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Eu escrevi esse capítulo ouvindo Coldplay - Paradise

(Aconselho verem a letra também, porque vale tanto pra Camz quanto pra Lauren)

Capítulo 20 tá chegando...

XX

Miami, 2006

Dinah continuava a me apertar em seus braços enquanto eu chorava feito um bebê. Eu a abraçava com toda a força que eu tinha no momento, a grandona aqui era minha base, era meu ponto de calma em todo esse caos que tenho vivido.

Desconfio que seu a tivesse em minha vida antes, nada disso teria acontecido pra nenhuma de nós. Mas como já dito muitas e muitas vezes a vida é uma questão de sorte ou destino. Nós iríamos nos conhecer de alguma forma , mas infelizmente ou não, foi nessas condições.

- As duas, longe uma da outra, agora! – Um policial gritou entrando na sala – Corpos no chão, mãos acima da cabeça! ESTOU MANDANDO! – Outro grito foi dado e Dinah prontamente se jogou no tapete com medo.

Quanto à mim, eu não funcionava à base de gritos,e parecia que só ela sabia disso, pois no grito seguinte ela fechou os olhos com força e segurou a minha mão temendo minha reação. Apertei seus dedos nos meus, e fechei os olhos parada na mesma posição. Minha mente estava confusa e à cada grito do homem à minha frente, manchas azuis escuras apareciam na minha escuridão mental. E em meios à todas aquelas manchas, eles apareceram. Os olhos verdes me observando com um ar curioso.

- Chancho, deita por favor! Ele vai te machucar – Dinah pedia com a voz embargada, ela estava com medo.

Mas eu parecia não estar ali, eu não conseguia responder à nada que ela me dizia. O policial continuava a gritar, quando de repente perdeu a paciência e veio até mim, me levantando pelos braços.

- VOCÊ É UMA DELINQUENTE, É PERIGOSA! – Gritou em meu rosto, me sacudindo. Eu respirei fundo e chutei suas partes baixas.

- NÃO GRITA COMIGO! – Cuspi no rosto dele.

Em segundos, meu corpo foi atirado contra uma parede e o mesmo rapidamente pisou em minhas costas. A força que ele usava em minhas costelas era muito grande, me impedindo de respirar descentemente. Dinah gritava para o mesmo me soltar, mas foi empurrada ao chão com brutalidade. Ela gritava e chorava vendo o quão roxa eu estava ficando, mas nada do homem me soltar. Fechei os olhos novamente, eu não podia deixar tudo acabar assim. Puxei o pouco de ar que me restava e prendi, não abrindo os olhos. A escuridão estava ali, mas bem no fundo os dois pontinhos verdes que jamais me abandonavam. Eu precisava revê-los, eu os conhecia.

"Fique calma, Camila. Concentre-se em meus olhos"

Eu escutava uma voz dizer em meus pensamentos, e ali eu estava. Me acalmando ao passo de que uma guerra acontecia naquela sala. Dinah se levantou correndo e se jogou contra o policial, eu abri os olhos atordoada ao vê-lo sacar sua arma.

- Dinah,não.. – Eu pedi e o mesmo aumentou o pisão em mim.

A polinésia correu para atrás da mesa e se escondeu com medo, ela me observava por baixo do velho objeto tentando manter a calma e pensar.

"Distraia ele" – Ela sussurrou e eu assenti começando a me mexer feito uma tartaruga.

O homem rapidamente esqueceu de Dinah e se abaixou para fitar meus olhos com um sorriso doentio. Ele dizia palavras ruins pra mim, se vangloriava por ser mais forte que eu e achava engraçado o fato de poder me esmagar com um pé. Atrás dele, minha grandona se movimentava devagar por trás da mesa, eu a seguia com o olhar disfarçadamente, enquanto aquele ser humano podre continuava com o rosto perto do meu. Realmente, eu havia caído no pior abrigo de todos e me amaldiçoava por isso.

SadicistWhere stories live. Discover now