas, as risadas deles eram mais falsas que a Megan e isso me assustou, pessoas que pareciam bonecos de cera, até mesmo os garçons pareciam não serem reais, coloquei um semblante sério no rosto e caminhei até a mesa cheia de gente onde Troye estava nos esperando.

Gustavo: Boa tarde.

Me sentei sem falar com ninguém, eles me olhavam curiosos talvez pelo fato de que eu era a única pessoa do sexo feminino presente ali, eram mais ou menos oito pessoas contando comigo, e todos estavam sérios.

- Essa é a garota?

Um velho com cabelo e bigode tingidos de preto falou.

Troye: Sim, parece ser inocente mas é bem mais atrevida que vocês podem pensar.

Eu? Hahahahaha, talvez.

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