Capítulo 45

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- Às vezes desistir de certas coisas previne você de certas decepções.💣🌸

O mundo não gira em torno de mim e nem de ninguém, mas na minha opinião temos que ver o melhor para nós e depois pensar no melhor para os outros, esse pensamento pode parecer uma das coisas mais abomináveis e hipócritas que você provavelmente já leu ou ouviu na sua vida, mas depois de tanto tempo convivendo com pessoas que agem e pensam de tal maneira, infelizmente entrei no grupo que pensa e segue desse jeito, e não tenho arrependimento nenhum de ser assim, não mesmo.

Certo que Thomas, assim como eu, queria "se vingar" pelo que fizeram com a mãe dele, pelo sofrimento que viu ela passar e principalmente por o obrigarem à dar um giro de 360 graus no seu futuro, mas ele devia colocar a mão na consciência e pensar que tudo isso está fazendo com que ele se torne repugnante aos olhos de qualquer um! Brincar com as pessoas como se fossem os avatares do MiniMundos ou sei lá qual jogo, não é legal, usar os outros de escada também não é bom, não precisa ser nenhum gênio para perceber isso, basta ter um cérebro e dar atenção ao que o anjinho no seu ombro direito diz.

Todos nós temos nosso lado do mal, nosso demônio no ombro esquerdo, de certa forma o rabo-de-seta também tem certa influência em nossas vidas, mas temos que saber equilibrar isso, não se deixe ser bobo ao ponto de aceitar tudo que te propõe, não seja idiota para servir de tapete pra ninguém, mas também não seja um ignorante, equilibre, coloque tudo em uma balança imaginária e siga em frente, sem ser muito bom, mas também sem ser um cosplay de bicho ruim (se é que me entendem).

A viagem de volta teria sido muito agradável se uma menina de mais ou menos três anos e meio não usasse a poltrona ao meu lado para testar suas cordas vocais, ela cantava o tempo todo a música de abertura dos Backgardians, quando não alternava para uma galinha azul que contava as pintas provavelmente brancas do próprio corpo em uma melodia bem irritante, faltavam apenas algumas horas para finalmente abandonar aquela miniatura de gente, quando ela me cutucou com o dedo gordinho.

- Tia? Meu coiso caiu aí, pega pla eu?

Kathe: Hm? Onde?

- No seu pé.

Abaixei e peguei uma boneca com asas, conheço esse desenho.

Kathe: Flora?

- Winx!

Kathe: Sei que você...

- Vai queler ser.

Kathe: Uma de nós.

Ela sorriu mostrando os poucos dentes separados e pegou a boneca da minha mão.

- Qual seu nome?

Disse desrespeitando meu espaço e colocando a Flora na minha perna, fazendo com que aquela boneca dos pés duros machucasse minha coxa de forma absurda.

Kathe: Katherine, e o seu?

- Malia.

Kathe: Bonito seu nome.

- Obligada.

Sorriu mais uma vez, ela era muito bonitinha, tinha os cabelos amarrados em um rabo de cavalo bem curto, escapavam alguns fios do cabelo loiro, incomodada com aquilo, Maria passava a mão no rosto com uma expressão que provavelmente era para ser de alguém com raiva, mas acabava se tornando uma das coisas mais fofas do mundo.

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