XII

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£ Camem

No acampamento eu acordei e me recordei sobre tudo o que havia acontecido no dia anterior. Louca, eu havia me dado como uma oferenda para um lindo lobo de olhos azuis, e apesar do medo do que viria pela frente eu iria tentar, pois pela primeira vez um homem me atraiu de verdade.
Mesmo que só para mim, eu estava praticando meu direito de escolha.

Ainda com esses pensamentos, fui a forra junto a outras mulheres, a manhã ficou para a lavagem das roupas e organização das tendas e panelas, já a tarde, depois do almoço, ficou para confecção de artesanatos. Ao contrário do que dizem por aí, nós ciganos não somos porcos, não o meu clã, o que dizem é puro preconceito, somos nomades sim, porém, um povo como outro qualquer, alegres e praticando nossa organização social.

 Ao contrário do que dizem por aí, nós ciganos não somos porcos, não o meu clã, o que dizem é puro preconceito, somos nomades sim, porém, um povo como outro qualquer, alegres e praticando nossa organização social

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- Ei, Carmenzita!!- A menina Zaíra me grita ao longe e a vejo correndo para me abraçar. Eu estava com minha trouxa de roupas para lavar na beira do rio - Que saudade... - quando seus bracinhos me envolvem, sinto que estou em casa.

- Oi meu amor... - dou um leve beijo em sua cabeça - Eu que estava morrendo de saudade de você ouviu?.- Era tão bom ter aquela ciganinha nos braços, sua aura e sua energia eram tão boas, eu me renovava cada vez que a via.

- Você foi quem sumiu! - ela me acusa - Nem sabe que eu agora sei bater o tarô. - diz em um muxoxo

- Sério? Meu Deus, ela está mesmo uma quase mulher, que orgulho!! Quem foi que lhe ensinou? - Questiono curiosa.

- Eu! - Rania aparece fazendo toda minha alegria se afogar nas águas do rio. - Aonde esteve esses dias cigana Carmem? - Ela cruzou os braços esperando por uma resposta que logicamente eu não iria dar.

- Porque quer saber cigana Rania? Pelo que eu saiba você não é minha mãe, meu pai e tampouco a mais velha do Clã para me fazer tais questionamentos. - retruco entre-dentes.

- Não sou a mais velha, mas faço parte e me preocupou com ele, ao contrário de você que apenas finge. - mas que desaforada.

- Se você tem uma tenda montada nesse terreno agradeça a mim Rania, apenas a mim, não agradeça a qualquer outro cigano e muito menos a Juan, fui eu que dei duro convencendo o dono das terras a nós ceder outros espaços. - joguei a verdade em sua cara.

- Então, o boato sobre você ser uma putana não é mentira.- minha mão estralou com força no rosto da infeliz.

- Vire sua boca para lá antes de falar sobre minha reputação Rania, é um aviso - Eu estava parcialmente molhada e num lugar escorregadio quando a mulher se aproveitou e me puxou para a grama a fim de briga, era hoje que acabaria de vez com essa inveja descabida na base do tapa.

- Não adianta negar, eu vi você saindo todos esses dias em um carro com um homem! - ela grita enquanto rolamos no chão.

- Sim, eu não escondi de ninguém que iria tentar falar com ele sua naja, não escondi que consiguiria outro lugar para vivermos, pode bisbilhotar a vontade - grito de volta, dessa vez ficando por cima e segurando suas mãos sobre a cabeça. Estavamos cobertas de terra.

A sorte está LancadaМесто, где живут истории. Откройте их для себя