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Vamos lá, mais alguns recadinhos. Meu computador infelizmente queimou o HD e eu perdi tudo o que tinha desde 2007, e além disso, também queimou a placa mãe. Visto esse "pequeno" problema técnico, estou tendo que me virar para reorganizar minhas idéias, preciso da compreensão de vocês.

Vocês me animaram bastante depois do meu pedido fofinho, mas os comentários caíram novamente. Não vou dizer mais nada, a escolha é de vocês meus amores, não posso obrigá-los à nada.

E quanto ao capítulo anterior, vou ter que fazer uma pequena alteração pra esse daqui fazer sentido. Peço perdão pela falha.

Enjoy!

XX

Miami, 2003

No dia seguinte acordei ao som do despertador geral do abrigo. Estava um pouco apreensiva por conta da visita das garotas da escola de Miami.

Elas viriam ver como é o abrigo e pra onde iriam se fizessem coisas erradas. Era uma espécie de zoológico humano, onde eu e as outras "detentas" éramos os animais em exposição. Eu não gostei nada desse idéia de ser exposta como um mau elemento, mas não havia nada a se fazer.

Ou havia?

Não, Lauren. Sossegue o faixo.

Segui até o banheiro, junto com uma fila enorme de meninas. Antes, havia pego minha bolsa com a escova e o meu creme dental. Ally estava descendo as escadas de sua beliche com um pouco de dificuldade devido à sua altura, guardei uma risada ao vê-la esticar o pé para pisar nos degraus.

– Bom dia. – Ela me cumprimentou com um meio sorriso, os olhinhos pequenos de sono. Ela entrou atrás de mim na fila, que surpreendente hoje estava andando rápido.

– Bom dia, Ally. – Respondi serenamente, hoje eu estava em paz.

Acho que ninguém se lembraria, é claro, mas faltava apenas um dia para o meu aniversário e eu estava talvez um pouco animada. Eu gostava dos meus aniversários, o papai sempre né levava para comer em algum restaurante, ou fast food. Depois que Clara me adotou, ela fazia questão de me fazer festinhas e chamar alguns vizinhos e colegas de classe. Disso eu não poderia reclamar dela, a mulher foi atenciosa quanto à data em que nasci.

– O que aconteceu ontem para você não vir dormir? – Ela me perguntou quase que em silêncio, com medo da minha reação.

– Nada de mais, eu só queria jogar basquete, oras. – Dei de ombros chegando finalmente à pia.

Escovei meus dentes e lavei o meu rostinho, passando a mão pelos cabelos para prendê-los em um coque frouxo no alto da cabeça. Ao sair do banheiro, dei de cara com Verônica e a mesma me chamou com o indicador.

– Lauren, venha até a minha sala, por favor. – Bufei e a acompanhei entediada.

Ao chegar à sala mais do que conhecida por mim, me joguei de qualquer maneira na cadeira giratória azul, fazendo a mesma rodar no mesmo lugar. A sala de Verônica tinha um ar próprio só dela. Haviam alguns quadros pendurados e três prateleiras abarrotadas de livros diferentes, e alguns quadrinhos. Havia um quadro escolar, com várias canetas coloridas ao lado, prontas para serem usadas. Na mesma havia uma luminária, o notebook, alguns papéis e materiais de alguma papelaria muito divertida, porque eu nunca havia visto tantas coisas coloridas. Post-its, canetas, lápis dobráveis, borrachas com formatos diferentes, clipes de papel e bloquinhos. Havia outra mesinha no canto com papéis brancos empilhados e uma cadeira decorada. As paredes eram extremamente coloridas, e eu julgaria dizer serem a própria bandeira LGBT.

SadicistWhere stories live. Discover now