XI

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£ André

EU HAVIA consumado o que há dias permeava minha mente, havia saboreado o sabor almíscar de Carmem, beijado sua boca macia e incrivelmente gostosa. Sim, eu perdi o controle, e confesso que não fiz nem um esforço para te-lo. Desde que conheço esta cigana meu corpo me traí se transformando em um pedaço de ferro atraído por um imã, nesses últimos dias mal tenho raciocinado, todas as providências que tenho tomado em relação a ela é comandado pelo mais vil e neodental desejo, eu pulso, vibro, ajo sem pensar e tremo ao lado daquela mulher, sensação estranha demais para quem nunca dependeu nem mesmo dos pais (emocionalmente) para sobreviver, não sou de acreditar em intuições, mas a minha a todo minuto de todos os meus dias desde a visita à aquele acampamento me dizia que eu e Carmem teríamos juntos algumas contas para acertar.

- Você é linda! - digo espantado e encarando seus lindos olhos castanhos claros - linda como nenhuma outra - meus polegares alisavam sua boca inchada após o nosso beijo.

- André... Ai André - Eu sabia o que ela queria me dizer, sabia de seus medos, mesmo o seu corpo reagindo tão bem ao meu. Eu também os tinha.

- Carmem, você é esperta, já percebeu o que desperta em mim, assim como sei que mexo de certa forma com você. - disse sincero, não havia porque nós enganar.

- E o que vamos fazer? - Me olhou assustada, sem deixar o pesar - Prosseguir como se nada tivesse acontecido? - Eu gosto da maneira como ela me encara, se demonstra forte e destemida, porém consciente dos prejuízos dessa loucura.

- Eu queria lhe dar uma resposta mas não a tenho. Sei que estou completamente louco por você. - A apertei mais em meus braços.

- Estou disposta a tentar André, sou solteira, acredito que você também... E olha, não precisamos namorar ou algo assim, podemos apenas... apenas... - Ela gaguejou.

- Ficar juntos? - supus

- Isso, as vezes... Que tal? - Apesar de sua altivez não olhou em meus olhos, acho que por um pouco de vergonha sobre a proposta. A socialização feminina afeta a mais forte das mulheres.

- Carmem sei pouco da sua cultura mas acredito que não seria do agrado deles. - afirmo.

- E não é! O sonho deles é a esperança que eu ainda me case - suspirou resignada.

- E não é de seu interresse agrada-los? - fui curioso

- Não Cavalcante, não é. Meu interesse é ser livre, fazer o que eu desejo e no momento não nego que o meu desejo está voltado para você. Mesmo que você tenha se comportando como um monstro sem coração. - Após essas palavras Camem me beijou novamente e eu sem resistir ou retrucar a encaixei em meu colo, essa guerra estava perdida, a atração nos arrebatou.

£ Carmem.

AQUELE beijo, eu estava completamente perdida depois daquele beijo. André depois de separar nossos lábios me olhava com algo que eu não sabia explicar, havia uma forte conexão entre nós, foi como algo selado.

Optchá!

Não nego que pensei em fugir do embaraço, afinal estavamos ali com quem havia se declarado inimigo do outro, porém, como dois adultos responsáveis, resolvemos conversar, André foi sincero e carinhoso, eu estava tão atraída quanto ele, seu olhar me mantia cativa, era mágico, mútuo e sublime, era bom descobrir esse lado. Sim, eu tentei me enganar, mas desde o convite para dança soube de seu interesse em mim, venhamos e convenhamos que ninguém desistiria de um negócio milionário atoa, ele ia nos despejar poxa... E é por isso que estou convicta que neste louco jogo acabamos ambos presos.

Sara Kali é prova de que eu nunca me interessei por homem nenhum, no maxímo achei belo e atraente alguns ciganos passageiros e confesso que no máximo troquei um ou dois beijos com o varão Cristiano, beijos esses que me traumatizaram a valer, a experiência fora vazia e completamente sem emoção, enquanto o cigano me olhou após o beijo com emoção, eu revidei com pura indiferença, não gostei de seu toque, éramos amigos e nada mais, não insistiria. Sou assim límpida e transparente como o elemento que rege, a água.

Agora eu ali estava arrebatada nos braços do Gadjo, e, ao mesmo tempo que sentia algo inexplicável enquanto trocavamos o beijo, pensei em como lhe dizer sobre minha virgindade, apesar da conduta cigana, não sou ignorante ao ponto de não perceber o que siginificara aquela rigidez de baixo de mim e a umidade entre minhas pernas... Estávamos pegando fogo e eu precisava parar tudo aquilo.

- Sou Virgem! - digo ainda o beijando, dando pequenas mordidas no seu lábio inferior.

- Jura? - ele continuou a apertando contra ele, completamente alucinado com a notícia. - Quantos anos você tem? - sua boca alcançou meu pescoço me fazendo arrepiar pra valer.

- 25. Apenas uma cigana velha e encalhada. - disse com a voz arrastada.

- Ok, 25 anos é um pouco tarde para se perder a virgindade, mas velha? Você se considera Velha? - O poderoso parou para me avaliar.

- Em nosso clã o casamento é arranjado por volta dos 13, 14 anos o mais tardar 19.- respondi tranquilamente

- E você não se casou porque? - indagou com um leve sorriso

- Porque eu não quis. - revidei séria

- Sempre a imaginei como uma mulher impossível, acho que não estou completamente errado.

- Você está completamente certo. Eu sempre me criei sozinha André, perdi minha mãe muito cedo, meu pai sempre distante, não queria me perder também. Principalmente num casamento a meu contra-gosto. - As mágoas vieram a tona.

- Um tanto rebelde você. - ele percebeu e tentou suavizar o ambiente.

- A rainha delas. - projetei todo o meu ego.

- Nunca teve nenhum homem? Algum que se encantou? - Bem curioso

- Existe.

- Existe? - repetiu em tom de questionamentos exasperado

- Um amigo, um cigano no qual tenho muita estima, mas não para casar.

- Hummm - André acaricia de leve minhas coxas - Tenho um adendo a acrescentar no nosso combinado, aliais dois.

- Diga - disse calma repousando minha mão sobre a dele.

- A primeira é que gosto de exclusividade Carmem. Você só irá ficar comigo? - questiona ameaçador

- E quem não gosta? Também quero exclusividade. - Era ruim pensar em outra o tocando, definitivamente não, estávamos de acordo.

- Então Suponho que está combinado.

- Combinado - retruquei - E quanto a segunda proposta, qual é?

- Quero que perca a virgindade comigo - disse sério e me encarando - Vou a tratar como merece e prometo que não irá se arrepender. Sou um homem de trinta e tantos, não consigo enxergar essa relação sem te ter em minha cama... sente - Moeu sua ereção contra minhas partes íntimas soltando um gemido e me fazendo gemer também.

- C..certo - espalmei seu peito ofegante.

- Não se preocupe, não será hoje e nem amanhã, sou louco por sexo mas irei te preparar para que me receba com muito prazer. - ao ouvir tais palavras eu sorri e ele insandecido me beijou.

E assim ficamos trocando carícias por mais algum tempo até dar a hora do motorista me levar de volta para o acampamento, apesar de ter construído minha independência, não podia ficar até tarde fora de casa, eu devia isso aos mais velhos. Apesar das rusgas, minha tradição e cultura ainda veem em primeiro lugar.

A sorte está LancadaWhere stories live. Discover now