(10) Surprise From The Other Side

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     Creme era realmente uma grifo deveras interessante, desde que nascera demonstrava uma curiosidade e doçura nunca vista antes. Os cavaleiros diziam que ela era fofinha e simpática daquele jeito por estar acostumada com humanos por ter se encontrado em um estábulo desde...bem, sempre.

     Todavia isso não significa que ela ficava parada ali, esperando outra pessoa chegar, fazer carinho nela e voar consigo até uma terra distante que nunca vira e logo depois voltar depois de alguns dias, sem ao menos lhe dar algum tempo para explorar. 

      Mesmo com todos os outros querendo cavalgar nela por ser rápida e fácil de conquistar, nunca escolhera alguém ou deu-lhe 100% de sua confiança. Taehyung achava que era porque a mesma nunca havia visto em alguém mistério o suficiente para atiçar sua curiosidade e explorar todos os cantos do globo terrestre.

      E bem... Ele estava certo.

      O que não entendia era porque de sua escolha ser logo Hoseok, rato de biblioteca e medroso pra caralho. Por que tinha de ser ele? Como aquele cagão exploraria o mundo com a companhia de Creme? 

     Simples, Tae entendia muitas coisas e tinha uma conexão inexplicável com os seres mágicos, porém ele não entendia essa ligação e nem entendia todos os seres mágicos. Magia não faz sentido, é falha assim como os humanos e animais que a utilizam, como algo usado por falhos seria perfeito no final das contas? 

      Estando certa ou não de sua escolha, a grifo levava o ruivo assustado demais para gritar, em suas costas peludas. Hoseok poderia estar morrendo de medo mas como o rato que era necessitava achar alguma saída de sua desastrosa situação. Primeiro passo: entender a situação, sabia que estava em cima de um bicho voador louco e bem fora de si. Segundo passo: se acalmar, assim o fez quando depois de várias tentativas conseguia finalmente enlaçar o corpo do ser plumado com suas pernas, conseguindo um apoio extra eliminando assim algumas de suas chances de cair.

      Porém depois de fazer seu coração parar de bater enlouquecidamente, abraçou o pescoço do grifo e fechou os olhos. Alguns diriam que ele era corajoso de fazer tal ato em pleno ar, outros gritariam para que os abrisse apenas para ver a bela vista do céu ao meio dia. Pois eu digo que ambos os grupos de espectadores estão errados já que na real ele estava com muito medo de morrer.

    Naquela hora não havia mais casamento arranjado, guerra iminente, irmã de luto... Apenas aquele terror avassalador dentro de si. O que mais lhe amedrontava, porém, era o fato de morrer sem ter resolvido seus problemas.

     “Deve ser assim que os soldados se sentem quando vão batalhar, ou algo muito similar a isso” pensou ainda de olhos fechados.

    —HOSEOK!   —Ouviu seu nome ser gritado logo atrás de si, estava difícil de reconhecer o timbre da voz pois o vento fazia festa em suas orelhas geladas causando um leve assobio irritante.

    —Alguém... Me... Ajuda!   —Conseguiu dizer com os dentes serrados, não estava com raiva porém a perspectiva de algum inseto entrar em sua boca quando abrisse deixava a desejar. 

      Mesmo com aquele desconhecido em seu encalço e provavelmente tentando o salvar, sentiu quando outra pessoa veio o resgatar vindo da frente. 

    —Vossa majestade, sugiro que abra os olhos e siga corretamente minhas instruções. Vai com ele, Baekie. 

     Então sentiu alguém pulando na Creme e pousando bem atrás de si, fazendo-o se arrepiar.  Acalmou-se e abriu os olhos, olhando para sua esquerda achou um cara alto e orelhudo voando em cima de um grifo cinza, sentiu uma mão em seu ombro e deu um pulinho por se assustar com o toque repentino.

     —Calma querido, viemos te ajudar já que um certo alguém é lerdo demais...  —Aquele, chamado pelo outro de Baekie, o acalmou embora tenha usado um tom mais rude na metade da frase até o final. Deixara de entender o porquê até olhar para o lado direito, vendo Taehyung em seu grifo amarelo e Yoongi voando um pouco mais a baixo (sabia que era ele por conta da cabeça que via).

