(12) It All Started With an Open Window

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    Tae gostaria de entender por qual motivo seus pais tinham tanto nojo do povo que governava. Tudo bem que de acordo com o folclore local, o poder fora dado no começo da civilização humana para um casal de Kim assumirem controle da ilha e assim o bastão fora passado de geração em geração, para o filho primogênito.

De qualquer modo, não era nem um pouco certo os tratarem como animais, todos são humanos embora com diferenças. Eram um mesmo povo. Nosso pequeno custava a tentar entender a lógica dos ditadores e monarcas maus do qual lia, ouvia falar ou até mesmo via no cotidiano. Todos eles diziam que preferiam serem obedecidos na base do medo, governando com o famoso “punho de ferro” ao invés de tratar os “inferiores” com o mínimo de dignidade.

Porém desde muito, muito novo mesmo ele já entendia os erros de seus pais e pretendia ser um rei melhor no futuro. Fora os castigos de sua infância que culminaram para sua rebeldia silenciosa, fazendo-o entender que se o ritmo continuasse assim o povo poderia se rebelar como ele e, ao invés de quebrar os vasos caros do palácio ou fugir do mesmo, tirariam seus pais ou até mesmo ele do poder.

Ele cometera muitos erros, incontáveis embora seu tempo de vida fosse relativamente curto. Mas descobrir um jeito de sair da torre do castelo não fora um deles. Seus pais sempre o diziam para ficar em casa, seus passeios se restringiam ao imenso jardim da entrada; quando perguntava o porquê recebia a mesma resposta:

“é tudo para a sua segurança” dizia sua mãe, pai e até mesmo os guardas ou empregadas que o pegavam olhando muito tempo pelos espaços das grades do imenso (e para o pequenino Taehyung, infinito) portão da entrada. Mal sabia ele que os pais temiam que seu precioso filho entendesse como o mundo era cruel... Ou pior, recebesse o mesmo destino do irmão, morto por “uma praga desconhecida”.

Acontece que eles falharam ao não colocar muitos guardas de noite. Sempre chega a hora que o passarinho aprende a voar por sua conta e risco.

Porém agora ele estava novamente observando sua janela, o nariz quase encostando no vidro embaçado por conta da chuva gelada que a pouco parara, lembrou-se do dia em que conhecera seus melhores amigos da vida.

Flashback: on

Estava cansado da tirania dos mais velhos. Sua mente pequena e simplista de criança não conseguia ver por detrás de suas ações, vendo que poderia haver um motivo além da maldade e crueldade descomunais daqueles seres altos, chatos, ranzinzas, controladores e mais um monte de adjetivos pejorativos que sua mente simples de criança havia aprendido.

Aquela janela aberta era tão convidativa, os sopros do vento gostoso davam-lhe beijos serenos na face e ainda sussurrava para que o menino descesse, brincasse com ele.

“A noite é bela e uma criança como você” parecia dizer “por que não aproveita?”.

Foi o que fez. Se enrolou em uma coberta suja branca encardida com estrelinhas azuis, depois viu o caminho longo que teria de fazer para finalmente provar a doce liberdade. Decidiu que precisava de algo para o ajudar.

Suas meias o ajudaram na tarefa árdua de se esgueirar pelos espacinhos apertados entre as pilastras e estátuas, desviando do olhar nem tão atento dos guardas (para ser sincera nem foi muito difícil, tendo em vista que o barulho que suas espadas faziam ao bater ocasionalmente na armadura de latão ajudava TaeTae à se localizar, esconder e correr quando necessário). Chegando na Sala dos Tesouros, usou a chave que havia pegado do guarda que dormira no posto — Até babava enquanto estava na cadeira sentado meio estrambelhado, bem pertinho do cofre e pegou o que um dia havia visto: um lustroso gancho de bronze.

Trancou o local, devolveu a chave ao seu ineficaz guardião e refez seus passos sorrateiros até estar novamente na segurança de seu quarto. Passou o ferrolho da porta, jogou um monte de roupas na cama e colocou o cobertor por cima, amarrou um monte de panos até formar uma corda e acoplou o gancho na ponta.

Happily Ever After | Taeyoonseok!auWo Geschichten leben. Entdecke jetzt