- Partiu sala. - Victor disse indo na frente.



- Infelizmente. - Selena foi atrás com os ombros caídos.



- Muito infelizmente. - Concordou Letícia ajeitando a mochila nas costas, apertou os passos alcançando Selena.



Cada um foi para sua sala, Selena como sempre passou a maior parte do tempo dormindo. Durante essas sonecas, ela sonhou com Drake, a mordendo, a deixando caída no chão. Por várias vezes ela acordou assustada, olhando para os lados, e quando voltava a dormir, tinha o mesmo sonho. Foi então que ela decidiu ficar acordada, já que era atormentada por esses sonhos sem sentido.



Michael mal conseguia prestar atenção na aula, a dúvida se contava ou não para Selena sobre o que escutou na noite anterior o consumia. Balançou a cabeça tentando dispersar os pensamentos e voltou a escrever, mas eles voltaram, o forçado a tomar uma decisão: contar o que escutou e observar a reação dos seus amigos. Ele esperava que eles pelo menos o ajudassem a compreender esse mistério.



O sinal para o intervalo soou, centenas de alunos lotaram o pátio e como de costume a fila para a comida lotou. Leticia, Victor e Selena estavam na fila, preferiram não tentar furar fila. Michael foi um dos últimos a descer a escada e chegar no pátio.



O garoto observou brevemente as centenas de alunos que e estavam ali, procurando Selena e os outros. Caminhou observando atentamente, até que direcionou seu olhar para a fila, onde os encontrou. Se dirigiu em passos rápidos até eles, que conversavam tranquilamente enquanto esperavam a longa fila andar.



- Gente! - Michael os chamou, os três os olharam quase em sincronia.



- Oii! Resolveu ver a gente? - Selena perguntou brincalhona.



- Sim, preciso falar com vocês, mas aqui não dá. - Ele disse olhando para os lados e logo em seguida, colocando a mão no bolso.



- Espera a gente comer então. - Victor falou cruzando os braços, olhou para a fila impaciente.



- Isso vai demorar, sério, é urgente, esqueçam a comida, pelo menos hoje. - Michael pediu os encarando nervoso, estava visivelmente tenso.



- Mas... tá. - Selena rendeu-se saindo da fila.



- Aff, espero que seja muito importante mesmo. - Falou Victor saindo da fila, seguido por Letícia.



- Venham comigo. - Michael pediu caminhando até uma mesa vazia com poucos alunos próximos a ela.



- Então, o que é? - Victor inquiriu se sentando à mesa, colocando os cotovelos sobre ela. Leticia e Selena se sentaram, olhando Michael curiosas para saber o que ele tinha pra falar.



- Ontem de madrugada, eu percebi pessoas caminhando no corredor...



- Era o demônio. Fim da história. Tchau. - Victor se levantou, mas Selena segurou seu braço e o fez sentar novamente.



- Escuta caralho, tô curiosa. - Selena o repreendeu unido as mãos. - Prossiga. - Gesticulou girando uma das mãos.



- Eu os segui, e percebi que era o Luke e a Lucia, eles entraram numa sala ai eu me aproximei da porta e escutei eles falar algo estranho.



- O que é? - Leticia perguntou tremendo as pernas de curiosidade.



- "Quando Selena estiver pronta, o cérebro dela tornara P11 invencível" Algo assim. - Ele contou desviando o olhar.



- Quê? Que diabos é P11? Meu cérebro? Tô bugada.



- Eu acho que eles querem usar seu cérebro em algum tipo de projeto. - Michael concluiu olhando para os lados, parou seu olhar aflito nela.



- Isso mais parece ficção científica, tá ligado aqueles filme de robô sabe? - Victor perguntou inocentemente olhando para Selena, dando um leve riso.



- Pera, robôs? - Selena perguntou mais para si mesmo que para os outros. Levou sua mão ao queixo, pensativa.



- O que Selena? - Leticia indagou a olhando preocupada.



- Não sei se posso contar, mas eu tô contando. Luke me levou num lugar que tinha várias crianças em uns vidros com uma água esverdeada, amarelada, não lembro ao certo. Ele me disse que aquelas crianças já estavam mortas e tiveram seus órgãos trocados por versões robotizadas e que elas lutariam contra os vampiros. - Selena contou fitando a mesa, conseguindo ligar os pontos.



- Nossa, então estão investindo bem.



- Ao que parece, sim, mas o que meu cérebro tem a ver com isso? - Perguntou confusa, eles se entreolham.



- Eles querem alguma coisa que seu cérebro tem para colocar nessa P11, que deve ser uma dessas crianças aê. - Michael deduziu unindo as mãos, as aproximando de sua boca. - Eles querem seu cérebro para colocá-lo em um desses robôs! - Finalizou.



- Que criativo Michael. - Sentiu alguém colocar a mãos sobre seu ombro. Congelou ao ver que era Luke.



- Nós só estávamos...



- Contou sobre as crianças pra eles Lena? - Luke perguntou, encarando Selena sério.



- Contei uê, não era pra contar? - Selena arqueou as sobrancelhas o olhando desconfiada.



- Não, não agora. Mas tirem isso da cabeça, não é nada disso. - Luke disse adicionando um falso sorriso no rosto. - Afinal, para isso teríamos que matar a Lena.



- Na lógica sim. - Selena respondeu desconfortável.



- Então tirem isso da cabeça. - Luke disse por fim saiu andando pelo pátio, Michael estava branco de medo.



- Como ele apareceu do nada assim gente? - Leticia perguntou aflita.



- Acho que não vimos ele chegar. - Selena disse suspirando, tentando aliviar a tensão.



- Melhor deixar esse assunto pra lá. - Victor opinou se levantando.



- Também acho. - Concordou se levantando, Selena e Leticia fazem o mesmo. - E Lena! - Selena o encarou com atenção. - Toma cuidado. - Michael pediu sério. Nesse momento o sinal soou.



Cada um foi para sua sala ainda pensando sobre o assunto. A lembrança das crianças tirou sua concentração na aula, será que Luke queria matá-la? Ela preferiu considerar essa hipótese como absurda e decidiu esquecer sobre o assunto.



Michael ainda estava desconfiado, ele sabia bem o que tinha ouvido, e depois do que Selena contou, tudo começava a fazer sentido.



O dia passou rápido e logo anoiteceu. Michael ficou fazendo as atividades extras de Português até chegar o horário de dormir. Tomou um banho rápido e se deitou na cama, mas não conseguiu dormir. Foi quando novamente viu uma sombra por debaixo da porta, só que dessa vez ela ficou parada.



"Toc, toc" Michael ouviu bater.



Inocente se levantou e abriu a porta para ver quem era.



- Você sabe demais, lamento Michael.



Seu pescoço foi perfurado por uma seringa, sua vista escureceu, e ele caiu no chão, desacordado.


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Anjos do AnoitecerWhere stories live. Discover now