     —Desculpe hyungs... Tive que ajudar Yoongi com Caolho, esse bicho se recusava a voar um pouco mais rápido e alto.   —Terminou de se redimir.

    —É verdade, deem um desconto pra criança.   —Suga tenta defender o mais novo.

    —Tanto faz. Vamos voltar antes que os reis fiquem sabendo do desastre aéreo dessa tarde.   —O desconhecido para os convidados porém conhecido para o loiro, Park Chanyeol, disse.

     Os cavalheiros ajudaram os dois que tinham mais dificuldades em controlar suas montarias, em minutos chegaram aos estábulos e aterrissaram. O ruivo quase beijou o chão por estar pisando novamente em terra firme enquanto o moreno descia do seu com um bufo, se odiando por ter escolhido tal animal tão teimoso.

    —Não fomos apresentados antes. Prazer sou Park Chanyeol e essa coisinha linda aqui —Envolveu Byun com seu braço direito — É Byun Beakhyun

   —Deveria me desculpar por não ter vindo mais cedo, majestade  —O mais baixo se dirige ao príncipe de sua terra.

    —O que? Claro que não hyung, eu que deveria pedir desculpas pro resto da vida por deixar a Creme levar o Hoseok pra longe.

   —Por falar nisso muito obrigado por vir ao meu socorro, serei eternamente grato.   —Hoseok disse fazendo uma reverência para os dois camponeses.

    —É faz parte do nosso trabalho. De nada mesmo assim.   —Park deu de ombros.   —Mas e ai quem vai querer aulas para que isso não se repita?

      Yoongi concordou super animado enquanto o Jung hesitava mais que crente indo pregar a palavra de Deus na Cracolândia. Porém o mesmo acabou concordando quando Creme pulou nele e lambeu-lhe sua cara inteira.

     Foi uma manhã divertida até a hora do almoço ,despediram-se dos outros com acenos e Marcharam em direção ao castelo. Seus cabelos estavam todos bagunçados. 

    —Parece fogo.   —Comentou o mais novo para o mais velho, logo em seguida ambos soltaram risadinhas contidas.

  —Pois saibam que ouvi tudo. Seu cabelo, Taetae, parece palha desidratada e o seu Min está igualzinho a penas molhadas de corvo. 

—Ora ora parece que temos uma naja.   —Comentou trocando olhares revoltosos com o dono das ofensas.

—Sem brigar, pessoal!  —Tae sorrindo envolveu os ombros dos dois que estavam caminhando junto a si de cada lado. Os outros príncipes ficaram tão surpresos com a demonstração de carinho que esqueceram a pequena rixa entre si, a sensação ruim de estar confraternizando com o inimigo também se fora, tudo que tinham agora era os bons dias e memórias compartilhados com seu amável dongsaeng.

      Taehyung era tão amável, contudo não era amado.

      Ainda.

      Se serviram naquele dia de coelho com molho de maçã e batata assada com alecrim e alho. Tudo isso acompanhado de um vinho próprio para a harmonização. Preciso nem comentar que os dois ficaram meio... Altos.

     Conseguiram segurar as pontas para não passar vexame em frente aos reis, todavia bem após comerem os três com suas pernas levemente bambas foram tropicando até seus respectivos quartos parando no meio do caminho alegando estarem cansados demais por terem andado eternamente.

    —Não sei qual dos dois... —Um soluço arrancou garganta afora de Tae enquanto sentava no meio dos companheiros  —Escolho.

    — E eu que quero sentar nos dois? Tae se eu dar pro Hoseok nesse exato minuto não vai ser traição ainda né?   —O safado, pálido e sem limites Min Yoongi disse com as pálpebras pesadas, parecia prestes a dormir.

    —Sei lá...  —Respondeu, ia continuar a frase porém esqueceu o que ia dizer.

    —Taetae, por acaso você é passivo?   —Hoseok estava com bochechas coradas, entretantanto nenhum resquício de vergonha restara depois da bebedeira, nenhum pedacinho do príncipe nerd e tímido que lia contos eróticos em segredo. A coloração vermelha era resultado do álcool em seu sangue e nada mais.

    —Sei lá... —Soluçou novamente — Nunca dei nem comi, sou a favor de provar ambos pra ver o que gosto mais.

    —Disponível estou. Toda hora e todo dia.   —Quem perguntou rio, achando a resposta satisfatória.

