O vampiro a olhou inexpressivo, e jogou o objeto para o lado.
— Temos muito o que conversar, Letícia...
Selena tentava desesperadamente sair da escola, mas o portão estava trancado. Quem estava com a chave não queria abrir, estava com medo dos vampiros. Se apenas este tivesse tal temor, seria mais fácil convencê-lo, porém, todos ali estavam em pânico. No entanto, recordou-se de uma saída alternativa: a porta dos fundos na cozinha.
Drake deu um passo a frente, Leticia recuou dois.
— Não tenho nada pra conversar com você!
— Heigi me disse que você é amiga da Selena, então sim, temos o que conversar. — Disse sério. Leticia o encarou surpresa, não sabia de sua ligação com Heigi. Porém não questionou sobre, preferiu lhe lançar logo a pergunta:
— Veio buscá-la?
— Sim, mas eu quero saber ela está bem, se já começaram a fazer a lavagem cerebral na cabeça dela. — Respondeu.
— Que tipo de lavagem cerebral?
— Claro! Você não vai falar... está fingindo ser amiga dela também? — Indagou num tom ameaçador. Leticia ficou apreensiva.
— Não, eu sou amiga dela de verdade! — Afirmou ofendida.
Seu coração estava tão acelerado que Drake não conseguiu descobrir se ela mentia ou não. Por isso, vampiro começou a se aproximar em lentos passos. Leticia afastou-se ainda mais e olhou para trás, vendo o fim da estrada a muitos metros de distância.
— É o que veremos...
Selena parou ao ver a cena em sua frente: os caçadores estavam sendo dizimados um a um pelos vampiros. Segurou sua foice com firmeza, no entanto hesitou em entrar para batalha, pois percebeu que era impossível vencer os vampiros naquele momento. Porém, viu na estrada a sua amiga sendo cercada por um vampiro.
Enquanto isso Catarina, Dimitri e Heigi entraram na escola, pela janela do refeitório. Caminharam até o pátio, e os alunos ao notarem a presença dos três começaram a correr e gritar, tentando fugir dali.
No desespero, vários alunos caíram no chão e um deles acabou machucando a perna, seus amigos rapidamente voltaram para ajudá-la. O pátio se esvaziou num instante, deixando apenas aqueles jovens ali.
Os vampiros se aproximaram, e os garotos mesmo com medo deles, não a deixaram sozinha.
— Por favor, não a morda. — Implorou um deles. Heigi cruzou os braços e desviou o olhar impaciente.
— Se fosse nossa intenção beber vocês eu já teríamos feito. Quero saber aonde fica uma sala, sala é... como chama mesmo Cat? — Perguntou Dimitri.
— Ala Sudeste. — Respondeu com cara de tédio. — Pensei que vampiros mais velhos tivessem uma mente melhor. — Zoou.
— Ha-ha-ha. — Riu forçadamente com ironia. — Isso, a ala sudeste! — Virou para eles.
— Nunca falaríamos.
— Sabe... eu detesto caçadores, vocês são muito insuportáveis. — Disse Heigi levando as mãos para trás. — No entanto vocês são jovens, ainda tem muito tempo pra enxergar a verdade. Só que há um porém, eu estou com fome, e sua amiguinha aparenta ser apetitosa. — Falou olhando a garota caída no chão. Lambeu os beiços e sorriu mostrando as presas. Os humanos arregalaram os olhos assustados. — Vamos lá colaborem, vocês vivem e evitam a desgraça que está por vir.
— Que feio Heigi, ameaçando crianças. — Questionou Dimitri de maneira extrovertida. Catarina revirou os olhos aproximando-se dos garotos que estavam apavorados.
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Anjos do Anoitecer
VampireEm um mundo cuja a existência de vampiros é tolamente tida como lenda, dois jovens descobrem logo cedo de que não se deve enxergar esses seres como mitos. Um programa criado pelos vampiros, consistia em levar crianças órfãs para serem doadoras de sa...
Capítulo 25 (parte III)
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