The Maid

7.Ainda trabalhando

Melanie Clark– Terça-feira
Ainda naquela manhã ...

Minhas mãos tremiam e suavam, era visível o quão nervosa eu estava naquele momento. Justin caminhava em minha frente, eu tinha a visão de seu maxilar travado daqui. Estávamos no segundo corredor da casa, onde tem ainda mais portas. Isso aqui parece um labirinto.

Eu realmente não sabia o que esperar daqui pra frente. Eu só queria sair correndo, tirar esse avental e bom, chorar pelo resto do dia. Mas porque só eu estava aqui? Caitlin também não foi a pessoa mais educada do mundo minutos atrás e tudo o que ele disse à ela foi para ir ao porão. Seja lá o que ela fosse fazer naquele lugar.

Justin abriu a penúltima porta do corredor, e nem se quer olhou pra trás. Fechei a porta assim que entrei e ele se jogou em uma poltrona, atrás da mesa de trabalho. Esta sala era idêntica à sala de Jeremy, a qual fiz a entrevista semana passada, só que essa era de Justin. Pelo menos, na porta havia escrito seu nome então.

Justin estava com um olhar desconhecido por mim, ele estava pensativo e não havia expressão alguma no seu rosto. Ele permaneceu em silêncio durante todo esse tempo. Eu deveria me explicar? Acho que sim, certo? Espera, melhor não.

— O que estamos fazendo aqui? Quero dizer, o que eu estou fazendo aqui? Eu não posso ...

— Sente-se, Melanie — ele me corta.

— Mas eu pensei que você...

— Sente-se, Melanie — ele reforça, no mesmo momento em que olha para a cadeira que ficava na frente da sua mesa.

Mordi os lábios e me sentei sem pressa na cadeira que ele fitava, seu olhar se encontrou com o meu no mesmo instante. Vi suas mãos se entrelaçarem e ele apoiou os cotovelos na mesa, me desafiando com aqueles olhos castanhos estupidamente lindos.

Abaixei a cabeça envergonhada.

— O que você quer que eu diga? — disse.

— Quero que mande eu sair daqui e tirar esse avental. — disse baixo.

— Não — encarei-o confusa. — Eu disse o que você quer que eu diga? Você com certeza deve estar pensando no que eu vou fazer, mas o que você realmente quer que eu diga?

— Onde você quer chegar?

— Você acha que merece ser demitida por aquilo? — enrugou a testa. — Ou acha que estava na razão?

— Porque você simplesmente não fala o que tem que dizer? — respirei fundo.

— Eu estou fazendo perguntas a você, Melanie. O mínimo que você deve fazer é respondê-las.

— Eu errei está bem? Eu sei que foi errado pois nem conhecer a mulher direito eu conheço e eu não tinha que me meter, mas ela estava tratando aquelas garotas como se elas não fossem ninguém. Ela não deveria desmerecê-las.

— E jogando suco de morango na cabeça dela iria resolver? — ele ri nasalado. — Isso não é desculpa, em hipótese alguma.