Sadicist

4

Espero que eu esteja conseguindo representar bem a Lauren como uma pequena psicopata. Daqui pra frente vou narrar mais os pensamentos confusos dela, e como era a vida dela antes de ser adotada.

Poderão haver conteúdos pesados, quem não se sentir bem ao ler é só pular.

_______________

Meus olhos saltaram no mesmo instante. Então aquela vaca não havia se livrado do meu uniforme? Droga, droga! Eu sabia que a Clara poderia ser bem burra, mas não imaginava que tanto dessa forma!

Jamais confiem em alguém. Esses tipos de pessoas podem ferrar com os seus planos.

O papai não faria uma burrice dessas. Mas que merda!

- Ops! - Disse sorrindo e saí correndo pro andar de cima.

- Segurem a menina! -Um policial gritou mas eu já havia me trancado em meu quarto.

Abri meu guarda roupa e procurei por todas as partes, onde estava meu outro uniforme? Eu precisava provar pra eles que aquele não era meu, mas como?! Era impossível.

- O que diabos o uniforme estaria fazendo na sua lixeira, se não fosse seu?! - Me perguntei e me estapeei.

Sentei na cama frustada. Eu iria ser levada, e isso definitivamente não era bom. Todo o plano era ficar impune, assim como o Jack Estripador, ele fez o crime perfeito que até hoje permanece sem solução. Porque eu não poderia ser igual?

É tudo culpa da tapada da Clara. Porque ela não morre de uma vez? Ela só atrapalha todos nós. Até mesmo o tio Gerard. Como?

Ele acha que eu não o vi saindo do carro da colega de trabalho dele... Aos beijos.

- Lauren, abra já essa porta. - Um policial dizia e foi impedido pelo outro.

- É uma criança, temos que tratá-la com jeito. - Disse baixinho. - Vai assustá-la. - Era Nicholson. Percebi que ele seria um grande aliado meu.

Respirei fundo e fiz minha melhor voz de choro. Era minha hora de atuar novamente.

- O-oque vocês querem comigo? - Disse fingida. - Eu não fiz nada. Aquele uniforme não é meu. - Disse baixinho.

- Nós não estamos te acusando, pequena. - Nicholson disse. - Nosso trabalho é só colher provas e investigar. Por favor, abra a porta.

- Promete que não vai me machucar como os policiais da TV? - Perguntei no meu tom mais angelical.

No fundo era verdade. Eu tinha medo, muito medo. Mas eu não mostrar isso, é claro. Eles iam pensar que eu sou uma fracote, e eu não sou. Eu tinha medo, eles eram homens grandes, podiam me machucar com um peteleco. E se eles fizessem comigo igual o papai?

Só de lembrar, a dor física e psicológica que tudo aquilo me causou, eu comecei a chorar de verdade. Eu não podia deixar eles me levarem, não podia mesmo.

- Eu não vou abrir. - Gritei desesperada.

- Mas porque, Lauren?! - Nicholson tinha o tom de voz assustado.

- Vocês vão me machucar. Vocês vão fazer coisas ruins com o meu corpo. Eu não vou abrir. - Dizia chorando muito.

Vários minutos de silêncio. Mas eles ainda estavam ali. Pareciam estar processando o que eu havia dito. Droga, Lauren. Porque você foi dizer isso? Você é uma tola e uma fraca.

F-R-A-C-A.

Comecei a estapear minha testa. Eu não podia deixar a fraqueza me dominar.