    —Seria uma honra dar para a vossa grandeza... Espero que esse adjetivo seja aplicado para outra coisinha que espero ser coisona.

    —Pode ter certeza que sim.  —Então os dois encostaram suas cabeças nos ombros de Tae e dormiram durante uns minutos até os guardas os verem e levarem para seus quartos.






       Depois de dormir a tarde toda os três acordaram, com as poucas lembranças do ocorrido sentiram o rosto queimar. Jung se perguntava como olharia para Suga quando o mesmo disse que queria dar para ele. Min se perguntava como olharia para Taehyung depois de ter dito em alto e bom som que adoraria dar para ele. Enquanto isso nosso protagonista gostaria de saber em como os outros  o veriam ao saber que ele gostaria de provar tudo e mais um pouco. 

     Que merda eles fizeram?

     Com uma vontade louca de sair correndo e se desculpar, sentou-se na ponta da cama pensando em o que faria. Duas alternativas lhe pareciam boas no momento: pedir perdão aos deuses ou realmente sair correndo e dizer aos dois que tudo aquilo não passara de um mal entendido completamente estranho, que fora levado pela dúvida (e zoeira) combinadas com o poder caótico do álcool. Até porque o vinho, prazer e loucura possuem o mesmo deus patrono, grande Dionísio; contudo decidiu apenas se fazer de desentendido.

     Percebera que já era de tarde quando olhara pela janela e viu o sol se pôr, logo logo deveria ir jantar. Decidiu que jejuaria para Dionísio aquela noite (vai que o Deus estava zangado consigo e por isso o castigara?) ao mesmo que fingia não lembrar de bulhufas. 

    Em seguida foi no banheiro tomar um banho longo com sais automáticos numa tentativa de lavar-lhe os pecados, as escoriações, a facilidade com que falara aquelas palavras, o pouco resquício de álcool que ainda estava em seu corpo e o suor do cochilo de mais tarde. 

    

     O jantar fora tranquilo, muita salada e carne de boi. Desta vez nenhum deles tocaram em qualquer bebida e Tae deu uma de religioso, tocaram alguns olhares na mesa, nenhuma palavra.

    Todavia ao chegar no quarto fora surpreendido com Seokjin o esperando. Quando o fantasma notara a presença do caçula fez questão de se adiantar.

   —Não fique aí parado tenho algo para lhe dizer! Anda logo! 

    —Ahm... Está tudo bem? Só vem quando preciso e eu...

     —Eu sei que você não precisa de mim mas EU preciso de você... Agora chega de perguntas e me escute.

     Tae se sentou ao lado do irmão, esperando. O mesmo soltou a seguinte frase com uma só respiração resultando em algo embolado :

—Não estou morto, Tae. Nunca estive.

—O-o que...  —Tudo que faltava era Jin dizer que não existia, que era tudo fruto da cabeça fértil e doente dele, que agora nunca mais voltaria para conversar pois algum trauma profundo do qual nem sequer existia fora arranjado ou algo do tipo.

—Primeiro de tudo. Eu reencarnei porque morri como um herói... Eu não morri doente como Omma disse, comi um bolo suspeito que fora oferecido a mãe e bem... Estava envenenado, ela se culpa até hoje achando que deveria ter impedido isso.

—Isso te deu direito aos Campos Elísios.

—Exato. Esse rosto que está vendo agora é da minha encarnação atual pois você não tem nenhuma  referência de como eu era na minha vida passada, já que papai arrancou todos os quadros na minha morte. E eu, querido irmão, faço parte dos tipos de pessoas que conseguem usar projeção astral.

—Por Zeus... E só me conta agora?

—Tinha que esperar até tudo estar pronto... Você não tinha idade suficiente pra entender e...

—Tudo pronto o que?

—Ah, querido... —Acariciou a bochecha do mais novo com seus dedos tortinhos  —Eu estou voltando para casa... Nunca mais te deixarei só







Continua...









Assim o capítulo tá curto e meio bosta porque estou com bloqueio mas queria atualizar, então só vamo. Beijão é nos

Ah e eu achei o especial de 1k meio bosta então decidi mostrar minha cara pra vocês ai povo do wattpad. Essa é a maluca que vos escreve:


   



    

     

Happily Ever After | Taeyoonseok!auDonde viven las historias. Descúbrelo ahora